domingo, 23 de fevereiro de 2014

Capitulo 32 (parte IV)

Boa noite meninas!
Bem e quase um mês depois, como já vem sendo hábito, aquí está mais um capitulo! Espero que gostem e deixem os vossos comentários!
Besitos

Visão Rúben

Tinha começado a jogar à 40 minutos mas fartei-me, incrivelmente rápido. Na televisão não estava a passar nada de interessante então decidi ir ao computador. E ai reparei nas horas. Apressadamente liguei o telemóvel e constatei que tinha chamadas não atendidas, e assim que encontrei uma do Rodrigo retornei-a imediatamente.
-Finalmente, Rúben! Onde que cê tá? Tá tudo bem? - atendeu logo .
-Calma, desculpa, eu desliguei o telemóvel porque a Andreia a começou a chatear-me e eu não estava com paciência, e com isso tudo esqueci-me completamente do treino!
-Você me preocupou!
-Desculpa mano! Mas e o Mister, disse alguma coisa?
-Ele me perguntou porque você não tinha aparecido no treino e eu falei que não sabia!
-Vou ter de inventar uma desculpa qualquer para justificar ter faltado ao treino!
-É, vai mesmo. Eu já tava indo ligar pró seu irmão pra saber se ele já sabia de você, ele jantou cá em casa e ficou de falar se soubesse alguma coisa!
-Desculpa, pronto, mas está tudo bem, eu estou em casa.
-Tá tudo bem mesmo? O que é que a Andreia queria?
-Não faço ideia, só me mandou umas cinco mensagens a pedir que quando pudesse lhe ligasse, mas como eu não respondía, as mensagens foram ficando mais agressivas e eu desliguei o telemóvel, não estou com cabeça para discussões.
-Tá com cabeça pra quê, então?
-Acho que nada, acho que tenho de descansar e pôr ideias em ordem!
-Hm, sei... Bom, eu vou avisar o seu irmão que você tá bem.
-Está bem. Até amanhã então, puto.
-Até amanhã. - Depois de finalizar a chamada desliguei o computador e tentei entreter-me com outra coisa qualquer, o que não parecia fácil. Para quem tinha começado o dia com calma, estava a acabá-lo muito alvoraçado.

Visão Filipa

-Acertas-te!  - respondeu, sorrindo e seguindo finalmente o restante caminho até minha casa.
-O que é que...? Como é que...? - tentei perguntar, mas estava tão atónita que me era difícil falar.
-Calma, eu só estou aqui por uma razão. Quero ajudar-te.
-Ajudar-me? Mas como... Como...
-Tem calma, por favor, Filipa. Eu estou aqui para falar do Rúben. - Tentei novamente questionar, mas voltei a não conseguir. - Sim, do Rúben. O Amorim.
-Mas, porquê? O que é que o Rúben tem a ver com...
-Tudo. Tu tens de conseguir admitir que ele não te é indiferente. Eu sou o teu passado, e tenho a certeza que me vais guardar num espacinho do teu coração, mas o teu presente e o teu futuro assentam nele. - Ia argumentar, mas não me vi bem sucedida. - Estás a ver, las tentar negar e dizer que é um disparate. Mas não é. Já reparaste como é que ele te faz sorrir, como é que ele te faz sentir, a confusão que está dentro da tua cabecinha por causa do sentimento que tu crês ser meio controverso? Quantos mais é que te fazem sentir assim?  Nenhum! Lembraste daquilo que lhe disseste sobre quando fosse amor de verdade ele ia perceber? Este tumulto que tu, e ele, porque eu sei que sim, sentem é o inicio disso. Parece loucura, vocês estarem a apaixonar-se assim, tão de repente, desta forma? Parece! Mas é uma das formas mais genuínas de se sentir, de começar a amar. Não te lembras quando aconteceu connosco? Quem é que se apaixona com um encontrão? Supostamente ninguém, mas nós sentimos, nesse momento, que éramos o destino um do outro. - Enquanto ele falava eu não conseguia sequer articular algo para me opor. Ele estava tão convicto em tudo o que dizia. E o pior era que mesmo que quisesse desmenti-lo, não conseguia. Era tudo verdade. - Tenho ou não tenho razão?
-Tens... - acabei por admitir, baixando o olhar.
-Ah, finalmente, admitiste em voz alta! - exasperou. - Será que já é suficiente para colocares isso na tua cabeça e dizê-lo ao Rúben?
-Dizer ao Rúben? Estás parvo?  Ele tem namorada!
-Sinceramente, aquilo nem parece uma relação!
-Eles estão meio chateados, mas ainda no outro dia o ouvi dizer-lhe que a amava!
-Ele pensa que ainda a ama, vais ver.
-E ele disse que nos beijámos porque ele estava carente, ele sente a falta dela, ele gosta dela!
-Acho que já não gosta tanto assim!
-Oh, não inventes!
-Daqui a um tempinho vais ver que não estou a inventar!
-Estás a irritar-me com tanta convicção!
-Estás a irritar-te com pouco, então, ainda por cima estando a discutir com alguém trazido pela tua mente!
-O quê? O que é que queres dizer com isso?
-Pensa um bocadinho e vais perceber que isto é impossível na realidade.
-Hã? - e de repente ele esfumou-se. - Gonçalo!
Acordei sobressaltada e quase caí do sofá. Tinha sido tudo um sonho! O mais esquisito que alguma vez tivera! O Gonçalo a falar comigo acerca do Rúben... E todas aquelas palavras eram verdade, irritantemente. Apesar de a parte final não ter certeza se realmente eram ou se eram apenas suposições fantasiosas da minha mente. Levantei-me rapidamente e constatei que já eram horas de ir fazer o jantar, direccionando-me seguidamente para a cozinha, após mudar o canal da televisão para um dos canais de música e aumentar o volume, esperando esquecer aquele estranho sonho.

Visão Mónica

Depois de o Mauro ir embora ficamos os três e o Doni na sala, que se enroscou no meu colo, enquanto eu estava encostada ao Rodrigo, e a Mariana estava sentada ao pé de nós.
-Bem gente, eu tou cansada, e visto que a preocupação com o Rúben passou, eu vou me deitar - disse a Mariana, levantando-se e dando um beijo a cada um de nós. - Boa noite - despediu-se, subindo as escadas.
-Boa noite - respondemos eu e o Rodrigo unissonamente.
-Amor, vamo subir também? - sugeriu, poucos minutos depois.
-Cansadinho?
-Se eu tivesse cansado eu tinha falado logo - sorriu.
-Hm, estou a ver... - mostrei também um tímido sorriso.
-Eu quero ficar com você - disse, passando a mão no meu rosto.
-Ai, desculpa, posso-me rir ou vais ficar chateado? - perguntei, comprimindo o riso.
-Chateado porquê? - questionou, evidenciando a minha resposta. Ele não era de se chatear por pouco. Então ri-me, e retomei a palavra ainda com um sorriso.
-É que parece que estás com medo de dizer as coisas da maneira directa, como costumas fazer.
-E o que é que eu tou querendo dizer, então? - meio que me desafiou, ao que eu respondi prontamente.
-Que queres fazer amor comigo.
-Como que você sabe? - perguntou, encolhendo um sorriso, que tentou que fosse de seguro e convicto, mas que descodifiquei como entusiasmadamente feliz pelo meu decifrar.
-Primeiro, sabes onde é que tens a mão? - fi-lo olhar na direcção, que equivalia olhar para o meu rabo. - Sabes que quando está lá só porque te apetece a pressão não se nota - constatei, vendo-o refrear um sorriso meio embaraçado. - E depois, eu sei, eu já te conheço Rodrigo, não preciso que me digas através de palavras.
-Caraca... - sorriu. Dei-lhe um beijo, beijo esse que ele aproveitou para aguçar no final, quando me sugou ao de leve o lábio. Sorri-lhe promissoramente, antes de me desencostar dele. Deitei o Doni no sofá e cobri-o com a manta que tinha em cima das pernas.
-Subimos? - questionei, levantando-me do sofá.
-Claro!
Subimos para o quarto e trancámos a porta do mesmo, não por acharmos que a Mariana poderia entrar sem bater, mas porque nos sentíamos mais à vontade.
-Com vontade de dominar ou ser dominado? - perguntei. Parecia ousado talvez falar assim, mas no momento, era mais do tipo sedução.
-Pode me dominar à vontade! - trajou um sorriso que de inocente nem aparência tinha, ao que eu respondi com um parecido, empurrando-o até cair em cima da cama. Depois sentei-me em cima dele e desci o meu rosto até encontrar o seu e conseguir juntar os meus lábios aos seus, recebendo uma resposta sequiosa e ainda o toque quente das suas mãos sobre a pele da minha cintura. Depois de terminado o beijo por debilidade respiratória, ele tomou a dianteira e retirou-me a camisola, sendo que também eu retirei a sua, adquirindo algo mais com que os meus olhos pudessem deliciar-se tal como a minha boca pudesse tirar partido. Após mais dois curtos beijos, os meus lábios tomaram fôlego para a abrasiva temperatura da pele do seu peito e dos seus perfeitos abdominais. Cada recanto foi deixado saciado, resposta adquirida por gemidos baixos de deleite. Fiz o percurso inverso, e ao parar na cova entre o pescoço e o ombro parei sobre a pele e investi em algo mais doloroso. Mordi ligeiramente a carne que se deparava de fronte da minha boca, não o suficiente para magoar verdadeiramente, mas o bastante para deixar a marca e arrancar um doce e sonoro gemido da sua garganta.
-Tá agressiva hoje, hein - disse, ainda a debater-se com o misto de dor e prazer.
-Enquanto for eu a controlar. Aguentas?
-Desde que depois eu possa repercutir como eu quiser em você...
-Essa fase é depois.
-Mal posso esperar - sorriu, antes mesmo de eu voltar a prestar a atenção da minha boca para a sua. Uni também as minhas mãos às suas, que retirei do meu corpo, e estendi os braços de ambos os lados da sua cabeça, juntando mais o meu corpo ao seu. O beijo que se desenvolvia calmamente foi aumentando a sua intensidade e sentia o Rodrigo começar a remexer-se, impaciente, de baixo de mim. De repente, ele removeu os braços de onde estavam, soltando com vagar as minhas mãos e encaminhando as suas novamente para o meu corpo, tocando-me com a habitual convicção. - Vamo trocar os papéis que tá ficando difícil suportar isso! - disse, exercendo um movimento rápido, fazendo-me deitar a mim sobre a cama e erguendo-se, calorosamente perto, sobre mim.
-Está assim tão difícil? - ri.
-Tá ficando.
-Fraquinho - gargalhei suavemente.
-De novo o assunto do fraquinho? Ainda quer mais provas de que de fraco eu não tenho nada?
-Todas as noites - tornei a gargalhar.
-Isso é uma espécie de acordo pró futuro, é? - perguntou, desencantando um sorriso especulativo.
-Ai, não, se não mando-te trabalhar por mim e fico a dormir!
-Depois eu que sou o fraquinho? - riu.
-Mas ainda estás a falar? Beija-me, mas é! - ri, puxando-o de novo ao encontro da minha boca. O seu corpo colou-se ao meu, aquecendo-me com o seu calor. Sabia tão bem aquecer sobre a sua pele, e sentir tão perto o seu cheiro tão atractivo, embrenhá-lo em mim e fazer-me entender, a cada vez que nos envolvemos, que ele me pertence, tanto a nível físico, com todo aquele corpo que me tira suspiros enquanto ao mesmo tempo me envolve, como a nível interior, a sua mente, sempre com o positivismo no topo, e a sua maneira doce para comigo a sobressair, e o seu coração, puro, imenso, repleto de afecto que ele tão bem distribuí pelos que ama. Envolvi o seu tronco com os meus braços, deixando as minhas mãos percorrerem o mais possível as suas costas, sentindo o calor começar a apoderar-se do meu corpo, enquanto o seu já quase fervia. Decidi tentar abrandar um pouco o ritmo. Queria prolongar os momentos anteriores a entregar-me uma vez mais àquele por quem nutria um dos maiores sentimentos que alguma vez se me envolveu o coração. Impulsionei-me um pouco para o lado e ele facilitou, virando-se também, tornando a estender as costas em cima do colchão, e eu voltei a sentar-me em cima dele, percebendo que o seu resfolegar, fazendo subir e descer o seu peito, me fazia sentir algo potente. Tirava-lhe o fôlego. E tirar-lhe-ia mais uns quantos suspiros. Voltei a cobrir o seu tronco de beijos, e desta vez só parei no rebordo das suas calças. Olhei de relance para ele e em seguida desloquei o meu olhar tal como as minhas mãos ao botão das suas calças para as desabotoar. Assim fiz, despindo também as minhas. Depois voltei a sentar-me em cima dele e colar as nossas bocas e os nossos corpos, mas constatei rapidamente que esperar não seria o meu forte. Soltei-o, não precisando fazer muito mais para que ele entendesse que tencionava rotar novamente as nossas posições, girando então mais uma vez para se colar a mim, desta vez ele pairando não por muito tempo sobre mim.
-Agora podes fazer o que quiseres, isto está mesmo difícil!  - declarei.
-Fraquinha - riu ele, chegando o rosto novamente para perto do meu.
-Ficar ao pé de ti tira-me forças, sim - respondi à sua clara tentativa de provocar-me.
-Vai terminar a noite inválida, então - disse, beijando-me o pescoço.

 Segurei o seu rosto e acelerei os nossos batimentos cardíacos com um beijo impulsivo e desejoso.


Visão Rodrigo

-Eu podia viver todos os dias assim, ao teu lado – falou, suspirando docemente enquanto apoiava a cabeça no meu peito e se encolhia no meu abraço. Duas da manhã e a gente ainda desperto.
-Isso é fácil de resolver.
-Hã?
-Vem viver comigo! – pedi, olhando directamente nos seus olhos.
-Rodrigo… Já falámos sobre isso. Sabes que eu te amo, muito, mas talvez seja muito cedo ainda. Nós namoramos há dois meses, e é certo que vivemos como se fosse há anos, mas é muito cedo. Nós estamos a viver a emoção dos primeiros meses e parece tudo aumentado, as vontades, os desejos, os sentimentos… Agora não vou dizer-te que sim por isso, porque é cedo demais e num mês as coisas podem mudar, podem correr mal, podemos cair na rotina, podemos deixar de sentir esta coisa intensa que sentimos agora e fartar-nos de estarmos a toda a hora ao lado um do outro… E eu não quero que corra mal, não quero que corra nada mal, porque eu quero que o nosso amor, e esta explosão, esta necessidade arrebatadora durem por muito tempo, porque eu quero passar a minha vida ao teu lado!
-É, você tem razão… Foi precipitado. Esse coração que você tá escutando a bater é que fica tão apressado quando você tá comigo que eu nem penso bem nas coisas, porque o que eu sei é que eu também quero você pra sempre do meu lado, mas a gente tem de pensar bem nas coisas antes de dar um passo que seja na nossa relação, porque ela é mais que ouro, e perder a minha vida ia acabar comigo!
-Tu estás a tentar dizer que eu sou a tua vida? – perguntou, meio embaraçada.
-Eu não tou tentando dizer meu bem, eu tou afirmando mesmo! Você é a minha vida desde que eu conheci você!
-Isso é a intensidade do momento a falar amor! – respondeu, ainda mais envergonhada.
-Um pouquinho, quem sabe, mas eu tenho certeza que sem você eu não ia voltar a viver do mesmo jeito. Você mudou a minha vida e tornou ela num mundo totalmente perfeito, coisa que não tinha acontecido antes!
-Está bem, pronto… Bem e o impacto que causaste na minha vida já nem vale a pena citar, tu sabes perfeitamente como é que ela ficou desde que tu apareceste! – sorriu.
-Sei sim! - sorri, tirando um pequeno beijo da sua boca. - Agora vamo dormir?
-Vamos! - concordou com um sorriso, se aconchegando no meu abraço.

Levantei eram 11.00h. Sai devagarzinho da cama pra não despertar a minha namorada e tava indo no banheiro quando escutei a minha irmã falando do outro lado da porta do meu quarto.
-Não Doni, vem aqui, deixa eles dormindo mesmo, depois eles se lembram de você... - Abri a porta e sai, encostando a porta enquanto via minha irmã com o Doni no colo.
-Bom dia - disse pra eles.
-Lembrou de você agora, viu? - disse a minha irmã, falando pró Doni, que se remexia no colo dela por me ver.
-Que que cê tá falando? - perguntei prá minha irmã.
-Tou falando de vocês terem deixado o Doni sozinho ontem à noite e só lembrarem dele agora!
-E qual que é o problema, tá tudo bem com ele!
-Mas vocês não podem deixar ele sozinho!
-Ele tava dormindo quando a gente deixou ele!
-Mas ele sente a falta de vocês, o coitadinho ontem andava aqui procurando por vocês e eu tive de pegar ele pra dormir comigo!
-Eu sei, mas não faz mal ele passar um tempinho sozinho! Olha quando todo o mundo tiver fora de casa, a gente não pode levar ele nem pró trabalho nem prá Faculdade, ele tem de ficar habituado pra depois não fazer bagunça na casa.
-É, cê tem razão... Ai, mas é que ver o pequenininho ai sozinho me deu uma pena...
-Tem de deixar de ter, maninha, ele tá bem cá em casa, ele tem a caminha dele, os brinquedos, água e comida, ele se acostuma.
-Tá bom, pronto, desculpa se eu tentei dar uma bronca em vocês.
-Uma bronca em nós porquê? - perguntou de repente a Mónica, surgindo atrás de mim, ainda com cara ensonada, me abraçando pelas costas.
-Era porque ela ficou com pena de a gente deixar o Doni sozinho, mas ela já entendeu que ele tem que se acostumar.
-Hmm, está bem.
-Agora maninha, me dá aqui o Doni que a gente fica com ele e você pode ir tratar das suas coisas! - sorri, tomando o Doni do seu colo, que ficou extremamente contente, me enchendo os braços de lambidelas.
-Tá, eu vou tomar meu banho e me vestir e depois eu chamo vocês pró café da manhã!
-Tá bom! - concordei, voltando a entrar no quarto com a Mónica e o Doni. - Amor, pode ir tomar seu banho que eu fico brincando um pouquinho com o Doni e depois a gente troca.
-Está bem - acedeu, me dando um rápido beijo antes de seguir pró banheiro. - Até já!
-Até já - respondi, continuando a brincar com o Doni.