quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Capitulo 35 (parte III)

A desnaturada da autora desta história, finalmente trouxe-vos um capitulo!
Eu sei que já faz muito, aliás, demasiado tempo que não vos dou noticias nem nada para ler, desculpem meninas! Pronto e agora passados mais de seis meses, aqui vos deixo um capítulo, que espero que vos agrade ou pelo menos vos faça voltar aqui, nem que seja por mera curiosidade! E a verdade é que necessito o vosso feedback, porque isto de não postar à muito tempo deixa uma pessoa um bocadinho insegura! Por isso nem que seja um mero "gostei" ou um simples "não gostei" agradecia-vos imenso que dissessem alguma coisa!
Beijinhos!

(Visão Rodrigo)

-Mas Rodrigo, o meu gás acabou e eu tou com pressa, sem falar que tou morrendo de frio! Eu posso usar o seu chuveiro, rapidinho?
-Não, não pode! Sai daqui, se vira, mas sai daqui! - respondi, tendo de empurrar ligeiramente ela, que tentava fincar os pés no chão. E quando vi, a toalha dela tava no chão. Me virei de costas de imediato. - Pega essa toalha e sai da minha casa, agora.
-Porquê? Não gostou do que viu? - perguntou, com um tom já completamente diferente. Parecia que tava se preparando pra caçar. Colocou uma mão no meu ombro e se encostou ao meu corpo, mas eu quebrei tal contacto, porém, inintencionalmente, me virei de frente pra ela. Fechei os olhos com força. Só queria que ela me deixasse! - Pode olhar, meu bem. Você pode até tocar, usar e abusar... - falou dando passos pra se aproximar novamente de mim. Ai abri os olhos e peguei nos seus ombros pra afastar ela. Se já não esperasse maus presságios vindos dela, dizia que tinha sido má sorte, porque nesse exato momento a Mónica, a minha irmã e a Filipa entraram em casa. Fiz uma prece em segundos. Aquilo não podia afetar o meu novo relacionamento. Não podia. - Parece que o seu amor chegou!- me sussurrou a Carolina, de sorriso no rosto, se baixado pra apanhar a toalha e se cobrir. Ao olhar pra elas notei que mais alguém chegava à porta. O Rúben. Ele entrou sem dizer nada, se deixando num canto, apenas observando.
-O que é que tá acontecendo aqui?! - gritou a minha irmã, levando um olhar irado na direção da Carolina. - O que é que essa vádia tá fazendo aqui?! - tornou a gritar. E tão depressa que não deu tempo de a Carolina pensar em reagir, a minha irmã levou a mão aos cabelos dela e no segundo seguinte tava arrastando ela pelos cabelos até à porta de casa, não deixando de gritar pra ela. - E teve sorte de eu não botar a mão na sua cara! - disse por último, antes de fechar a porta na cara da Carolina quando esta se preparava pra responder. Após assistir a cena o meu olhar se focou na minha namorada. Provavelmente os meus olhos espelhavam o que me abalava o coração. Medo. Tinha medo que o que acabara de acontecer fosse afetar a gente...
-Amor, eu...
-Eu esqueci-me da carteira, por isso vou buscá-la e vou-me embora novamente - disse ela, num tom sério, seguindo caminho até às escadas. Assim que ela desapareceu do nosso campo de visão, me virei prá minha irmã, prá Filipa e pró Rúben.
-Pode me explicar o que é que aconteceu? - perguntou a minha irmã.
-Não foi nada do que pareceu...
-Essa resposta é aquela que geralmente os culpados dão. E você nem sabe o que pareceu pra gente.
-Vamos? - tornei a ouvir a voz da Mónica, que descia já as escadas.
-Sim - respondeu meio atónita ainda a Filipa. A Mónica passou por mim, sem um adeus e sem olhar sequer pra mim.
-Depois você me explica - disse a minha irmã, fechando a porta de casa.
-Belo serviço, hã menino Rodrigo? É que não sei se reparaste, mas a Mónica mal olhou para ti, e o facto de ela estar tão séria não me parece bom - falou finalmente o Rúben, que tinha permanecido em silêncio durante todo aquele tempo.
-Eu sei que não é bom, mas eu não fiz nada! Foi a loca da Carolina que apareceu aqui assim!
-Eu acredito, mas sabes que vai ser um bocadinho difícil convencê-las, principalmente à tua namorada, que caso não te recordes, mesmo com todas as certezas e provas de que gostas mesmo dela tem sempre as inseguranças dela.
-Eu sei...
-Mas vá, vamos lá descontrair um bocadinho, que ficares assim não te vai adiantar de nada! Quando ela chegar a casa logo conversam.
-Ela vai dormir na casa da Filipa, hoje.
-Melhor ainda, assim têm mais tempo para refrear a cabeça do que aconteceu. - Acenei, concordando, e fomos para o sofá, jogar playstation pra eu tentar me concentrar em alguma cisa sem ser no que acabara de acontecer.

Visão Mariana

A última coisa que eu esperava ver era o que tinha acontecido na sala. Botar a Carolina pra fora pelos cabelos foi pouco mas me soube bem. E se eu não acreditasse cegamente que o meu irmão era louco pela Mónica, e nunca mais na vida dele iria querer ver a Carolina, teria partido pra cima do meu irmão também. Mas eu sei que o Rodrigo não tem olhos nem coração pra mais ninguém. Eu vi. Para além de saber eu vi nos olhos dele. O medo puro despojado no olhar dele assim que fitou a Mónica. Ela não é uma "flor de estufa", como se costuma dizer, mas ela é bastante sensível, pior ainda se tratando do meu irmão, por isso eu esperava uma reação que exalasse essa sensibilidade, porém ela demonstrou o contrário.
-Você tá bem? - perguntei pra ela cuidadosamente, enquanto nós três seguíamos caminho pra pegar os transportes.
-Viemos sair e é o que vou fazer, não vou estragar a noite com as minhas coisas - respondeu prontamente. Notei um pouco o esforço que ela fazia pra não desabar ali. Me deu vontade de conforta-la, mas percebi que ela tava determinada a não deixar o assunto se intrometer nos planos prévios que tínhamos feito, pelo que fiz um pequeno sinal prá Filipa pra que também ela ignorasse o assunto e assim fazer a vontade à Mónica. A noite acabou por fazer o ambiente descontrair e  todas rimos e dançamos muito. Não voltámos muito tarde pra casa, facto que deu tempo prá gente ainda assistir, ou pelo menos começar assistindo, um filme. Acabámos mesmo por adormecer numa cama de edredons improvisada pra nós três na sala. A meio da noite acordei pra ir no banheiro, e quando me virei pró meu lado esquerdo pra ter cuidado e não acordar a Mónica, ela não tava l´. Fui até ao banheiro e assim que abri a porta me deparei com ela sentada na borda da banheira, chorando. Entrei rapidamente e tornei a fechar a porta atrás de mim.
-Oh meu amor... - me juntei a ela e a abracei. - Não fica assim por favor! Você vai ver quando o Rodrigo explicar o que aconteceu que as coisas não vão ser nada do que pareceram!
-Não consigo, Mariana! -falou, entre soluços chorosos.

-Consegue sim! Você não sabe que o meu irmão te ama?
-Mas ela é perfeita! Como é que eu consigo competir com ela alguma vez?!
-Primeiro minha menina, aquela songa-monga daquela loira falsa imunda de perfeito não tem nada, a não ser o que ela aperfeiçoou com cirurgias, e mesmo assim é de duvidar! - falei, fazendo finalmente ela soltar uma gargalhada. - E depois, você não tá competindo com ninguém, meu bem, o meu irmão só quer saber de você, ele só tem olhos pra você! Mas agra você me deu uma ideia! Já que aquela vadia lá tá querendo guerra, então ela vai ter, e vai perder, eu garanto!
-Como assim? - perguntou ela, enxugando as lágrimas e me prestando atenção.
-Ela tá chamando a frota e é isso que ela vai ter!
-Ainda não percebi!
-Se for preciso partir pra cima dela eu vou, mas já que ela tá querendo se mostrar você vai fazer frente! Você vai seduzir o um irmão, tal como ela tá tentando fazer! Você vai conquistar de novo o meu irmão, como s vocês não tivessem juntos, sabe, vai arrebatar ele com todo o seu toque sedutor, feminino, vai seduzir o Rodrigo até a outra entender que se não pular fora vai afogar com o vosso transbordar de amor! Entendeu? - perguntei, ainda com um tom entusiasmado na voz.
-Sim, acho que sim. Mas como é que...
-Se mostra mais sensual que nunca, mas sem mostrar tudo, como aquela nojenta faz! Se insinua, se exprime, demonstra que você o ama, que você o deseja!
-Mariana, desculpa lá, mas, tu estás com falta de alguma coisa ou é só inspiração, isso tudo?
-Que pergunta, hein! - fingi, apenas por segundos, que havia ficado ofendida e intimidada com a pergunta, mas depois me desmanchei rindo, assim como ela. - Amanhã a gente vai às compras, mas agora vamo dormir que tá ficando muito tarde já
-Sim, vamos - Se levantou, ao que eu segui o gesto e ambas seguimos prá sala pra dormir.

Visão Mónica

Durante o pequeno-almoço mal tirei os olhos do telemóvel, enquanto me debatia em dizer alguma coisa ao Rodrigo ou não.
-Oh sua tontinha indecisa, manda logo uma mensagem ao Rodrigo! Estás aí que nem podes! - disse-me a Filipa, quando terminávamos de comer.
-Ai, sim, tenho de mandar! - disse em tom de lamento ansioso. Porém detive-me em seguida. - O que é que digo? - perguntei, cruzando o meu olhar com o delas.
-Sabe que mais? Eu sei que vai te custar, mas não fala nada pra ele não! A gente vai passear um pouco, depois a gente vai às compras e quando a gente chegar lá em casa você começa essa fase de conquista!
-Tem mesmo de ser? - perguntei, lamentando-me novamente. Queria tanto falar com ele e dizer-lhe que não estava chateada com ele!
-Tem! - declarou a Mariana, levantando-se da mesa para arrumar a cozinha.
Depois de tudo limpo e arrumado fomos vestir-nos para irmos passear, mas como a hora de almoço estava perto decidimos apanhar um táxi e seguir logo para o Colombo, onde iriamos visitar as lojas até irmos almoçar e retornarmos às mesmas depois disso para escolher o que levar. Foi uma tarde divertida e serviu também para me dar coragem e determinação em relação à tal "fase de conquista". Eram sete e meia da tarde quando o táxi depois de ter deixado a Filipa em casa, parou em frente da minha atual morada.
-Preparada? - perguntou-me a Mariana, antes de entrarmos em casa.
-Sim - afirmei com um leve sorriso assim que abri a porta.
-Vocês chegaram! - saltou o Rodrigo do sofá, indo ao nosso encontro. A Mariana sorriu-lhe e piscou-me o olho comum sorriso também, antes de subir para o seu quarto.
-Oi - disse-me ele, assim que a Mariana se ausentou. Notei que não sabia bem se havia de dizer alguma coisa ou deixar-se estar.
-Olá - brindei-o com um sorriso, que iniciou de imediato a operação idealizada pela Mariana. Com este sorriso senti-o a descontrair, abrindo ele também um genuíno sorriso para mim. No geral, quem cedia aos sorrisos maioritariamente era eu, pelo que me foi um pouco difícil não o fazer no momento, mas estava disposta a levar a minha avante, pelo que lhe virei costas e parei uns passos depois, utilizando o olhar como principal atração da sua atenção. - Eu vou tomar banho, é rápido. Não me queres ajudar a arrumar as coisas que comprei? - pedi, de ar inocentemente desafiador.
Acho que ele não percebeu a minha intenção ao pedir que me arrumasse as compras, mas de qualquer maneira o seu "sim" fluiu sem hesitação. Subimos até ao quarto, pousei os sacos na cama e comecei a despir-me ainda a caminho da casa de banho. Lancei-lhe um olhar, juntamente com um sorriso já à porta da casa de banho, e quando ele se moveu para se dirigir na minha direção, entrei e tranquei a porta atrás de mim. Não vi a sua cara, mas decerto estaria algo do género confusa e frustrada ao mesmo tempo. Não demorei muito como lhe havia dito e também porque queria ver ainda a sua reação em relação ao que encontrara nos sacos. Abri a porta, encontrando-o boquiaberto com a lingerie que havia comprado nas mãos.
-Era mesmo essa que estava a pensar usar! - disse, passando por ele com a toalha enrolada ao corpo, tirando-lhe as peças das mãos. Depois reparei que a maioria das coisas ainda estava em cima da cama, enquanto que outras ainda permaneciam nos sacos. - Não arrumaste nada?
-É, eu... Eu...
-Vá, não faz mal. Vai tomar banho para irmos jantar.
-Tá - respondeu simplesmente, virando costas ainda a custo e seguindo para a casa de banho, cuja porta decidiu deixar aberta.
Depois de passar o creme hidratante no corpo, vesti a lingerie que lhe havia tirado das mãos e escolhi um dos vestidos, combinando-o com uns sapatos de salto, um colar e uma maquilhagem simples. Entretanto ele retornou ao quarto. E aí, como me foi difícil conter! Mal olhei para ele, pois a sua constituição física constituía um constante perigo para a minha libido, mas nem o seu cheiro, aquele aroma inebriante me ajudava muito. Senti que ele também não virou o rosto na minha direção enquanto se arranjava, à excepção de quando saíra da casa de banho. Qualquer trapo o tornava delicioso, mas agora ainda soava mais irresistível. Seria por estar a oferecer resistência? Mas eu tinha de me conter, e de não demonstrar as minhas vontades, caso contrário ele perceberia. Ele desceu atrás de mim para o andar inferior sem soltar uma palavra. Saímos a porta e entramos no seu carro.
-Onde a gente vai jantar? - pronunciou-se por fim.
-Vamos às compras, hoje fazemos o jantar em casa.
-Hm. E se arrumou tanto pra isso? Quer dizer, eu não tenho nada contra, você tá linda, é só que... Ah sei lá...
-Deixa estar, vamos lá embora - decidi fazer pouco da sua observação, visto que tudo fazia parte do objetivo.
Enquanto andámos pelo supermercado ele foi abordado por alguns fãs, mas reparei que também eu era alvo de vários olhares dos homens que lá passavam. O Rodrigo agarrou a minha mão assim que percebeu o primeiro homem a observar. Pior ainda foi quando fomos para a caixa e o rapaz que lá estava a atender se fixou em mim descaradamente. Aí o Rodrigo abraçou-me pela cintura, encostando-me ao seu corpo enquanto esperávamos o talão, utilizando um tom pouquíssimo simpático na despedida. Controlei-me para não desatar à gargalhada.
-Aquele garoto não tirava os olhos de você! - resmungou, quando nos sentamos nos respetivos lugares do carro para regressarmos a casa.
-E então? Não me arrancou pedaço nenhum!
-Vou ter de confirmar mais tarde!
-Se eu deixar! - Ele arregalou ligeiramente os olhos, surpreso com a minha resposta. Manteve-se calado e pôs o carro a trabalhar.

-Bifes de perú grelhados com arroz de ervilhas e legumes salteados - respondi à sua pergunta, pois nem nas compras lhe havia revelado o que seria o jantar.
-Tá, e então que é que eu posso ir fazendo? - Informei-o de como me poderia ajudar e comecei a tratar de cortar os legumes para serem salteados. De todas as vezes que passava junto de mim ou se chegava para o meu lado ele fazia questão de roçar o seu corpo no meu. Que Deus me desse forças para lhe resistir, porque aquele homem estava a dar comigo em doida! Assim que terminei a minha tarefa, virei-me com o intuito de ir buscar a frigideira, porém ele intercetou-me, colocando-se à minha frente, e de um momento para o outro já tinha as suas mãos no fundo das minhas costas e o corpo colado ao meu.
-Você não me deu nem um beijo hoje - reclamou, começando a descer as mãos. Fiquei sem saber como reagir por segundos, mas logo depois decidi-me. Coloquei as minhas mãos sobre as dele e puxei-as para cima, dando-lhe um beijo super rápido e afastando-me logo de seguida, mas não fui muito longe porque ele me puxou de novo ao seu encontro e ripostou um beijo sem ar. Não consegui simplesmente afastá-lo novamente. Estava a ceder, tinha consciência disso, muito mais tive quando ele me levantou do chão e me colocou em cima da bancada, mas o desejo só me puxava e puxava e ele era tão...


Tentei pará-lo, à pouca fé, umas duas vezes, mas o que me salvou não foi a minha falta de vontade, foi o sentido oportunidade da Mariana naquele momento, que surgiu na cozinha e não conseguiu disfarçar, aclareando a garganta para que nos apercebêssemos da sua presença. O Rodrigo encostou a testa ao meu ombro, frustrado, embora com um pequeno sorriso. Afastou-se ligeiramente, dando-me espaço para voltar a colocar os pés no chão.
-Desculpa gente, eu não queria interromper nada... - Desculpou-se ela.
-Tá bom, desculpa a gente, não é bem o sitio apropriado - Desculpou-se também o Rodrigo.
-É isso é verdade, mas às vezes a gente não controla, eu entendo vocês, e para além disso, é a vossa casa gente!
-Obrigada por perceberes isso Mariana - agradeci, sentindo-me um pouco constrangida ainda.
-Se deixa disso! - sorriu-me. - Mas olha que eu entendo bem o meu irmão, você tá uma gata meu amor! - piscou-me o olho conjuntamente com um sorriso.
-De tão gata que ela tá todos os homens ficaram olhando ela no supermercado! - reclamou o Rodrigo, do género de fazer "queixinhas" e não de estar propriamente chateado.
-Eu acredito que sim! Mas não se preocupa que essa dai só autoriza você a tornar essa beleza em beleza natural, entendeu?
-Tá, entendi, vamo parar com essa conversa! - gargalhou ele, envergonhado o bastante para o fazer desviar o olhar.
-Também acho! - concordei. - Nós estamos a fazer o jantar, queres jantar connosco?
-Tá bom, eu aceito sim! Que é que falta fazer? - Terminámos o jantar e depois de digeri-lo forma-mos uma equipa para lavar e secar a loiça, para ser mais rápido e ficarmos ainda um pouco a confraternizar e ver televisão na sala, com a companhia do Donni, que já andava pela casa e pelo quintal como um dono e senhor.

-Amor, não queres ir dar comida e água ao Donni para subirmos para o quarto? - perguntei-lhe sugestivamente.
-Vou sim meu bem! - acatou a sugestão, levantando-se e chamando o Donni para ir com ele. Assim que ele entrou na cozinha eu olhei para a Mariana, que olhava para mim também.
-O meu irmão tava fogo! - riu baixinho, usando um tom de voz também baixo.
-Cala-te, se tu não aparecesses eu ia ceder! - igualei o seu tom de voz.
-Eu te entendo, mas pronto, agora olha se você quiser terminar o que vocês começaram na cozinha, lá em cima, termina, não precisa ficar na dúvida por causa disso, você pode pegar em detalhes!
-Tens a certeza? Não vai estragar os planos?
-Você que decide como as coisas vão meu amor, não vai se castrar esse tempo todo, tem é de contra balançar as coisas!
-Está bem, obrigada! - agradeci, sorrindo e em seguida olhamos as duas para a televisão disfarçando quando o Rodrigo retornou à sala.
-Vamo subir, então? - perguntou-me ele.
-Vamos, vamos! - levantei-me do sofá e peguei na sua mão estendida, à minha espera.
-Vão lá pró vosso cantinho, eu fico bem aqui com o Donni! - sorriu-nos a Mariana.
-Boa noite maninha - disse-lhe o Rodrigo, indo até junto dela e dando-lhe um beijo na testa. - Te amo.
-Onee, coisa boa, eu também te amo! - sorriu-lhe ela de volta, de forma genuína, dando-lhe um fugaz abraço. - Agora vai, sobe lá!
-Até amanhã Mariana! - despedi-me dela com um piscar de olho e um sorriso, que ela saberia que demonstravam um agradecimento.

Visão Filipa

Já não dormia fora da minha cama há algum tempo, pois por isso as minhas costas ficaram um pouco queixosas após a dormida na cama improvisada na sala, com a Mónica e a Mariana. Depois de um dia bem passado com elas entre compras e gargalhadas, elas seguiram para casa, de o táxi parar em minha casa, para que a Mónica conseguisse iniciar o processo de "nova conquista" ao Rodrigo. Estava preparada para chegar a casa, tomar um bom banho e descansar um pouco! Porém tive uma surpresa ao chegar à porta de casa. Em cima do tapete de entrada estava uma caixa quadrada, branca e com um laço vermelho.
-Surpresa! - ouvi de repente a voz do Rúben ao meu ouvido, sentindo o calor do seu abraço nas minhas costas.
-Ai Rúben, que susto! - reclamei, porém o sorriso não abandonou o meu rosto, nem quando me virei de frente para ele.
-Desculpa, pequenina!
-O que é que vieste aqui fazer? - perguntei, sem me soltar do seu abraço.
-Uma surpresa! - respondeu, num tom jocoso, demonstrado, claro que num tom de brincadeira, o quão óbvia era a resposta.
-Oh, tosco! - sorri, virando-me para pegar na caixa e abrir a porta de casa, para onde ele me seguiu, fechando a porta atrás de si. - O que é isto? - perguntei, sem esperar uma resposta. Tirei a tampa da caixa e olhei para o seu conteúdo. Parecia um pack de produtos... O Rúben adiantou-se a mim e retirou as coisas, uma por uma, de lá de dentro.
-Amanhã eu tenho treino às cinco, tu entras mais tarde... O que é que te parece uma noite de massagens? - perguntou, abeirando-se cada vez mais de mim, com aqueles olhinhos a fixarem-me.
-Alinho - respondi-lhe inclinando o rosto para cima, para olhá-lo diretamente. Ao invés de receber uma resposta, ele encurtou de todo a distância entre nós ao beijar-me.
-Estava com saudades tuas - disse-me, num tom a cair para o profundo, enquanto os seus olhos se mantinham enredados nos meus.
-Ai Rúzinho, estás tão fofinho! - sorri-lhe.
-Rúzinho? - franziu a testa, esboçando um pequeno sorriso, - Rúzinho não, é muito gay! - Mandei uma gargalhada logo de imediato.
-Pronto, já lhe passou!
-Estás a estragar o meu ambiente intenso! - resmungou, com um pequeno sorriso. A intensidade que ele demonstrara à pouco deixara-me um pouco intimidada. Não sabia o que ele era capaz de fazer e isso arrepiava-me por completo, com o desejo inerente a percorrer-me. Só esperava estar preparada para a intensidade que se fazia adivinhar.
Cheguei-me junto dele e rodeei o seu pescoço com os meus braços, automaticamente sentindo os seus ao redor da minha cintura, olhando par ele.
-Pronto, desculpa amor - desculpei-me. Ele sorriu-me e quando dei por mim ele já tinha pegado em mim ao colo, o que me fez soltar um pequeno grito, e a ele uma gargalhada, cessando depois o barulho enquanto ele fazia comigo o caminho até ao meu quarto.

 E só de olhar para ele com aquele ar sereno e imponente, algo não muito comum no Rúben, já me fazia suspirar por dentro. Pousou-me na cama, dando-me um leve beijo nos lábios e fazendo sinal par que me mantivesse onde me havia deixado, retornando segundos depois com a caixa novamente repleta com os produtos do kit de massagens.

Colocou-a em cima da mesa de cabeceira e sentou-se à minha frente, inclinando-se na minha direção e roubando-me mais um beijo. E mais um. E mais um. Até que a custo se afastou um bocadinho mais de mim.
-Vamos lá a isto! Queres que te dispa ou despeste-te tu?
-Era mais giro se fosses tu - respondi-lhe prontamente, melando o olhar que lhe lancei. Ele soltou um meio sorriso e levou as mãos aos botões da minha camisa. E fê-lo de uma forma tão vagarosamente inquietante. E o mesmo sucedeu como resto da roupa, até ficar apenas de roupa interior. Querendo ou não, a minha respiração já tinha acelerado. E por isso não quis deixá-lo tão confortável como aparentava.
-Lamento informar, Senhor Massagista, mas só o deixo prosseguir se estiver nas mesmas condições que eu, por isso, é a minha vez de deixá-lo apenas com o essencial no corpo - Ele não se demonstrou surpreso, pelo contrário, aquele ar intenso não se ia embora!
-Sou todo teu - disse, abrindo os braços ao lado do corpo. Levei então as mãos ao rebordo da sua camisola, e senti-me a tremer, mas controlei-me de imediato e prossegui cm a questão de desnuda-lo, tentando transmitir um pouco daquilo que ele havia transmitido, mas acho que não fui tão bem sucedida. O certo fi que notei o seu peito acelerar os movimentos respiratórios. Se ele quisesse esquecer a massagem eu não me importava e pedia-a depois! Para minha felicidade, ou o contrário, dependeria do ponto de vista, ele manteve um controlo invejável. - Agora preciso que tires isto. - disse-me com um tom inferior ao que costuma usar, colocando os indicadores por baixo das alças do meu soutien e fazendo-as descer-me pelos ombros - E que te deites de barriga para baixo - terminou, dando-me um pequeno beijo nos lábios. Acedi ao seu pedido, enquanto ele me observava. Foi então até à caixa e pegou numa embalagem, que abriu e fechou, levando as mãos untadas de um creme de cheiros exóticos às minhas costas. Parecia que um choque me percorrera a espinha, sob o contraste entre a temperatura do meu corpo e do creme e ainda o contacto da sua pele com a minha. A magia teve inicio logo após as suas mãos me tocarem. A sensação que me proporcionava fazia-me relaxar, sentir uma paz interior maravilhosa, mas ao mesmo tempo, contradizendo, fazia-me entrar num frenesim absoluto de sangue a correr-me nas veias mais depressa que o normal, fazia-me carregar a respiração que seria a mais calma possível, fazia-me quere-lo só para mim. Permaneci em conflitos interiores acerca destas contraditórias sensações enquanto o meu corpo era privilegiado pelo toque das suas mãos, julgo que cerca de 20 minutos, mas não suportei muito mais.
-Amor - chamei-o, com uma voz um pouco assolada pela rouquidão.
-Princesa - respondeu apenas, não parado os movimentos circulares que exercia nesse momento no fundo das minhas costas.
-Podes parar.
-Está assim tão mau?
-Não amor, está é bom demais!
-Então se está bom demais deixa continuar... - sorriu-me.
-Não, agora é a minha vez! - disse-lhe, ao que me levantei e fi-lo trocar de lugar comigo, porém ele ficou sentado na cama, encostado à cabeceira da mesma. - Então Rú? - Ele puxou-me pelas mãos e fez-me sentar no seu colo de frente para ele, levando depois as minhas mãos até ao seu peito e deixando-as lá.
-Para mim é ao contrário, Senhora Dona Massagista - indicou, piscando-me o olho e fazendo-me um meio sorriso. Havia voltado ao seu estado mais natural. Semicerrei os olhos por segundos, com um leve sorriso no rosto e coloquei também um pouco de creme nas mãos para a seguir percorre-las pelo peito dele. Assim que se deu o contacto ele engoliu em seco devido aos contraste de temperaturas, visto que o homem estava a escaldar e o creme nem tanto. Explorei o melhor que soube o seu tronco, um pouco nervosa também, pois a maior parte do tempo ele estava de olhos postos em mim. Passados uns 20 minutos desta vez também, enquanto as minhas mãos passavam, mais uma tortuosa vez, pela linha dos seus boxers, ele pegou nas mesmas e começou a arrastá-las, muito vagarosamente para baixo, passando de leve sobre  avultado nos seus boxers e seguindo depois com as costas da suas mãos sobre as minhas coxas, acabando por largar as minhas mãos, colocando as suas no fundo das minhas costas e empurrando-me um pouco para a frente.
-Rúben... - manifestei-me, meio envergonhada.
-Hmm - murmurou apenas, continuando a fitar-me, como desde quando havia parado o trajeto que eu fazia com as mãos.
-Amor... - Ele esboçou um leve e carinhoso sorriso.
-Princesa, para com isso, a sério. Tocarmo-nos desta forma de luzes acesas ou apagadas vai dar ao mesmo. Não tens de ter vergonha de nada, meu amor.
-Eu sei Rú, mas sabes que tocar-te assim deixa-me...
-Deixa-te como tu me deixas a mim. Se não formos devagar vamos depressa, temos uma noite inteira para abrandar o ritmo  terminou, abraçando-me mais delicadamente e começando com uma dança de beijos pelo meu pescoço. Por mais calmamente que quisesse aproveitar os momentos, ficava sempre difícil com ele. Talvez uma noite inteira a praticar resultasse em alguma coisa...

sábado, 17 de janeiro de 2015

Capitulo 35 (parte II)

Olá meninas!
Primeiramente, desculpem desculpem desculpem não publicar nada há tanto tempo, mas o tempo realmente não me é quase nenhum! Mas pronto, aqui têm, finalmente, mais um capitulo! Espero que gostem! Besitos! <3


Visão Mónica

Subimos para o quarto em silencio, mas na minha cabeça estavam imensas perguntas e começavam a instalar-se também alguns medos, o que não era bom.
-O que e que diz a carta? - perguntei ao Rodrigo, assim que ele a deixou na mesa de cabeceira e se sentou na cama. Quando ouviu a minha pergunta expirou profundamente e colocou a cabeça entre as mãos.
-Mais ou menos o que ela falou quando veio aqui na porta. Diz que não vai desistir e agora que virou a nossa vizinha da frente não vai nos deixar descansados.
-Ela vai cumprir, não vai?
-Ela vai fazer de tudo pra não deixar a gente em paz - fiz um pequeno esgar de desagrado. Ela deixava-me desconfortável. Metia-me medo. E assustava-me, reduzia-me a algo pequeno, pelo facto de já ter sido alguém importante para o Rodrigo e por parecer que a sua resistência, insistência ou não desistência não iam acabar. E pelo óbvio também, a sua descarada beleza. Não fiz mais perguntas. Troquei a roupa pelo pijama e fui lavar os dentes dirigindo-me para a cama em seguida, onde o Rodrigo acabara de vestir o seu pijama também. Após lavar os dentes também ele se deitou ao meu lado.
-Não se preocupa, amor. Ela não vai conseguir destruir nada do que a gente já construiu até agora - tentou sossegar-me, reparando na minha preocupação camuflada. Não respondi. Se tivesse certeza de que nada ia acontecer a custa dela teria dito alguma coisa. Mas não tinha certeza de nada. Eu sabia as minhas inseguranças, as minhas confrontações internas, mesmo ouvindo todos os dias da boca do Rodrigo o quanto me amava. Sempre fora assim, e mesmo com a certeza de um lado, a incerteza estaria sempre presente do outro. E para piorar, para fazer tremer ainda mais as inseguranças, a Carolina era uma mulher esplêndida e a atitude dela era firme, ameaçadora porém neste caso, mas o pouco que captei, a sua personalidade demonstrava-se cativante para o sexo oposto. E tendo o Rodrigo já nutrido sentimentos fortes por ela, o desconforto que sentia era ainda maior. A minha cabeça estava uma confusão. Uma confusão medonha.

-Bom dia, minhas princesas! - cumprimentou o Rodrigo, chegando a cozinha, onde eu e a Mariana já nos encontrávamos, assim como o Donni, que se entretinha com um boneco, dando um beijo na testa a cada uma e juntando-se a nos a mesa.
-Bom dia - respondemos unissonamente. Ate o tom, pouco alegre, se assemelhou.
-Isso e tudo porque ta chovendo ou porque a preguiça ta grande?
-Porque ta chovendo, eu quero a minha cama e porque eu odeio a nova vizinha da frente! - respondeu a Mariana de imediato, fazendo notar-se exactamente o desagrado real.
-A gente tem de ignorar ela!
-Se fosse fácil! - voltou ela a resmungar. - Isso é pra você! Jogaram debaixo da porta! - estendeu-lhe uma carta. ele aceitou-a, de sobrolho carregado. ela entregou-lhe também uma pequena cestinha de verga, tapada com plástico. e tinha um lacinho cor-de-rosa.
-Isso também colocaram debaixo da porta?
-Não. o Donni e que ficou a rabujar para a porta quando fomos ver o que era encontramos isso! - desta vez eu esclareci-o. ele olhou para mim cautelosamente, pois percebeu que de agrado a minha voz nada tinha. depois de deixar de me fitar, colocou a cestinha em cima da mesa e abriu a carta para lê-la.

Visão Rodrigo

Abri o pedaco de papel que a minha irmã tinha me dado para ler o que a carolina tinha escrito dessa vez.

''Bom dia, gato! espero que esteja bem-disposto, porque o ar de durão e todo mal-disposto não assenta nada bem em você!
Acordei bem cedo hoje pra fazer biscoitos, e deixei uns pra você do lado de fora da porta! Espero que goste, foram feitos com muito amor!
Um beijo bem gosto de bom dia!
Sua, carolina''

Peguei na cesta e rasguei o plástico que cobria a mesma, me preparando pra jogar os biscoitos na taça do Donni, mas fui interceptado.
-Nem pensa em dar isso pro Donni! Ele ainda morre envenenado! Joga logo isso no lixo!
-Ele não os comia na mesma, não viste como e que ele ladrava para a porta por causa disso?
-Ladrava não, né? Se esganiçava todo, que aquilo não foi ladrar! - gargalhou a minha irmã, gesto que a Mónica igualou.
-Coitadinho, ele ainda e pequenino, ainda tem de aprender! - entretanto joguei os biscoitos de volta na cesta e a deixei em cima da bancada, voltando a me sentar a mesa.
-Bom gente, vamos nos apressar! A gente tem de ir pra faculdade!
-Eu já terminei! Podemos ir! - anunciei, me levantando, assim como elas, para leva-las ate a faculdade.

Após deixar as meninas na faculdade fui às compras, com a lista que a minha namorada tinha feito, caso contrário metade das coisas eu não trazia. assim que estacionei o carro no caminho de acesso a casa, sai do carro e fui até à bagageira do mesmo buscar os sacos, e assim que me virei, após ter fechado a mala do carro, tinha do outro lado da estrada a Carolina. Acabei, inevitavelmente, cruzando o olhar com ela, que sustentou um olhar perigoso. Aquele que demonstrava que de facto ela não ia deixar a gente em paz. Só de pensar me cansava. Ela fez um "tchauzinho" e sorriu, desdenhosamente, entrando dentro de casa em seguida. Virei costas e me recolhi no quente de casa, arrumando as compras sem pressa. Quando arrumava as coisas nos armários da cozinha me deparei de novo com a cestinha com um laço cor de rosa. Talvez se eu conversasse com ela... Não, não ia adiantar de nada. Mesmo assim, após terminar as arrumações e dar de comida pró Donni, peguei na cesta e resolvi ir devolver.
Toquei à campainha, que apenas depois de algum tempo foi atendida. Por trás da porta surgiu a Carolina, de sorriso no rosto, aquele sorriso dissimulado dela, e vestia pouco mais que um vestido curtíssimo, de um decote que evidenciava muito claramente o que estava por baixo, e umas botas de cano até ao joelho.
-Que surpresa boa! - sorriu.
-Não precisa se entusiasmar, eu só vim devolver o que você deixou na porta da minha casa - retorqui, com o tom de voz evidenciando rudeza, como era necessário, estendendo pra ela a cestinha. Sinceramente, era meio estranho pra mim adoptar esse tom de voz, não era algo natural em mim, mas nesse caso era necessário porque era exactamente o tom que a Carolina merecia da minha parte. Na verdade, ela nem merecia nada de mim, mas já que ela tinha imposto a sua presença, de novo, na minha vida, eu tinha de lidar com a mesma.
-Ai, que rude Rodrigo! Eu fui muito educada!
-Pode aceitar isso de uma vez pra eu ir embora?
-Com pressa? Pelo que eu vi nem a garotinha que entretem você nem a insuportavel da sua irmazinha tão em casa, por isso a gente tem tempo de sobra!
-Carolina, eu não tou nem com tempo nem com paciência, por isso aceita logo essa droga antes que eu deixe aqui mesmo e vá embora!
-Ai não Rodrigo, entra por favor! Que vizinha que eu sou, né? Nem convidei você pra entrar! - simulou um sorriso.
-Tá bom, então pronto, tá aqui - coloquei a cestinha no chão. - Não volta a me incomodar com esse tipo de coisas! Colhe amizade ou o que você quiser de outros vizinhos! A minha porta não tá aberta pra você! - virei costas e caminhei de volta à minha casa.

-Então puto, como é que vai isso? - me cumprimentou o Rúben, chegando e me dando uma palmada nas costas. Mais um treino estava prestes a decorrer.
-Já teve melhor, mas vai indo.
-Então, o que é que se passa?
-A minha ex namorada voltou.
-A sério?
-E pior, virou a minha vizinha da frente e não para de mandar cartas e coisinhas lá pra casa!
-Estás a gozar!
-Bem que eu queria!
-E agora? O que é que vais fazer?
-Ignorar. É o que a gente lá em casa tá tentando fazer.
-Imagino que não seja fácil.
-Não é mesmo. E como ela é não vai parar tão cedo.
-Que sorte, hã puto! - falou ironizando.
-Nem me fala. Mas então e você, como é que tá?
-Eu estou óptimo! Com a Fii ao meu lado é pouco provável que esteja mal!
-Ainda bem, você merece, depois de tudo o que aconteceu com a... - me detive, não tendo a certeza se seria bom falar.
-Com a Andreia, podes dizer. Para mim já é passado. Ela é que não quis dar o devido valor, e agora eu já não quero saber, já não me interessa. O que me interessa é que encontrei alguém que finalmente parece dar-me valor e gostar de mim a sério, por isso, só tenho motivos para estar bem!
-Você merece!
-Ai, vá,pronto, está bem,agora já chega de coisas de Amélias e vamos equipar-nos! - rimos e seguimos então para os balneários.

Visão Filipa

Quando a Mónica me contou o que andava a acontecer com o regresso da ex namorada do Rodrigo, fiquei boquiaberta. Aquela rapariga mais parecia um tormento! Reparei que o olhar da minha melhor amiga estava toldado com uma centelha de tristeza, para além da evidente irritação, até mesmo pelo tom de voz com que ela se exprimi. Se havia coisa que eu detestava era ver os meus amigos tristes, e o facto de ser à custa de uma desmiolada sem noção de uma ex namorada aumentava ainda mais a minha vontade de animar a minha amiga, por isso quase na hora de sairmos do trabalho fiz-lhe uma proposta, e visto que no dia seguinte estaríamos de folga, melhor seria a ocasião.
-Nica - chamei-a carinhosamente, quando ela se preparava para ir deixar uns papéis ao escritório improvisado que tínhamos na salinha atrás de nós.
-Sim? - perguntou, parando, e já com um olhar desconfiado, pelo facto de ter utilizado o apelido carinhoso para chamá-la.
-Tens planos com o Rodrigo hoje à noite?
-Não, porquê? Precisas de alguma coisa?
-Queria fazer-te um convite!
-Faz!
-Que tal uma noite só de raparigas? Podemos ser só as duas ou podemos chamar mais meninas, se quiseres!
-Aceito! Podemos só chamar a Mariana, então?
-Claro que sim! - concordei, sorrindo-lhe.
-Boa! Então já lhe ligo, e vou ligar ao Rodrigo para ele depois não ficar preocupado!
-Sim, eu também vou ligar ao Rúben! Ah e olha, vamos de transportes, pode ser? É que fica mais emocionante!
-Mais emocionante? - perguntou, com uma pequena gargalhada.
-Sim, sei lá! De carro é mais calmo, mais fácil, sei lá!
-Pronto, está bem! - riu novamente, seguindo finalmente com os papéis.

A Mónica subiu até ao quarto dela e do Rodrigo para se arranjar para a nossa noite, ao que o Rodrigo a seguiu até ao mesmo, e eu fui com a Mariana até ao dela para a ajudar a escolher a roupa. Pouco depois descemos e esperámos ainda alguns minutos para que a Mónica descesse também, o que aconteceu por entre gargalhadas com o Rodrigo, enquanto desciam as escadas.
-Ay, que guapa estás, bonita! - sorriu a Mariana à minha melhor amiga, utilizando o seu lindo espanhol para elogiá-la.
-Que hermosa, cuña! Tu también estás muy guapa! - agradeceu-lhe a Mónica também em espanhol, um espanhol não tão bom, mas bonito.
-Yo estoy de acuerdo, mis princesas estan hermosissimas! - juntou-se-lhes o Rodrigo, com um espanhol igualmente belo.
-Hm, bem, falto eu a falar espanhol... Hm, Que tal estoy yo? - falei por fim, mostrando o vestido que envergava, o mesmo que levara para o trabalho. Claro que ia trocar de roupa, mas quis meter-me no meio daquele espanhol e dos elogios.
-Estás linda! - respondeu-me a Mónica.
-Era suposto responderem em espanhol também, mas pronto, obrigada! - rimos de seguida, fazendo não demorar as despedidas do Rodrigo para seguirmos ainda para minha casa. Íamos já a chegar a minha casa quando a Mónica reparou que não tinha trazido a carteira com os documentos.
-Já voltamos lá então princesa, deixa-me só acabar de pentear. Mas depois ninguém se esqueça de mais nada que quero aventurar-me nos transportes públicos!

Visão Rodrigo

As meninas saíram lá de casa e eu fiquei sozinho com o Donni. Depois de jantar me deixei ficar na sala assistindo televisão, mas me cansei de ficar sozinho e liguei ao Rúben para vir cá em casa, ao que ele aceitou. Dez minutos se passaram e a campainha tocou. Achei que seria muito cedo pró Rúben ter chegado, mas fui abrir a porta n mesma. Quando eu ia fechá-la novamente a Carolina começou falando num fingido tom choroso e entrando de rompante na minha casa. Apenas de toalha enrolada no corpo, chinelos e o cabelo molhado. Para outro homem qualquer seria uma dádiva, mas a mim me dava náuseas.


-O que é que você tá fazendo aqui e desse jeito?! - perguntei fechando os olhos enquanto passava a mão pela cana do nariz, expirando bruscamente.
-Ai Rodrigo, você não vai acreditar! Eu ia tomar banho, ia encher a banheira de...
-Não quero ficar ouvindo histórias Carolina, eu quero que você saia daqui agora!
-Mas Rodrigo, o meu gás acabou e eu tou com pressa, sem falar que tou morrendo de frio! Eu posso usar o seu chuveiro, rapidinho?
-Não, não pode! Sai daqui, se vira, mas sai daqui! - respondi, tendo de empurrar ligeiramente ela, que tentava fincar os pés no chão. E quando vi, a toalha dela tava no chão. Me virei de costas de imediato. - Pega essa toalha e sai da minha casa, agora.