domingo, 9 de novembro de 2014

Capitulo 35 (parte I)

Olá meninas!
Como sempre, peço desculpas por não postar com muita regularidade! Acreditem que por minha vontade vos trazia um capítulo todos os dias, mas de facto não me é possível.
Bom, mas aqui está um novo capitulo, que espero que gostem!
Besitos <3


(Mónica)

-Amor, cê se importa de ir abrir? Eu tou terminando de me vestir - pediu, após terminar de se calçar, levantando-se para apertar o cinto das calças.
-E depois nós é que demoramos horas, não é menino? - ri, saindo em seguida do quarto até ao andar inferior para abrir a porta. Abri-a ainda com um sorriso no rosto, deparando-me com uma rapariga do outro lado da porta. De cabelo um pouco depois dos ombros, meio para o aloirado, olhos castanhos, pele brilhante, sorriso encantador, assim como um corpo totalmente invejável.


No momento exacto em que a encarei, um arrepio logo percorreu a minha espinha, seguindo-se um novo arrepio com o olhar desdenhoso que ela me lançou de alto a baixo, como que tentando demonstrar-se superior. Porém, com educação e respeito, mantive um ligeiro sorriso.
-Boa noite - disse-lhe.
-Boa noite - retorquiu, num tom igualmente desdenhoso de um sotaque brasileiro que já me era tão familiar, tornando-o apenas um pouco menos desdenhoso devido ao tom meio jovial do seu timbre de voz.
-Posso ajudá-la em alguma coisa? - perguntei, sentindo-me um pouco incomodada pela atitude de superioridade que a rapariga ostentava, firmando-se mais ainda através das suas roupas curtas e justas que realçavam mais ainda os seus traços e curvas.
-O Rodrigo tá em casa? - perguntou, lançando um breve olhar sobre as minhas costas. Ia responder-lhe quando ouvi os passos do Rodrigo, que terminava de descer as escadas, abotoando os punhos da camisa, ainda meio aberta.
-Quem é amor? - perguntou, chegando junto a mim ainda de cabeça baixa. E assim que ergueu o olhar para a porta a sua expressão perdeu-se, fixando desagradavelmente o olhar na rapariga. Esta olhava-o fixamente, com uma espécie de sorriso no rosto. - Carolina - disse ele, inexpressivamente. Após ouvir tal nome senti-me petrificar. O arrepio que senti assim que a encarei tinha tido a sua razão de ser. A ex-namorada do Rodrigo tinha voltado, e estava ali, bem na nossa frente.
-Oi meu bem! - sorriu ela.
-O que é que você tá fazendo aqui? - perguntou o Rodrigo friamente.
-Nem vai me convidar pra entrar? Tá perdendo seu cavalheirismo garoto! - respondeu ela, começando a dirigir-se para a porta, de onde nem eu nem o Rodrigo nos havíamos movido. - E você garota, quer fazer o favor de sair da minha frente e bancar de novo aquela de boa mocinha?
-Não fala assim com a minha namorada! - disse imediatamente o Rodrigo, adquirindo para além da frieza na voz uma posição tensa ao meu lado. - E eu não vou te convidar pra entrar nem vou querer ouvir mais a sua voz, por isso me faça o favor e vá embora.
-Ai, me desculpa, essa daqui é sua namorada? Pensei que fosse uma das suas empregadas atiradiças e desesperadas! - disse ela, recorrendo a uma falsidade deplorável. - E você, para além de um mau gosto agoniante pra escolher garotas de curtição, tá ficando muito pouco Senhor! Onde que já se viu alguém me deixar na porta de casa? Nunca ninguém fez isso comigo, viu?
-Cala essa sua boca! Você não tem moral nem sequer direito pra falar assim! - aumentou um pouco o tom de voz, exaltando-se.
-Até me mandando calar você já tá? Ai que suas amiguinhas não andam te fazendo bem mesmo!
-Sabe porque é que você não tá acostumada a que alguém dê resposta torta pra você e te deixe na porta? Porque cada porta que você bate você vai se oferecendo, mas aqui nem oferta, nem desculpa, nem nada! Eu quero é que você suma! - continuou ele a responder-lhe, do mesmo modo frio e exaltado. Eu não sabia o que fazer. Mantive-me ali, petrificada, enquanto os ouvia.
-Ah, pelo amor de Deus, Rodrigo! Não fala muito que você bem gostava quando eu era sua!
-Cala a boca, Carolina!
-Porquê, vai negar? Melhor, vai dizer que essa dai é melhor que eu?
-Não, ela não se compara com você, é diferente! Você não vale nada! Ainda não cansou de dar o golpe nas pessoas? Ainda não bateu com a cabeça de uma vez pra aprender a se civilizar?
-Ah, esse pãozinho sem sal vale mais que eu? Nem pintada de ouro, meu bem! Basta colocar uma no lado da outra e ver quem é a melhor! - Estas acusações, as bocas e as provocações tanto ao Rodrigo como a mim estavam a fazer-me fervilhar por dentro e recordar tudo o que ela tinha feito ao meu namorado e tudo o que ela lhe tinha dito, e a revolta voltava a percorrer o meu interior.
-Mas tu importaste de te calar e por-te daqui para fora? Para de importunar a vida ao meu namorado! - gritei, não suportando mais permanecer em silencio. O Rodrigo pareceu assustar-se ao ouvir-me, mas deixou-me prosseguir, sem me interromper. - Ainda não percebeste que ele não quer mais nada vindo de ti?
-Ui, que ela fala! - riu a Carolina. - Queridinha, não se acostuma a chamar ele de seu namorado que daqui a dois, três dias ele vai tar te largando!
-Vê-se bem que não conhecias a pessoa que tiveste ao teu lado! Se conhecesses sabias que quando ele ama ele luta, e eu dou-lhe aquilo que tu nunca lhe deste verdadeiramente: amor! A única coisa que tu amas é a ti própria! O amor pelos outros some-te  quando vês dinheiro!
-E o que é que você sabe pra tar falando, meu bem? Você nem conheceu a gente quando tava junto!
-O Rodrigo contou-me e foi suficiente!
-Ele te contou uma versão da história, a versão dele! Ele é que é o canalha aqui!
-Não vales mesmo nada! - gritei, sentindo-me ofendida com as acusações dirigidas ao Rodrigo.
-Calma amor, ela não merece o tempo da gente - disse-me o Rodrigo, colocando uma mão em cada um dos meus braços.
-Isso, consola a mocinha que você vai largar em breve pra voltar pra mim! - riu a Carolina.
-Eu nunca voltarei pra você! Vê se me esquece e vai embora!
-Ai é que você se engana, bebe! Eu não vim só de passagem não, eu vim para ficar nessa cidade, descanso é coisa que eu não vou te dar! Ah e você garota, não fica nem no meu caminho! - disse ela, franzindo o olhar na minha direção, ameaçdoramente. Imediatamente a tais palavras o Rodrigo levou a mão pesadamente ao braço dela, apertando-o com força e falando em seguida num tom também ameaçador.
-E você,  nem ousa ameaçar a minha namorada, eu não admito isso.
-Vai me bater? - disse ela, parecendo um pouco incomodada com o apertão que o Rodrigo lhe dava no braço.
-Eu próprio não conheço meus limites, por isso não me testa garota - voltou a ripostar num tom seriamente avisativo. Depois soltou-a bruscamente, mantendo o olhar num mesmo tom. Em seguida estendeu a mão ao sofá,  agarrando no seu blazer e fechou a porta atrás de nós, após ter apagado as luzes da sala, que por sinal eram as únicas acesas. - Vem amor, vamo embora - voltou a falar, num tom mais delicado, dirigindo-se a mim, enquanto entrelaçava as nossas mãos. Começámos a andar em direção ao portão, aberto, e ouvimos os seus passos pouco depois a seguir o mesmo trajeto. - E você,  se livra de tar na minha porta mais uma vez, sem ser convidada, o que não vai acontecer, por isso sai daqui de uma vez, pra não voltar! - disse o Rodrigo num tom ligeiramente mais calmo, porém com o mesmo tom de aviso, sem sequer olhar para trás.

Visão Rodrigo

-Você tá bem? - perguntei, assim que entramos no carro.
-Sim - respondeu, meio inexpressivamente.
-Tem certeza?
-Podes por o carro a trabalhar? E que do retrovisor vejo-a olhar para aqui e a sorrir! - pediu, um pouco impaciente. Acedi ao seu pedido e logo iniciamos caminho para o restaurante que eu, entre abotoar a camisa e me calcar, liguei, reservando uma mesa.
-Me desculpa, meu amor. Eu não faço a menor ideia de como ela me encontrou e não sei porque e que ela tá aqui.
-Está bem, não faz mal.
-Já fez. Ela estragou a nossa noite.
-Só estraga se nós deixarmos.
-Mas você tá com essa cara toda triste... E eu também não fiquei feliz de ela tar aqui.
-Esta cara já passa.
-Tem certeza?
-Sim - respondeu, me oferecendo como prova um pequeno sorriso.
-Então tá! - concordei, animando um pouco mais. Decidi ligar o rádio pra aligeirar mais rapidamente o ambiente, o que surtiu efeito.
Quando chegamos no restaurante, o empregado no conduziu de imediato até à mesa.
-Gostou? - perguntei, observando ela olhando ao nosso redor.
-Sim, gostei - sorriu. O empregado surgiu novamente com os cardápios, voltando a se retirar assim que os entregou à gente.
-Ainda bem, amor - sorri de volta. - Já escolheu? - perguntei, após alguns silenciosos minutos analisando a variedade de escolhas que nos era apresentada.
-Sim, vou pedir o salmão.
-Que bom. - O empregado surgiu, querendo recolher os nossos pedidos, pelo que anunciei então a minha escolha, peito de pato recheado com espinafres e nozes, e a Mónica fez também o seu pedido.
-E para beber? - quis saber o empregado.
-Eu vou querer uma coca-cola com gelo e limão, por favor - pedi.
-Têm vinho à taça? - perguntou a Mónica, me surpreendendo um pouco, apenas pelo facto de ela habitualmente não beber bebidas alcoólicas.
-Temos sim, minha senhora.
-Então traga-me este verde, o Maria Papoila, por favor.
-Você vai beber? - perguntei, com um tom de estranheza, mas não acusatório.
-Sim - respondeu, ao que me foi perceptivel um tom um pouquinho tenso. Ai percebi então que o assunto entre a gente não tava fluindo, que apesar de meros sorrisos aparentes, a tensão rodeava a gente por detrás. Mais uma vez o empregado apareceu com as nossas bebidas, se retirando em seguida. Porém não tardou a regressar, desta vez já com os nossos pedidos. Iniciámos a refeição em silêncio, mas eu não tava tolerando essa falta de troca de impressões, essa falta de troca de palavras. Ela mal olhava pra mim.
-Amor - chamei delicamente, conseguindo finalmente direcionar o seu olhar sobre o meu.


- Fala pra mim.
-O quê? - simulou não entender, desviando o olhar de mim para o seu prato.
-O que você ta pensando, o que você tá sentindo. A gente não tá tendo assunto como a gente sempre tem e você não tá nem olhando pra mim - ela permaneceu em silêncio, fitando o seu prato, mas segundos depois ela expirou profundamente e rompeu o voto silencioso.
-A Carolina. - O que eu imaginava. Comecei tentando encontrar alguma coisa pra dizer que a confortasse, mas interrompi a procura, visto que ela prosseguiu. - Ela intimidou-me. Eu tentei com que não acontecesse, mas não consegui. Para além de ela ser bonita ela é...
-Amor, para por aí, por favor. Não se rebaixa, pelo amor de Deus, você não se compara a ela nem um pouco, vocês são completamente diferentes!
-Por isso mesmo.
-Por isso mesmo que você não vai fazer comparação alguma! Você é muito melhor que ela em todos os aspectos. Ela não tem esse seu brilho doce no olhar, nao tem a sua delicadeza falando, não iguala esse seu sorriso maravilhoso e contagioso. Ela nunca me fez sentir tão completo, tão apaixonado, tão feliz como você me faz. Não tem comparação possível amor, não tem. - Ela se manteve apenas me olhando. - Entendeu?
-Sim... - me respondeu ainda meio reticente.
-Dá pra entender com firmeza e convicção dessa vez? - sorri, esperando umas posição mais firme da sua parte.
-Sim - tornou dizendo, desta feita sonoramente e convictamente aceitável, adornando tal resposta com um leve sorriso.
-Agora me dá um sorriso gigante, por favor! - Ela acedeu ao meu pedido, me fazendo compartilhar de um grande sorriso também. Conseguimos então depois terminar o jantar com maior normalidade e ligeireza no ambiente. Após umas sobremesas calóricas, pra melhorar o nosso estado de espírito, paguei a conta e saímos do restaurante iniciando caminho até ao carro. Ela estava um pouquinho adiantada, e quando observei ela de costas a imagem me surgiu tão bonita que pedi que parasse e olhasse pra mim, pra que pudesse tirar uma foto.
-Deixa-me ver! - pediu, vindo ao meu encontro, pelo que mostrei pra ela a foto.


-Você é linda - elogiei, mesmo sendo a enésima vez que o fazia, roubando um breve beijo dos seus lábios. - Agora vem que a gente ainda não vai pra casa! - anunciei, pegando a sua mão e nos dirigindo por fim ao carro. Vinte minutos depois tava estacionando o mesmo.
-Onde é que vamos? - perguntou, curiosamente pela primeira vez, enquanto admirava o lindo espetáculo que se prostrava na nossa frente.



-Andar um pouquinho!
-Andar? Com estes saltos daqui a nada estás a levar-me ao colo!
-Olha que eu levo! - falei, sorrindo, enquanto segurava a sua mão e começavamos caminho.
-Olha que eu sou pesada!
-Nem tanto assim! Mas se eu quero casar com você talvez é melhor eu ir treinando e me habituando a carregar você no colo!
-Tu livra-te de me ires pedir em casamento agora!
-Vai machucar meus sentimento! - forjei ofensa, mas sorri no momento seguinte, porém não tão rápido para evitar ver a sua cara afetada.
-Desculpa, eu não quero mago...
-Eu tava brincando, você não me machucou de jeito nenhum amor. Descansa porque tão cedo pelo menos eu não vou te pedir em casamento! O facto de você ter vindo morar comigo é suficiente por agora, se bem que é quase a mesma coisa. - Tornei a sorrir, gesto que a apaziguou e a fez retornar o meu sorriso, prosseguindo caminho comigo. Assim que demos por terminado o trajeto ela fico, mais uma vez, observando a seu redor.



-Não precisa ter medo que não vai virar local de crime! - ri, brincando com ela, resultando uma gargalhada também da sua parte.
-Por acaso só estava a pensar que é bonito.
-É bonito de dia e agora à noite ainda fica mais! Parece que tá envolto de uma magia qualquer... E com você aqui comigo fica perfeito.
-Eu também sinto essa magia... É tão envolvente, tão acolhedora mesmo estando na rua... É lindo!
-Como você!
-Esqueceste-te do''exagerado'', que é a tua parte!
-Dá pra aceitar um elogio meu sem reclamar?
-Dá para deixares de ser exagerado?
-Eu não sou exagerado!
-Hm-hm - desdenhou.
-Eu te amo - disse, esperando apenas a correspondência ao beijo que dei nela de seguida.
-Eu amo-te mais!
-Será que você vai argumentar sempre de volta? - sorri, recebendo um beijo, ao que me pareceu ser de teor consolativo. Acabámos sentando, se bem que eu no chão e ela no meu colo, porque alegadamente o vestido teria de manter o branco imaculado... Tudo desculpa pra sentar no meu colo, mas me agradava sendo desculpa ou não. As constelações não foram nem metade identificada,se concluindo então que a astronomia não era, de todo, o nosso forte, mas não me importei muito, porque o que brilhava mais na minha vida tava bem encostado ao meu corpo.
-Amor, eu trouxe você aqui porque é lindo, como você, mas eu trouxe você aqui por outro motivo.
-Que motivo?
-Eu não sei se pra você é exagerado, ou pode até ser uma coisa sem muita importância, mas pra mim é e eu queria fazer isso.
-Ai amor, desenrola logo, estou a morrer de curiosidade! - pediu, impaciente. Levei então a mão ao bolso esquerdo do meu blazer, que agora cobria e aquecvia as costas da minha menina, e retirei de lá a pequena caixa.
-Eu já tinha comprado faz uma semana, mas só agora é que eu achei que eu devia dar pra você. Uma semana nem faz tanta diferença, mas eu senti que era agora e não quando eu comprei - me expliquei, abrindo a pequena caixa na nosxsa frente, envolvendo ao mesmo tempo o seu corpo com os meus braços.



-São lindas, amor - sorriu, me presenteando com um beijo. Não dissemos mais nada. Após o pequeno beijo colocámos as alianças, acompanhados de sorrisos de felicidade e ficámos ali apenas trocando carinhos e beijos durante pelo menos mais uma hora.
-Amor, o asento continua confortável, mas estou cheia de frio. Podemos ir embora? - perguntou, se desencostando do meu corpo.
-Claro amor - acedi de imediato, me levantando depois dela para que regressassemos ao carro e retomassemos o calor de casa.
Era uma da manhã quando a gente chegou em casa. Depois de descer do carro a Mónica tirou os sapatos e se dirigiu apressadamente até à porta da entrada, levando já as minhas chaves na mão para poder abrir a mesma, e ao fazê-lo, depois de eu já ter entrado e ela à guerra com a chave na fechadura, deixou cai os sapatos.
-Ah, vocês já chegaram... - descobri a cabeça da minha irmã no sofá, e logo depois fui sobressaltado pelo Donni, que correu na direção da minha namorada.
-Ficou acordada esperando a gente, maninha? - perguntei, me encostando no braço do sofá e fazendo uma festa no seu cabelo. A Mónica finalmente fechou a porta e pegou nos sapatos, recolhendo também o Donni no colo.
-Não, nem tava, mas acabei adormecendo aqui com esse bichinho lindo! - respondeu a mina irmã, esticando um braço e fazendo festinhas no Donni.
-Tá, mas então é melhor você agora subir pró quarto e dormir na sua cama pra não ficar com dor de costas.
-É, eu vou subir sim.
-E a gente também vai, não é amor?
-Sim - concordou a minha namorada, colocando o Donni no chão.
-Espera aí! Que é que é isso? - perguntou, com um sorriso se formando, ao pegar a mão da Mónica.
-Uma aliança, você sabe - respondi, mei revirando os olhos, mas não evitando um sorriso.
-Ai que lindos, gente! - sorriu mais ainda.


-Isso você também já sabe!
-Ai, pronto, tá bom! Sabe que eu às vezes não sei como que você aguenta o meu irmão?
-Bom, gente, vamo subir então?
-Vamos! - concordou a Mónica.
-Ah, Rodrigo!
-Fala! - me dirigi novamente à minha irmã.
-Isso aqui é pra você - disse, me estendendo algo que me pareceu uma carta. - Alguma fã bem aplicada deve ter descoberto onde que você morava! - sorriu. Sorri levemente, aceitando o pedaço de papel e abrindo pra ler. Minha circulação teve umtrânsito absoluto ao ler. - Ai Rodrigo, que cara é essa?
-O que é que foi, amor? - perguntou, se aproximando de mim.
-É da Carolina - esclareci, secamente. A Mónica acusou de imediato a mesma aparência que eu.
-A sua fã se chama Carolina?
-Não.
-Não?
-Não.
-Então? Carolina? Mas... que Carolina?
-A Carolina.
-A Carolina? Como assim, a Catrolina? Como é que...?
-É a nova vizinha da frente - esclareci mais uma vez, amargamente. A Mónica arregalou os olhos, demonstrando ainda mais incredulidade e desagrado.
-Como que isso é possível? O que é que ela veio fazer aqui?! - pausou meros segundos, mas retomou a palavra. - Ela deve tar querendo as boas-vindas dos vizinhos! Mas então eu vou lá fazer a vontade dela! Dou as boas-vindas e as idas! - exasperou a minha irmã, se dirigindo prá porta da rua. Tive de segurá-la.
-Não Mariana, deixa, isso é o que ela quer. A gente vai ter de ignorar ela.
-Ai Rodrigo, mas você sabe a vontade que eu tenho de...
-Vai ter de controlar.
-Acredita que se ela aparecer na minha frente eu não controlo nada! - Suspirei.


-Pronto gente, vamo subir e descansar que amanhã é um novo dia! - Acabámos então por subir para os nossos quartos.