sábado, 31 de agosto de 2013

Capitulo 28 (parte V)

Olá meninas!
Aqui está mais um capitulo como já é habitual, mas aqui está ele! E bem, deixem-me dizer-vos que tiveram sorte, porque por alma de alguém tive uma vaga de inspiração o que me levou a escrever mais e mais rápido! xD
Espero que gostem e deixem os vossos comentários!

Besos
Mónica

Visão Rúben

Saí do quarto desgostoso. Tinha custado muito dizer tudo aquilo àquela que anteriormente tinha feito para que hoje eu estivesse feliz ao lado da Andy, mas eu não suportava ficar simplesmente calado enquanto o meu amigo estava em outro continente, indefeso e arrasado! A Andreia veio atrás de mim. Fomos até à sala, e ambos estávamos com um ar consternado. Sentamo-nos em silêncio no sofá, absorvidos por sentimentos penosos.
-Não vais falar com ela? - perguntei, estranhando, pois ela seria a primeira a ir ter com a Mónica.
-Não. Eu acredito em ti.
-Acreditas?
-Acredito. O que tu disseste à Mónica fez-me pensar... Por mais que não queira, com os sinais evidentes, e tudo o que disseste, eu acredito em ti. Pensei que ela amasse o Rodrigo, mas se calhar não... Se calhar foi só para passar um bom bocado com ele, ela desde o final do nosso 11º ano que andava a tecer baba por ele, mas se calhar era só porque ele é bonito, e depois as conversas e brincadeiras que tínhamos fizeram-me acreditar que ela o tinha como ídolo, mas posto isto tudo, não sei...
-Não te custa?
-Custa, se bem que agora ainda estou um bocado aturdida, por isso acho que não sinto tanto a desilusão e a descrença...
-Desculpa se estraguei a nossa última noite juntos...
-Alguém tinha de fazer o que tu fizeste e contar ao Rodrigo.
-Quem me dera não ter sido eu.
-Mas agora já está.
-Pois, pois está, e entretanto o coração dele está fragmentado de tal maneira que nem quero imaginar.
-Ele vai ficar bem.
-Espero mesmo que sim, e rápido, porque não vou aguentar vê-lo todos os dias a morrer pelos cantos e a cada respirar!
-Ela não está ao pé dele, tão depressa não voltamos a Portugal, por isso acho que deve ser tempo suficiente.
-Há tempo determinado para sarar um coração? Ainda por cima o dele? Com os golpes fundos que ele levou? Deus te oiça!
-Vá, não vamos pensar mais nisto agora!
-Esquece amor, não consigo!
-Eu sei que é difícil, mas tem de ser, se não não vais conseguir dormir, e não te esqueças que amanhã tens de levantar-te cedo!
-Eu acho que não vou mesmo dormir como deve ser, mas pronto! Então e vamos dormir onde?
-No quarto do meu primo. Não gosto muito disso, mas na sala não dá, e ela está no quarto, por isso...
-Está bem... - Subimos as escadas e dirigimo-nos então para o quarto do primo da Andreia, onde eu me estendi na cama, por baixo dos cobertores, agarrei-me à minha namorada e fiquei com a mente vazia pouco tempo antes de voltar a  pensar em tudo o que tinha acontecido apenas nesta noite. E fiquei a pensar e a pensar até acabar por, finalmente, adormecer.
De manhã acordei, depois de ter dormido as poucas horas que consegui e fui tomar um duche. Voltei para o quarto para me vestir e a Andreia, depois de me ter dado um beijo de bom dia foi tomar também um duche. Entretanto desci até ao andar inferior e segui para a cozinha para preparar o pequeno-almoço.
-Ai eu lindo, a preparara o pequeno-almoço! Quando estiver contigo outra vez tens de repetir o gesto! - sorriu a Andy ao chegar à cozinha. Sentámo-nos e começamos a comer, tendo eu retribuído as suas palavras com um ligeiro sorriso.
-Ela não vai descer? - perguntei, referindo-me à Mónica.
-Não sei. Quando fui ao quarto buscar a minha roupa ela estava a dormir.
-Hm, está bem.
Após terminarmos de comer, lavamos a loiça e a Andy foi buscar o casaco dela e a mala, assim como as chaves do seu carro, pois estava na hora de me dirigir ao aeroporto. Sai sem me despedir da Mónica.
-Quando chegares avisa-me. E vai-me dizendo como é que o Rodrigo está - pediu a minha namorada, enquanto nos despedíamos. Faltavam quinze minutos para levantar voo.
-Sim, eu ligo-te, e em relação a ele sabes que vai demorar a sarar.
-Eu sei.
-Mas pronto, tenho de entrar, princesa...
-Hm, está bem, vai lá, se tem de ser.
-Vou ter saudades tuas.
-E eu tuas.
-Amo-te.
-Eu também te amo - sorriu, dando-me um último beijo de despedida. A seguir fui obrigado a virar-lhe costas e entrar na porta de embarque, seguindo rumo para o avião que me faria retomar a Portugal.
Visão Rodrigo

Acordei com a cabeça doendo e os olhos ardendo. A minha irmã não tava mais do meu lado na cama. Fui no banheiro lavar a cara e buscar um comprimido prá dor de cabeça e desci até à sala, onde me sentei no sofá, olhando pró vazio. Se até agora tinha me sentido vazio com a falta de presença da minha namorad... dela, agora que tinha acontecido tudo isso, eu tava totalmente vazio. Tinha me tornado tão dependente dela... Quando ela sorria eu sorria também, me enchia de alegria ver ela tão feliz, me fazia feliz. O olha dela, era tão doce... me fazia sentir em casa. E aquele ar dela, uma garota doce e divertida, rindo a toda a hora, de tudo, com todos, fazia a gente ri mesmo que não houvesse motivo. Quando ela não tava eu não sorria do mesmo jeito, e como a minha irmã dizia, eu parecia um ''garotinho bobo apaixonado'' por ficar sorrindo ao lembrar dela... E eu tava apaixonado. Tava tão apaixonado, caramba! Agora isso me irritava! Eu não queria! Eu não queria, sentir falta do sorriso dela, do toque dela, da voz dela falando que me amava, eu não queria tar apaixonado por ela pra não doer tanto!
-Rodrigo, cê tá chorando? - despertei com a minha irmã se sentando ao meu lado. E de facto sim, eu tava chorando, de novo. Olhei pra ela e limpei as lágrimas que tavam caindo no meu rosto. - Eu não goste de ver você chorando, mas se chorar alivia sua dor então chora sempre que precisar!
-Chorar pode até aliviar a minha dor, mas não vai tirar ela na mesma.
-Calma maninho... Você... você já decidiu quando vai falar com ela?
-Não decidi nem se vou falar com ela.
-Você tem de falar. O Rúben não ia mentir pra você quando disse que viu eles se beijando, mas ele pode ter percebido as coisas errado.
-Mas ele falou que haviam sinais evidentes. Eles nem gestos tavam conseguindo conter bem... - falei, baixando a cabeça de novo e sentindo os olhos picar ameaçando novas lágrimas.
-Esses sinais podiam ser outra coisa, afinal eles eram melhores amigos, Rodri.
-Ele gostava, aliás, gosta dela. Se aconteceu ela sabia que ele gostava dela e deixou ele avançar mesmo assim...
-Você só tá vendo um lado...
-Você quer que eu veja que lado mais? Não há outro lado, Mariana!
-Você só tá vendo o lado das coisas ruins pró seu lugar! Imagina que isso tudo tem tudo pra ser verdade, tudo que o Rúben falou, mas depois não é nada disso! Ela também pode tar sofrendo. Ou você não acredita que apesar de não parecer pode haver outra explicação? Você sempre vê todas as possibilidades!
-Não sei...
-Cadê a sua confiança nela, como amiga, não tou falando como namorada! Lembra de como você confiava nela? Ela sempre foi verdadeira com você, e depois que vocês começar a namorar ela continuou sendo, não foi? - tentei reprimir uma vontade de gritar pra tentar soltar tudo que tava me atormentando. Eu tava tão confuso! - Rodrigo, não significa que por você ter sido traído e largado uma vez que isso vai acontecer de novo! Todo mundo tem direito a uma nova oportunidade, você tá tendo a sua do lado dela! Por isso deixa ela ter a oportunidade dela de se explicar, e dá essa oportunidade também pra você pra você ver que essa oportunidade de você ser feliz é real, que isso tudo tá sendo um mau entendido!
-Tá - acabei dizendo - Eu vou pensar, eu preciso pensar! Minha cabeça tá explodindo com isso tudo! Eu preciso tentar me compor porque a gente hoje volta aos treinos, eu tenho que ficar concentrado.
-Pensa então, mas pensa com calma pra fazer a escolha certa. - Eu acenei apenas com a cabeça. - Eu tava indo prá cozinha prepara o café da manhã, vem comigo? - perguntou, se levantando com um sorriso no rosto e me estendendo a sua mão.
-Eu não tou com fome.
-Não tá com fome mas vai comer! Você tem que se alimentar direito, até porque os treinos começam hoje, você mesmo acabou de falar! - ela pegou na minha mão me puxou pra fora do sofá. - Meu Deus, se a mamãe e o papai tivessem aqui e tivessem ouvido você falar que não tá com fome iam achar que você tava doente! - tentou fazer piada pra me fazer rir.
-Até que tou...
-Deixa de ser bobo... Vamo comer e depois cê sobe no seu quarto e descansa, e pensa. A que horas que é seu treino?
-Duas e meia-Eu vou com você! E não reclama, não respinga, não protesta! Eu vou e pronto!
-Tá bom.
-E agora vem, vamo sentar e comer!
Depois de terminar subi até ao meu quarto e me estendi na cama, pensando, e acabei adormecendo.

-E agora tenta se animar, por favor. O Mister não vai gostar de ver você assim.
-Eu tou tentando, mas é difícil.
-Eu sei maninho, mas por favor tira essa cara, você parece que tá morrendo - falou ela, assim que a gente saiu do carro.

-Eu tou morrendo, Mariana, eu tou morrendo por dentro...
-Não fal...
-Mano! - falou o Rúben, chegando de repente junto da gente e me dando um abraço. - Lamento, lamento muito. - falou, depois que se afastou.
-Ai Rúben, parece que cê tá dando seus pêsames, ninguém morreu posha! - falou a Mariana.
-Eu falei que eu tou morrendo...
-Rodrigo deixa de ser bobo, e você prometeu!
-Prometeste o quê? - perguntou o Rúben pra mim, mas quem respondeu foi a minha irmã.
-Que vai pensar e ponderar em dar uma oportunidade prá Mónica se explicar! - Quando ela falou o nome, eu me retorci.
-O quê?! Não estás a falar a sério, pois não?
-Tá sim!
-Ela não merece! Ouve Rodrigo, tu não viste, mas...
-mas ele vai pensar, todo mundo merece uma...
-Parem vocês os dois! Posha gente, a minha cabeça parece que vai explodir! Eu já ouvi vocês, já prometi que ia pensar e vou, mas assim não dá!
-Desculpa - se desculpou a minha irmã.
-Eu acho que ela não merece, mas tu é que sabes... - falou o Rúben, meio contrariado.
-Agora vamo embora que a gente tem treino!
O treino foi definitivamente um dos meus piores, foi tão mau que o Mister me mandou prós balneários mais cedo. Quando o resto do plantel chegou eu sai.
-Rodrigo - o Mister me chamou, quando eu tava me dirigindo prá saída do Caixa.
-Diga Mister - respondi, parando, enquanto ele vinha ao meu encontro.
-Então rapaz, o que é que se passou hoje? Eu sei que toda a gente queria mais férias, mas não costumam ficar assim tão mal.
-Me desculpe Mister, eu prometo que amanhã eu já vou tar totalmente concentrado no treino.
-Eu quero é que me digas no que é que eu te posso ajudar!
-Ninguém pode me ajudar.
-Mas é alguma coisa assim tão grave?
-Não Mister, quer dizer, pra mim é, mas eu já devia saber separar meus assuntos pessoais dos profissionais, aliás, eu consigo sempre fazer isso, mas dessa vez não correu bem, me desculpe.
-Tem a ver com a tua família? Algum parente doente?
-Não Mister.
-É a namorada? - mal ele falou aquela palavra eu baixei o olhar e me retorci em todo meu interior, me esforçando colossalmente pra não cair chorando de novo. - Já conversaram? - perguntou, entendendo automaticamente que havia acertado no assunto.
-Não. O Rúben é que viu e me falou, ela tá na Inglaterra.
-Mas já pensaste em falar com ela? O Rúben pode ter percebido as coisas de forma errada.
Eu prometi prá minha irmã que ia pensar.
-Quantos dias é que precisas?
-Pra quê Mister?
-Para te recompores, para resolveres as coisas com ela.
-Eu ainda não decidi se eu vou mesmo conversar com ela...
-Devias. Mesmo que seja verdade, deixam tudo esclarecido e depois podes seguir em frente.
-Tá, eu vou pensar Mister.
-Vá, vai-te lá embora rapaz. Se precisares de alguma coisa fala comigo.
-Obrigado Mister, até amanhã - me despedi e depois então sai do Caixa, encontrando a Mariana junto do meu carro me esperando.
-Demorou tanto tempo assim ou foi se esconder prá chorar? A sua vista tá vermelha.
-Não fui me esconder pra chorar não, mas vontade não faltou. O Mister teve falando comigo.
-Por causa do treino de hoje?
-Pra saber o que tava acontecendo.
-Você contou?
-Não falei muito, mas ele percebeu.
-E então, que é que ele te falou?
-Pra eu conversar com ela, esclarecer as coisas, mesmo que seja verdade...
-Tá vendo, até o Mister concorda! Você tem de falar com ela!
-Eu vou pensar, já falei pra você.
-Tá.
Entrámos no carro e fomos pra casa.

Visão Mónica

Dormi sozinha. Eles não voltaram ao quarto. Nem a Andreia. Ela não veio falar comigo. Acho que ela está a evitar fazê-lo, a evitar-me. Dormi pouco e mal, e por isso estava desperta quando a Andreia entrou no quarto para ir buscar roupa. Fingi que dormia. Ia esperar estar só com ela para falar-lhe, isto se ela me permitisse sequer. Fiquei no quarto até ouvir a porta de casa bater, e depois sai e fui para a sala, divagar no sofá, enquanto ela não regressava.
Cerca de uma hora e meia depois ouvi a chave na porta. Ela entrou e assim que reparou que eu estava na sala apressou-se a desviar a cara e começar a subir as escadas.
-Agora vai ser assim? - perguntei-lhe, ao que ela parou a meio das escadas, sem no entanto olhar logo para mim.
-Vai ser assim o quê? - perguntou, tentando fazer-se desentendida.
-Vais ignorar-me, fingir que eu não existo? - ela tornou a baixar a cabeça em resposta. - Eu não cometi nenhum crime, e achava que eras a minha melhor amiga e iria pelo menos dar-me o beneficio da dúvida!
-Queres que te dê o beneficio da dúvida mesmo com tudo o que vocês evidenciaram, sem falar do beijo que o Rúben apanhou?
-Queres que te recorde o que é ser uma melhor amiga?
-Não me respondas com ironias que não tenho paciência nesta altura!
-Tinha medo de te ter desiludido, mas acho que quem me vai desiludir és tu.
-Se quiseres saber, desiludiste-me sim. Nunca pensei que fosses fazer uma coisa destas, muito menos ao Rodrigo.
-Podes não acreditar, e duvido mesmo que vás fazê-lo, mas eu não trai o Rodrigo! É pena é não quereres ouvir-me e perceber que foi tudo um mal-entendido! Pensei que ias pelo menos ouvir-me, já não digo apoiar-me, porque o teu namorado estava do outro lado, mas ouvir-me.
-Acho que não preciso.
-Ora aí está a confiança que tens em mim, ai se vê o quanto já não me conhecesse. Não sei como é que isso aconteceu, mas pelos vistos aconteceu. - Ela meneou com a cabeça, tentando reprimir uma possível resposta.
-Eu vou para o quarto! - declarou, subindo rapidamente os restantes degraus.
Estava a perdê-la. A partir do momento que a ouvi dizer que não precisava ouvir-me para consolidar uma opinião acerca do sucedido soube que estava a perdê-la. Mas desta vez. não ia ceder o orgulho nem ia dar o braço a torcer, por muito que me custasse.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Capitulo 28 (parte IV)

Olá meninas!
Aqui têm um novo capitulo, já sabem que não consigo capítulos muito grandes, mas pelo menos consigo deixar-vos alguma coisa para ler! Espero que gostem, e desculpem a demora a publicar!

Beijinhos*
Mónica

Visão Mónica

O jantar não parecia estar a correr assim tão bem. Podia apenas aparentar, mas eu notava que o Rúben não estava ali de boa vontade, porém tentei ignorar para não correr ainda pior. Mas não consegui deixar de sentir-me mal, principalmente quando o Zach agarrou a minha mão, enquanto falávamos com a Andreia e o Rúben viu. Sinceramente, nem eu tinha sido muito apelativa àquele gesto por parte do meu melhor amigo. Nós passávamos pouco tempo juntos mas a nossa relação era boa, e estávamos sempre aos abraços, mas teriam de existir limites, e não é que fosse mal algum ele me dar a mão, mas simplesmente não... não queria, não achava apropriado. Decidi então, após ele ter-me pedido que fossemos até ao computador num instante, falar com ele acerca disso e estabelecer certos limites a partir daquele momentos, não só pelo que podia transmitir aos outros mas também para que me sentisse bem. Mas isso não chegou a acontecer. Após o Zach me ter mostrado o que queria, quando me levantei e me preparava para falar com ele a esse respeito, ele surpreendeu-me ao beijar-me, de repente. Aturdida pela surpresa e pela confusão não tive sequer tempo de reação, muito menos o tendo quando o Rúben entrou no quarto, de rompante, bombardeando-me com acusações, que eu tentei deter e explicar que a minha surpresa perante a situação era igual ou maior à sua, porém inutilmente. Mas o pior não foram as acusações. O pior foi quando ele saiu do quarto.
Eu sabia que ele ia disparado contar o que tinha visto ao Rodrigo. E eu não podia, não podia perder o homem da minha vida!
-What the hell did you do?! - gritei para o Zach, recorrendo aos nervos já instalados sob a mais fina camada da minha pele. - Are you out of your mind?! Why the hell did you do that, Zach?!
-Please don't be mad with me - pediu.
-Stop asking me things and explain to me what was that, now!
-I still love you! All this time, I still keep the feeling for you!
-What are you saying...? You said that... You lied to me!
-I needed to get even more closer to you! I had to get a way to make you fall for me!
-It would never happen! Never, Zach! I loved you but just like a brother, like my best friend, and you knew it perfectly! I love Rodrigo, I would never do a thing like this to him! - Nunca tinha gritado com ele. Mas aquilo era demais, era absurdo!
-He is the problem! - desta feita foi ele que elevou a voz, fazendo-me estremecer, pois também nunca ouvira um grito da sua parte, porém, o que ele tinha dito repeliu alguma ínfima possibilidade de me sentir assustada ou intimidada, dando aso a que algo fervilhasse dentro de mim. - If you haven't meet him you would be with me now!
-Who do you think you are to talk like this about him?!
-I'm just saying what I think!
-I didn't asked for it! I don't want to know anything that you think, 'cause I can think for myself and I know that I did the best choises!
-Not all of them.
-Stop! I don't wanna hear you anymore! Get out Zach, now!
-No! Please, please don't do this! I don't wanna lose you!
-It's to late for it, you already lost me! Get out!
-Please! I love you!
-'Till now I don't give a fuck about what you feel! Get out, Zack! - apontei a porta, exasperada pela milionésima vez que lhe dizia para sair.
-You'll...
-NOW!!! - desta vez todo o ar, pouco e revoltado, que tinha saiu neste grito. Ele passou a porta sem mais nenhuma tentativa e segundos depois ouvi a porta de casa bater. E nem tempo consegui para recompor o ritmo da adrenalina que corria nas minhas veias, porque o Rúben voltou a irromper pelo quarto a dentro, logo após eu ter ouvido a porta de casa a bater.
-Então, ele ficou com medo, foi? Faz a porcaria e depois foge? Grande homem que tu arranjaste para trocar o Rodrigo!
-Rúben...
-Rúben o caraças! O Rodrigo ficou mal, ouviste? Por tua causa! E tu sabes o que é que se passou com ele, tu devias ser a primeira a ter isso em conta! Se não querias estar mais com ele, se querias estar com aquele menininho que acabou de sair daqui a correr, falavas com ele, não andavas a fazer as coisas nas costas dele! Acho que ele merecia respeito!
-Rúben, para, eles é que têm de falar! - tentou intervir a Andreia.
-Não paro nada! Ele é como um irmão para mim! Tu não deves ter noção do quanto o estás a magoar! Estás a destruir uma felicidade visível até do espaço! Ele parecia o homem mais feliz desde sempre desde que vocês estavam juntos! Não sabes como era bom chegar ao pé dele e ver aquele sorriso de felicidade extrema todos os dias, a toda a hora! Aquela expressão de quem está a morrer de saudades da pessoa que o espera em casa! Dá gosto ver alguém tão apaixonado e feliz, mais ainda depois de tudo que ele passou! Mas sabes, tu trouxeste isso de volta, mas acabaste de tirar-lhe de novo, e não duvido que seja pior desta vez! - Ele fez uma brevíssima pausa que eu tentei aproveitar para falar, mas novamente fui impedida. - Porra Mónica, desiludiste-me! - pronunciou, com uma expressão desgostosa. - Logo tu! Tu ajudaste-me tanto, mas tanto com a Andreia, tu trouxeste o meu amigo de volta à vida, tu eras aquela amiga que estava lá não interessava o quê, quando, como, porquê... Como é que conseguiste mudar assim do nada? Foi o atrasado do inglês que te fez a cabeça? Ou então se calhar tudo isso era uma mentira que contavas todos os dias, a toda a hora... Só não percebo o fim disso. Magoar ainda mais o Rodrigo? Não eras tu que te dizias a maior fã dele? Ou então também era mentira, espera... - Cada palavra, cada ressoar no tom de voz do Rúben estava a matar-me. Fazia doer a cada ínfimo milésimo de segundo, cada vez doía mais. Doía tanto que o melhor me parecia deixar doer até a alma secar e sangrar e deixar de sentir e pensar. Ainda quis tentar pronunciar-me, defender-me e clamar pela minha inocência, mas as lágrimas taparam-me a voz e turvaram-me a visão.
 Será que o resto do mundo ainda desabava, ou ia ficar a pairar sobre mim ainda? - Eu queria deixar-te pior, juro que queria! Queria que sentisses o que ele está a sentir agora! Mas não consigo... Já não consigo deslindar palavras para te mostrar a desilusão que me deste! - Olhou-me desprezivelmente e voltou a fitar o chão. - Só mais uma coisa. Eu vou-me embora amanhã, mas quero que saibas que não quero que voltes a aproximar-te do Rodrigo. Acho que já chega. - Dito isto voltou costas e saiu do quarto. Vi a Andreia ficar para trás e olhar-me de forma invulgar. Esperava que não fosse desilusão também. Não aguentaria provocar isso na minha melhor amiga. Segundos depois também ela seguiu o mesmo caminho que o Rúben, fechando a porta do quarto atrás de si. E assim que ouvi a porta fechar-se deixei-me escorregar para o chão nos pés da cama, lavada em lágrimas e assaltada por soluços violentos que me abalavam ainda mais o coração. A vista turvou-se-me de tal maneira que fechei os olhos, abraçando as minhas pernas e deixando escorrer abundantemente as lágrimas grossas e quentes que me brotavam dos olhos.
Desilusão. Era o que até eu sentia comigo mesma. Por ter deixado que tudo desse a volta que deu e eu não me ter apercebido atempadamente. Burra! Como é que eu não tinha atingido sequer uma desconfiança que aquele que seria o meu melhor amigo, que viera a apaixonar-se por mim, se é que era mesmo isso, não tentaria de alguma forma obter o que queria, mesmo depois de lhe ter apresentado o meu namorado? Como é que fui capaz de voltar a confiar nele da mesma forma a partir do momento que ele admitiu os seus (supostos?) sentimentos por mim? Sentia-me ridícula! Tendo ou não cometido os delitos que o Rúben tinha pronunciado, a culpa continuava a ser minha! Tinha sido eu a dar rumo ao indesejável, de uma forma ou de outra. E se contasse com mais uma desilusão de quilómetros de distância, acabara de perder o homem da minha vida, por minha causa. Era a minha tendência. Acabar com o melhor que tinha ao desiludir os que do melhor faziam parte. Queria tanto que isto tudo fosse o maior pesadelo da minha vida e poder acordar imediatamente e ver-me envolta dos braços daquele homem que tanto temia perder!
Enquanto me entregava a estes pensamentos derrotista mas ainda assim realistas, entregava-me também à abundância do choro, mas agora já só restavam as lágrimas a correr desesperadamente pelo meu rosto, os soluços haviam parado. E de repente fui arrastada dos meus pensamentos pelo toque do meu telemóvel. O meu coração pareceu voltar a bater mais que nunca, descompassado, desesperado, alarmado. Pensei nele. O medo invadiu-me a alma, mas logo de seguida um pequeno moinho de bravura assolou-me. Não tinha errado da forma que o Rúben me havia acusado, e esperava que ele me desse a oportunidade de me explicar. Mas não era ele. Era a Mariana. Desmoralizei imediatamente, mas mesmo assim decidi atender. Respirei fundo e limpei as lágrimas, inutilmente, pois voltaram a sobrepor-se outras.
-Estou... - tentei recompor ao máximo a voz, mas esta atraiçoou-me saiu apenas num fio, rouca e desengonçada.
-Tá chorando, não tá? - perguntou logo, mas o seu tom não era acusatório. Calculei que ela também soubesse do suposto sucedido e que me fosse culpabilizar também por destroçar o coração do irmão, mas não aparentou que fosse fazê-lo.
-Porquê? - corrigi um pouco a voz.
-Dá pra perceber na sua voz. - Permaneci no silêncio. Não queria antecipar a conversa que não desejava ter. Mas ela não se calou por muito tempo. - Eu sei que o Rúben ligou pró meu irmão, e sei o que ele falou, mas eu não vou te acusar de nada. Não sem que você me conte o que realmente aconteceu. - E ali estava. Alguém que sem nem me ouvir antes, acreditava, permanecendo porém um pouco na dúvida, que eu não seria capaz de fazer aquilo. Se ela achasse que sim não me dava uma oportunidade para me explicar.
-O que é que queres que te diga?
-A verdade.
-E vais acreditar em mim?
-Se eu não fosse tentar entender a verdade acha que eu tinha te ligado?
-Está bem.
-É verdade que o Rúben encontrou você e o seu melhor amigo se beijando? - foi direta ao ponto.
-Sim. - Esperei um bombardeamento, ou um protesto apenas, mas ela nada disse, esperando que eu me justificasse. - Mas as coisas não aconteceram como ele pensa.
-Me conta como que aconteceram então - pediu, tranquila e impassiva, esperando apenas a minha justificação.
-Eu e o Zach fomos ao quarto até ao computador para ele me mostrar umas coisas, e quando me levantei da frente do computador, prestes a tentar conversas com ele acerca de limites que teríamos de transpor entre nós, ele beijou-me. E eu juro que não tive tempo de reação! O Rúben entrou logo de seguida no quarto e depois aconteceu tudo muito depressa, e... - a espiral de palavras que clamava estavam a começar a trazer o sufoco outra vez, e as lágrimas caíram ainda mais intensamente. - Mariana, tu sabes que eu amo o Rodrigo, eu não era capaz de lhe fazer nada disso... - chorei tremulamente.
-Eu acredito em você. Eu sempre acreditei que havia um mal entendido nisso, eu sei que você é apaixonada pelo meu irmão, desde o dia de Natal quando a gente conversou sobre mim e o Mauro, e eu te contei brevemente o lance da Carolina que eu entendi que você não tava tentando mais nada se não fazer o meu irmão feliz. Mas você sabe, eu tinha de confirmar isso. Mas eu acredito em você, Mónica.
-Mas eu tenho medo que o Rodrigo não acredite, pior, que ele nem sequer queira falar mais comigo...
-Ele ficou mal, muito mal mesmo, ele chorou como eu não tinha visto antes, e eu não tou querendo fazer você se sentir mal ao falar isso, mas é que eu quero que você entenda que provavelmente não vai ser tão fácil assim, mas eu vou tentar te ajudar como eu puder. Ele não queria que eu ligasse pra você, ele falou que achava que ele não tava preparado pra falar e quem tinha de falar, se fosse falar, era ele, por isso pode demorar, mas fica calam, ele uma hora ou outra vai procurar você pra conversar, vai te ligar, qualquer coisa.
-Obrigada, Mariana.
-Não te que agradecer não, eu só tou lutando também prá felicidade do meu irmão, da sua, porque a felicidade de vocês é junto um do outro.
-És a primeira pessoa que está a dar-me hipótese de me explicar e acreditar em mim.
-E a sua melhor amiga, a Andreia?
-Ela não falou comigo, tentou fazer o Rúben para, mas como não resultou limitou-se ao silêncio e saiu a seguir a ele, e olhou-me de uma forma que nunca tinha olhado...
-Desiludida? - perguntou certeiramente.
-Acho que sim, tal como o Rúben... Dói tanto Mariana...
-Calma, linda, se ela não entender você, você sabe que eu tou do seu lado, e eu vou ajudar você a provar pra todo mundo que eles que tão errados, não você!
-Obrigada...
-Não tem que me agradecer, tem é que ser forte, viu?
-Sim.
-Bom, eu vou ter de desligar porque se o meu irmão acorda e eu não tou do lado dele ele vai desconfiar que eu tentei te ligar de novo.
-Está bem. E, cuida dele Mariana, por favor.
-Não se preocupa que eu tou sempre do lado dele e vou cuidar dele sim!
-Obrigada.
-Para de me agradecer e trata desse por bem, garota! Cê vai ver que logo logo as coisas vão se resolver!
-Espero mesmo que sim.
-Pronto, então se cuida garota, beijão.
-Beijinhos. - e ela terminou a chamada.
Bem e agora era isso. Limpar as lágrimas e ser forte, por mim, pelo Rodrigo, e pela esperança que carregava de resolver tudo e não perder aquele que dava sentido á minha vida.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Capitulo 28 (parte III)

Boa noite meninas!
Finalmente consegui acabar mais um capitulo! Eu sei que está muito pequeno, mas realmente não consegui fazê-lo maior, no entanto espero que gostem e deixem as vossas opiniões e os vossos comentários!

Beijinhos*
Mónica

Visão Rodrigo

Eu e a minha irmã ficámos conversando e conversando, parecia qui nunca mais o assunto ia terminar! Geralmente era sempre assim quando a gente ficava conversando!
-Agora qui eu tou lembrando, deixei o meu telefone no meu quarto! - falei - Vou lá num instantinho pegar ele! - me levantei da cama.
-Vai, mas corre qui a namorada pode tar te ligando e você não pode perder a chamada, viu! - riu a Mariana. Eu sai do quarto dela e fui até ao meu, pegar o telefone, qui tinha ficado em cima da cama. Assim qui peguei ele, começou a tocar. O Rúben tava me ligando.
-Oi Rúben!
-Rodrigo - saudou, mas o seu tom não era nem um pouco acolhedor, era precisamente o contrário, era frio.
-Qu'qui houve pra você me ligar a essa hora? E coisa boa não é, com esse seu tom...
-Estás sentado?
-Quê? Sentado?
-Sim, sentado puto. É melhor que estejas.
-Cê tá me preocupando, Rúben!
-Eu não queria de todo contar-te nada disto, mas eu tenho de contar, tu és meu mano e eu sou-te leal!
-Qui papo é esse, Rúben? Fala de uma vez qu'qui tá acontecendo!
-Então cá vai... - ouvi ele respirar fundo. - A Mónica anda a trair-te com o melhor amigo dela! - Nesse momento, o meu coração segurou uma pedra do tamanho do mundo, qui levou ele até o chão, inerte. O meu sangue deixou de correr, a minha respiração parou. Se a dúvida não pairasse no meu pensamento, eu teria morrido naquele momento. Após recuperar, fracamente, os meus sentidos, voltei a prestar atenção ao telefone.
-Você tem certeza do qui você tá dizendo, Rúben? - perguntei, através de um ténue fio de voz.
-Tenho, puto, infelizmente tenho. Eu vi-os a beijarem-se, tirando sinais evidentes que vi durante a noite... - E eu tornei a gelar, petrificar, estagnar. Eles se beijaram? E, qui sinais? - Desculpa ter de te dizer isto, mas eu não podia deixar passar.
-Não, você... você fez bem... eu, eu... - Eu falava sem pensar. As palavras tinham abandonado a minha articulação, e no lugar deixado sons indefinidos, sons qui faziam justiça ao qui eu tava sentindo, à dor no meu coração... Como é qui ela tinha sido capaz? Eu julgava qui ela me amava também, tanto quanto eu amava ela... Eu acreditava nas palavras dela, nos gestos que pareciam tão verdadeiros e genuínos, até agora. Agora, a única certeza qui eu tinha era a incerteza dominando todos os meus poros, articulações, ligações, ossos, intoxicando meu sangue... Me matando aos poucos... Eu dava a vida por ela, eu me entregava cegamente àquela qui eu pensava ser a mulher da minha vida, aquela qui tinha entrado na minha vida pra me ensinar a amar de novo, aquela qui faria o meu final ser feliz...
-Puto, estás bem?
-Sentado na cama... - respondi, recuperando alguma da minha capacidade de raciocínio.
-Desculpa ser eu a dizer-te... - se desculpou ele novamente.
-Não, deixa, obrigado por ter me contado... - Minha voz parecia quase sumida, e sem presença. Tava doendo.
-Hmm, eu vou desligar porque ainda vou ter de por o outro daqui para fora... Mas tu não vais ficar bem, pois não?
-A minha irmã tá comigo - Botar ele pra fora? Então isso aconteceu agora?...
-Então já fico mais descansado - fez uma pausa, provavelmente esperando qui eu fosse dizer alguma coisa, mas eu não disse então ele retomou a palavra. - Bem, eu vou então, puto. E se precisares de alguma coisa, liga-me, e eu amanhã já estou em Portugal outra vez, por isso...
-Tá.
-Puto, a sério, qualquer coisa liga-me.
-Tá, Rúben.
-Então pronto... Até amanhã.
-Tchau. - E ele desligou. E eu fiquei sentado na cama, com o telefone na mão, metade de mim ali, a outra metade perdida, longe, ainda alucinada com a felicidade qui eu julgava qui tinha conquistado nesse último mês... Fiquei assim, estático, meio vazio meio perdido, durante alguns minutos, mas depois me levantei, deixando o telefone em cima da cama de novo, e sai do meu quarto pra voltar pra junto da minha irmã.
-A namorada devia... - começou dizendo, assim qui eu fechei a porta do seu quarto, mas depois qui olhou pra mim esqueceu a frase. - Rodrigo, você tá pálido, e olha qui isso é difícil! Qu'qui aconteceu? - perguntou, preocupada, se sentando na cama. Eu voltei pra de baixo dos lençóis e cobertores.
-O Rúben me ligou.
-E o qui foi qui ele falou pra você tar desse jeito?
-Eu não quero falar sobre isso agora.
-Ah não Rodrigo, fala! É raro você ficar a mal assim, me conta posha! - Hesitei uns segundo, mas depois falei de uma só vez.
-Ele falou qui a Mónica tá me traindo com o melhor amigo dela! - despejei. E assim que falei senti um aperto no coração e uma vontade de chorar arrasadora! E foi o qui eu fiz. Não conseguia aguentar mais um minuto sem expulsar alguma coisa que não a presença vazia. E comecei chorando como não lembrava de ter chorado alguma vez.

 A minha irmã não falou nada, tendo o tato perfeito pra ficar silenciada, e me abraçar forte. Chorei tanto qui acabei adormecendo encostado à minha irmã, qui tava me fazendo festas na cabeça.

Visão Mariana

Ver o meu irmão assim despedaçava meu coração. Eu nunca tinha visto ele assim. Nem quando houve a história com a Carolina. A Mónica era diferente. Pra ele tinha sido uma espécie de resgate da descrença no amor. Ela tinha despertado de novo nele aqueles sentimentos bons, aquelas borboletas na barriga, aqueles sorrisos bobos que tão bem acentavam no seu rosto. Eu não podia acreditar. Eu tinha visto ela. O brilho no olhar, o carinho nas palavras, a preocupação, o medo quando eu falei pra ela da Carolina. Ela era apaixonada por ele, assim como ele era por ele. Parecia esquisito, mas eles se amavam de uma forma... Como se o mundo fosse acabar amanhã. Mesmo que eles só tivessem juntos fazia um mês. Decidi que eu tinha de tirar isso a limpo, por isso, quando o meu irmão adormeceu eu o deixei cuidadosamente na cama e fui até à sala. Eu tinha de ligar pra ela. Peguei o telefone de casa e digitei o número de casa dela e da Andreia lá da Inglaterra. E chamou, chamou, mas ninguém atendia...
-Mariana? - ouvi a voz do meu irmão e olhei na direção, no cimo das escadas, com cara de sono, e a tristeza tava lá também.
-Pode voltar a dormir, maninho.
-Qu'qui cê tá fazendo aqui? A quem qui você tava ligando? - perguntou, olhando pró telefone de casa, ainda na minha mão.
-Eu... Tava ligando pró Mauro, mas ele não tá atendendo... - menti.
-A essa hora? - perguntou, desconfiado e já desperto.
-É, eu ia falar pra ele qui amanhã a gente não ia tar junto... - Ele ficou me observando por uns segundos e depois franziu a sobrancelha.

-Você ia ligar prá Mónica, não ia? - deduziu perspicazmente.
-Tá Rodrigo, eu não consigo nem gosto de mentir pra você mesmo, por isso sim, eu ia ligar pra ela. Aliás, eu tentei ligar prá casa delas, mas ninguém tá atendendo.
-Porque é que você fez isso? Você não tem qui ligar! Se há alguém qui tem de ligar pra falar com ela sou eu, Mariana! E nesse momento eu não sei se eu quero falar, por isso não volta a repetir isso de novo, por favor! - me repreendeu, e eu senti o ligeiro sabor amargo e desgostoso que atravessava as suas palavras, e escondido no seu rosto.
-Tá - falei somente. - Agora vamo voltar prá cama e dormir os dois. Ele acenou, e seguimos de novo os dois pró meu quarto. 

O sono tava custando a pegar a gente
-Rodrigo...?
-Diz.
-Porque é que você não quer falar com ela? - perguntei, meio inocentemente, pra tentar não magoar o meu irmão.
-Porque é qui cê acha?
-Cê tá com medo qui o qui o Rúben falou pra você seja mesmo verdade... - respondi.
-Muito, Mariana. Você sabe o quanto eu amo aquela garota, você sabe o qui é qui ela é pra mim, você sabe qui eu era capaz de fazer tudo por ela... Eu não quero me perder de novo, eu não quero perder a mulher da minha vida!
-Eu sei, maninho - falei carinhosamente, passando os dedos na face dele, deixando pequenas festas. - Você vai ver qui não vai perder ela, só tem de ter calma...
-Vou tentar... Mas agora eu preciso dormir. Tou cansado, minha cabeça tá doendo... Desculpa se essa noite não foi como era suposto, maninha.
-Não tem de se desculpar. Agora dorme, descansa. Se precisar qualquer coisa eu tou aqui do seu lado, tá?
-Tá. Boa noite - segurou a minha mão e deixou um beijo nela, e eu retribui com um beijo no rosto dele. Ele fechou os olhos, mas eu não igualei seu gesto. Eu fiquei esperando até ver qui a respiração dele tinha pesado e ele tinha caído no sono. Ai me levantei com cuidado da cama e voltei a sair do quarto, dessa vez fui até ao quarto do meu irmão, fechando a porta atrás de mim e me sentei na cama, segurando o meu telefone. Ele tinha me pedido pra não ligar, mas eu tinha de saber, eu tinha de falar com ela. Mas dessa vez liguei pró telefone dela, qui após uns sete sinais de chamada, me atendeu.