quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Capitulo 36 (parte I)

Boa noite meninas!!
Trago-vos, finalmente, mais um capitulo! Pode não ser grande o suficiente, apesar do volume das imagens, mas acho que fiquei super ansiosa para vos dar mais um capitulo, por isso aqui está ele! Espero que gostem, e deixem as vossas opiniões!
Besitos


Visão Mónica

Estava ansiosíssima para voltar para o spa! Aquela suite era majestosa, linda! Após termos tornado a deixar o carro no estacionamento, entramos no edifício e subimos ao 23º andar, recolhendo aos nossos aposentos das próximas duas noites.






De tão grande e fabuloso que me parecia, quase que me perdia lá dentro, sem contar com os locais do hotel & spa que nós tínhamos acesso. A nossa casa de banho tinha o tamanho de um quarto grande e era tão linda que não resisti a experimentá-la na hora, e levar o Rodrigo comigo, apesar de ele já vir de banho tomado do treino.



Poucos minutos após tê-lo arrastado comigo para aquela água quente e borbulhante ele saiu por uns segundos.
-O que é que foste fazer?
-Pedir o serviço de quartos!
-Eu pensei que iamos ficar aqui um bocadinho antes de irmos jantar - dei a conhecer, chegando-me para mais perto dele e rodeando o seu pescoço com um abraço.
-E a gente vai, mas enquanto isso eu pedi umas bebidas pra nos acompanhar!
-Bebidas?
-Sim!
-Mas nós não costumamos beber assim amor, e além disso amanhã tens treino - adverti.
-Eu sei meu bem, mas não tem problema não, só se tivesse jogo amanhã é que não podia!
-Se tu dizes, então está bem - acabei por concordar. Pouco depois ele voltou a abandonar-me por uns segundo e chegou com uma garrafa de vinho na mão.
-Você sabe porque é que eu arrumei esse tempinho prá gente?
-Carolina - respondi apenas.
-Principalmente, sim, mas também porque eu tenho pensado em algumas coisas e, a gente fica bem depois que a gente discute, mas a gente não aprofunda muito as conversas sobre os motivos das brigas e eu gostava de tentar esclarecer alguma coisa.
-Hmm... Alguma coisa em especifico?
-Não, mas a gente tem de começar por algum assunto, por isso... Lembra da briga que a gente teve naquele jantar que a gente ia contar que você ia ficar morando definitivamente lá em casa?
-Sim.
-Então... Você ficou muito magoada comigo?
-Na altura fiquei um bocadinho, porque ao pensar que se eu engravidasse de repente e tu podias não querer a gravidez, para mim seria horrível, porque apesar de inesperado seria um filho nosso, e se tu não quisesses a criança seria como se me estivesses a rejeitar a mim...
-Eu nunca seria capaz de fazer uma coisa dessas, amor. Eu só fui pego de surpresa, mas eu juro que se por acaso acontecer eu não vou reagir daquele jeito mais, eu juro. Nunca na vida eu vou rejeitar um ser que vai ser a prova viva do nosso amor!
-Pronto, agora foste ultra-querido! - respondi babadíssima.
-Só fui sincero, meu bem, só isso.
-Eu sei amor, eu também acho que naquele dia, aliás, naqueles dias eu andava mais sensivel e a minha reação também não foi a melhor, desculpa.
-Não tem que se desculpar, a gente só tinha que esclarecer as coisas direitinho, pra depois não andar pensando mais nisso.
-Concordo contigo! Mas agora podemos ir jantar? Juro que não é para parar a conversa, mas o vinho não pára os roncos que a minha barriga está prestes a fazer! - pedi, rindo e fazendo-o rir também.
-Claro, vamo lá! - Depois de nos vestirmos, nada muito chique, apenas o bastante para mostrar elegância, dirigimo-nos ao restaurante do hotel.





Enquanto ele pediu uma bolognese eu pedi um bacalhau à Brás, e a acompanhar houve vinho, claro.






-Amor, continuando o curso da conversa lá no quarto...
-Sim, diz - disse-lhe, enquanto ele me enchia mais uma vez o copo. A garrafa estava praticamente no fim.
-Você vai querer casar comigo?
-Tu, tu não estás a pedir-me em casamento, pois não Rodrigo?! É que se estás não podes, não estás, isto, isto não é assim, tem de ser um pedido mais bonito, não podes estar aqui a empaturrar-me de vinho e a meio da refeição fazer a pergunta como se não fosse nada! - comecei a disparatar, tal foi a surpresa perante a pergunta, comecei a gaguejar e tudo!
-Calma, amor, calma! Eu não tou te pedindo em casamento, ainda! Eu só queria saber se tá nos planos que você faz ai na sua cabecinha! - tranquilizou-me docemente.
-Sim, sim, está - respondi menos nervosa. - Mas porque é que queres saber agora?
-Só queria saber se cruzava com os aviões que eu passeio aqui na minha! - sorriu, apontando a sua cabeça.
-Ai que tótó pá! - ri.
-Bom, eu não sei se agrada a você um tótó que pediu uma sobremesa especial, mas se agrada então eu sou ele! - sorriu, fazendo um sinal a um dos empregados, que lhe sorriu como resposta e se dirigiu ao interior da cozinha, regressando ao exterior segundos depois e dirigindo-se à nossa mesa, já despojada dos pratos da refeição, obséquio de um outro empregado. - Se não quiser eu não me importo nem um pouco de comer sozinho! - gozou-me.
-Não querias mais nada! - ri, dividindo a sobremesa com ele.





Após uma disputa de quem comia o último pedaço da divindade de chocolate que nos haviam trazido, ficamos perto das enormes janelas que nos proporcionavam um lindo panorama da vista.





Ficamos apenas agarrados um ao outro, a olhar para lá do vidro da janela, com sorrisos no rosto, a pensar em nada e no quão felizes nos sentíamos ao mesmo tempo. Durou uns dois ou três minutos, porque passado esse tempo o chamativo de um homem da parte do bar nos chamou a atenção.
-Muito boa noite meus senhores, queria pedir-vos apenas uns instantes da vossa atenção! Gostaria apenas de informar que daqui a meia hora iremos efetuar um workshop de cocktails aqui no nosso bar, para quem estiver interessado é só dirigir-se até lá e podem distribuir-se pelas mesas que lá se encontram, serão todos muito bem vindos! Uma boa noite e resto de bom apetite! - terminou, retirando-se.
-Vamos? - pedi.
-Bom, você sabe que vai ter de beber o que fizer, não sabe?
-Não tinha certeza, mas não faz mal! Vamos?
-Vamo então! - Meia hora depois estavamos no bar e uma hora e meia depois o workshop já tinha acabado, deixando-nos com um golo do sabor de cada um dos cocktails que haviam sido apresentados, e cada um com um, inteirinho, para si.





-Rodrigo, Rodrigo, isto estava espetacular, mas vamos para o quarto que daqui a nada começo a ver tudo à roda! - Pedi, após termos acabado a nossa "prendinha". Ele riu-se na minha cara, mas subimos até à suite.
-Tá tão fraquinha que a hipótese de começar vendo dois de mim tá chegando?
-Primeiro:não estou fraquinha coisa nenhuma, mas é que isto tudo de seguida está a pedir-me água contra a visão dupla! E depois, quem é que está a chegar? - disse-lhe, sentando-me no fundo da cama.
-Ninguém amor, não tá chegando ninguém! - riu. - Vem ai é um licor de chocolate que tem aqui que é delicioso! - dirigiu-se ao carrinho/ mini-frigorifico onde estavam as bebidas e do cesto de cima deste tirou a tal garrafa de licor, pegando em dois copos e juntando-se a mim.
-Mais não Rodrigo! Daqui a nada ainda começa a ver a quadruplicar em vez de a dobrar!
-Mas tem chocolate...
-Bem, tem chocolate... Está bem, mas só porque o chocolate não embebeda!

Visão Filipa

Após o filme o sono ainda não tinha aparecido, pelo que decidi entreter-me indo buscar as fotos que tinha minhas e do Rúben e colando-as num caderno. Sim, nós formamos partes daqueles que ainda têm aquelas máquinas fotográficas que imprimem as fotografias na hora! Velhos, chatos... melhor seria épicos.
-O que é que vais fazer? - perguntou-me ele, largando o comando da televisão no sofá e sentando-se ao meu lado no tapete da sala.
-Vou começar um álbum com as nossas fotografias!
-Não é mais fácil colocá-las num daqueles álbuns já feitos?
-Assim tem mais piada! - respondi-lhe, colando a primeira fotografia.



-A primeira foto que tiramos! - sobressaltou-se.
-Sim! Foi na tua festa de anos, lembras-te?
-Claro que lembro! Só tu é que me conseguiste levar de facto à festa, caso contrário ia estar lá a um canto a pensar na morte da bezerra!
-Ai que tonto Rú! - sorri, colando de seguida a segunda fotografia.



-Devo ter mel, eu! - gracejou.
-Deves ter é a mania! - piquei, continuando a colar as fotografia, claro que sempre acompanhada dos comentários e gracinhas do Rúben.
















Eram 9:40h da manhã quando acordei com o telemóvel do Rúben a tocar. Ele com um olho fechado e outro meio fechado apalpou em cima da mesa-de-cabeceira e atendeu, sem ver quem era.
-'Tou - atendeu, com a voz embargada de sono. Ai como aquele som mexia com a minha libido! Um homem das cavernas acabado de acordar que por mais que quisesse ou tentasse não conseguia deixar se ser lindo e fofinho! - Hã? - perguntou ainda ensonado. - Ai oh Mauro, a sério? Acabaste de me acordar a uma hora destas para pedir ajuda para uma surpresa que vai ser só esta noite? Vai-te catar, meu! Eu tenho sono! Sabes o que é? S - o - n - o. Deixa-me dormir mais um bocado e depois consigo raciocinar. Depois ligo-te! - desligou a chamada, tornando a enroscar-se a mim.



-Surpresa?
-Amor, deixa-me dormir. Só mais um bocadinho, a sério. Depois conto-te - sorri, permanecendo em silêncio, permitindo-o adormecer poucos minutos depois. Poucos minutos passaram e muito devagar sai da cama e vesti-me sem fazer barulho, indo para a sala. Fiquei a passar os canais da televisão para ver se dava alguma coisa de jeito, porém a fome surgiu e decidi ir tomar o pequeno-almoço, visto que o meu príncipe encantado ainda dormia.




Enquanto terminava de lava a pouca loiça que havia sujado, uma música de que gosto muito começou a passar na televisão e não resisti a cantar.




-Além de dançarina a minha namorada é cantora e eu não sabia! - Aplaudiu-me o Rúben, chegando agora à cozinha, enquanto eu estava de mão fechada junto à boca, imaginando um microfone.
-E eu não sabia que o meu namorado tinha um talento ainda maior para me assustar!
-Não te queria assustar, mas estou a falar a sério, cantas maravilhosamente!
-Oh, não canto nada!
-Ah então vais dizer-me que eu canto bem? Queres que cante agora para comprovares a minha voz de cana rachada?
-Não, não deixa estar, não é preciso Rúzinho! - ri, retornando ao sofá da sala.
-Já tomaste o pequeno-almoço?
-Sim! Mas deixei-te uma coisinha no frigorifico!
-Só isto? - fez cara feia, pegando no pequeno potinho que havia deixado para ele.






-E vais com sorte! Acordas tarde!
-Eu estava cansado!
-Eu percebi, adormeceste tão rápido hoje depois do telefonema do teu irmão!
-Ai pois é, agora vou ter de pensar numa surpresa para a Mariana! - disse, sentando-se ao meu lado enquanto comia.
-Para a Mariana? Ela faz anos?
-Não, mas ele quer fazer-lhe uma surpresa! É o lado romântico dos Amorim a sobressair!
-Ah, está bem! - ri. - Queres ajuda a pensar?
-Toda a ajuda é bem-vinda! Até porque eu já tenho de ter ideias para as surpresas que eu tenho de preparar, então fica complicado!
-Ele disse que tipo de surpresa estava a pensar, já tinha alguma ideia?
-Não sei, não me lembro bem, mas acho que não!
-Bem, então... Eles podiam ir acampar! - acabei por sugerir.
-Boa ideia! É romântico e ainda tem o beneficio de os levar para longe da nova encomenda loira! Obrigado princesa! - agradeceu-me, dando-me um beijo na testa. - Vou ligar mas é àquele cromo se não daqui a nada está a ligar-me feito loco! - levantou-se e foi até ao quarto buscar o telemóvel para ligar ao Mauro, retornando para junto de mim já com o telemóvel ao ouvido.
-Já posso falar oh fogo no cú? Pronto, muito obrigado! - falou, sentando-se novamente ao meu lado. - Então é assim, na verdade foi a Filipa que deu a ideia, porque eu só tenho uma namorada e já fica difícil às vezes ter ideias, por isso ela ajudou-me - calou-se por segundos e retomou a palavra. - Ela sugeriu que podiam ir acampar! É uma coisa romântica, como o menino queria, e assim também se vêm livres da nova indigestão da vizinhança! - Voltou a silenciar-se por segundos. - Vês como o maninho aqui é útil? Pronto, desta vez foi a namorada do maninho, mas ajudamos-te! - Novamente silêncio numa pequena fração de tempo. - Vá, está bem, agora vai lá tratar das coisas, vá, aproveitem! Até logo! - despediu-se e desligou a chamada.
-Então?
-Parecia uma menina com uns guinchinhos! Mas adorou a ideia, estava todo trocado das ideias já com o que tinha de ir tratar!
-E tu também só dizes babuseiras, coitado do Mauro! - ri
-Oh, ele está habituado, isto já nos está nos genes! - riu também.
-Bem, agora está na hora de irmos arranjar-nos para almoçar e eu ir trabalhar e tu para o treino, ou esqueceste-te que hoje é mais cedo?
-Não, não esqueci, vamos lá princesa! - levantamo-nos do sofá e fomos preparar-nos.

Visão Rodrigo

A gente não tá mesmo acostumado a beber tanto, mas com o ambiente que a gente tinha tido nos últimos dias, a gente precisava se distanciar um pouco daquilo, por isso pra complementar a estadia no Spa decidi juntar um pouco de álcool. Dizem que o álcool desinibe, e a gente tava precisando  se soltar um pouco e desanuviar. No entanto a Mónica não tava habituada, tal como eu, e acabou sendo levada pela bebida.
-Rodrigo - me chamou, sentada no tapete da sala da suite, de frente pra mim.
-Fala amor - incentivei, apelando a ouvir a sua voz embargada e parecendo chorosa e arrastada.
-Achas a Carolina bonita? - arregalei os olhos. Mesmo se não estivesse sóbrio teria reagido do mesmo jeito.
-Porque é que você tá perguntando isso?
-Achas ou não?
-Respondendo sinceramente, acho, mas não pra mim, não mais. Os encantos dela agora só são visíveis, não são motivo pra eu sentir nada.
-Mas ela é mais bonita que eu, não é? E vocês já namoraram e tudo!
-Amor, a partir do momento que eu te conheci até ao final da minha vida, você é e vai ser a mulher mais linda que eu já vi e vou ver, nem que venha a Carolina ou mil modelos de topo!
-Tu tens olhos, Rodrigo, claro que vais ver raparigas muito mais bonitas.
-Mas eu tenho um coração maior, e esse é todo seu, por isso não interessa se eu vejo, se você é quem eu amo! Pra mim você é perfeita, meu bem!
-Oh, estás a ser querido para eu não me sentir mal, isso não vale!
-Juro que não, meu amor!
-Mas a Carolina...
-Vamo esquecer a Carolina? A gente veio aqui pra esquecer um pouco ela, pra se focar na gente e se abstrair.
-Mas a Carolina intimida-me! Ela é linda, parece uma modelo, passa o tempo todo a insinuar-se, e vocês já namoraram. vocês têm uma história...!
-Amor, sério, pára com isso! - me cheguei mais pra junto dela e tomei seu rosto nas minhas mãos. - Você é linda, você é a mulher mais perfeita que eu já conheci e você é a única com quem eu quero ter uma história eterna, sem fim, que só termine no dia em que um de nós fechar os olhos pra não abrir mais!
-Tens a certeza?
-Claro que eu tenho! Pára com esses pensamentos feios! Você é linda e eu te amo!
-Tá - acabou concordando e se acalmando, deixando a cabeça tombar e encostar no meu peito e ficando assim durante cerca de um minuto. - Quero ir para a cama - acabou pedindo, com a voz meio sumida.
-Então vamo, eu te levo - respondi, pegando ela no colo e carregando prá cama. A deitei e ela se virou de lado, ficando de costas pra mim, por isso permaneci um pouco mais do seu lado, a olhando, e acabei reparando que estavam caindo lágrimas silenciosas no seu rosto. - Amor... - chamei, mas ela não respondeu ao meu chamado de modo algum, então insisti. - Amor, porque é que você tá chorando? - Silêncio de novo. - Eu falei alguma coisa errada?
-Não - acabou por responder. Eu me desloquei e me deitei de frente pra ela, limpando o seu rosto.
-Então porque é que você tá chorando amor?
-Nada.
-Ninguém chora por nada, meu bem.
-Eu choro, sou estranha, por isso eu choro por nada.
-Você não é estranha nada, você é linda meu amor! Me fala, porque é que você tá chorando?
-Nada... - Ela hesitou, por isso lancei um olhar incentivador. - É só que... Querendo ou não, sinto-me ameaçada digamos, com a presença da Carolina, ainda por cima mesmo de frente para a nossa casa...
-Não tem que se sentir ameaçada, meu bem, já falei e volto a repetir, ela não significa nada mais pra mim, nada. Nunca eu vou trocar o amor da minha vida, a única pessoa que faz me sentir feliz além do imaginável pra ficar com alguém que partiu o meu coração no passado, alguém que me repugna.
-A presença dela vai voltar a fazer-me sentir mal mesmo que agora eu fique bem...
-Acredita mais em você, no seu potencial, na sua beleza... E não fala que não tem porque você entendeu que disso não falta pra você quando a gente foi no supermercado tem pouco tempo! - Ela deu uma gargalhada, e tornou fechando os olhos. Eu dei um beijo na testa dela e fiquei olhando o seu rosto até que pouco tempo depois percebi que ela tava dormindo. Me levantei e fui até à sala da suite, levando comigo um caderninho e uma caneta. Me sentei no tapete junto da mesinha pequena e comecei pensando numa forme de começar escrevendo.



Visão Mariana

Adorei a ideia de o meu irmão e a Mónica ficarem, nem que fosse só, duas noites fora lá de casa! O ambiente andava meio estranho, apesar de eles serem lindos e queridos, assim que o assunto sondava a Carolina, a coisa mudava de cara. Mas eu também adoraria não ver a cara daquela lambisgoia! Porém como não tinha feito planos previamente, me restava apenas ignorar ela!
Tinha acordado faia meia hora e enquanto tomava o café da manhã trocava mensagens com o Mauro, até que fui interrompida pela campainha! Me levantei da cadeira da cozinha e fui num salto abrir a porta.
-Bom dia coisa mais linda deste mundo! - me recebeu o Mauro, com um buquê de flores na frente.




-Bom dia! - sorri, aceitei as flores e me lancei no seu pescoço, o brindando com um beijo. - O que é que deu em você pra aparecer aqui tão cedo? - perguntei, levando ele pela mão pró interior de casa.
-Não posso vir fazer uma surpresa à minha namorada?
-Pode, claro que pode!
-Ainda bem, isso significa que também estou autorizado a raptar-te por dois dias? - perguntou, mal nos sentamos à mesa da cozinha.
-Sério?!
-Posso?
-Pode, pode, claro que pode! Você não sabe o quanto eu tava ansiando sair dessa casa!
-Calculei que sim, princialmente com o teu irmão e a Mónica fora de casa também!
-Pode acreditar que sim! Com essa bruxa ai de frente de casa!
-Ainda bem que ainda não a vi, então!
-Ainda bem mesmo! Mas pra onde que a gente vai?
-Não pode ser surpresa?
-Não!
-Está bem, pronto, vamos acampar!
-Que bom, adorei! Quando é que a gente vai?
-Já a seguir! Tenho tudo no carro, só precisas arrumar o que vais levar!
-Sério? Vou subir então e arrumar as coisas! Vou tentar ser rápida! - me levantei e subi até o meu quarto pra preparar tudo. Como prometi, não demorei muito tempo, pelo que pouco depois tornei a descer com as minhas coisas. - Prontinho! - anunciei, chegando na sala.
-Foste rápida!
-É pra você ver o quão desesperada eu tou pra sair daqui!
-A nova vozinha é assim tão horrível?
-Só de pensar nela já me enche de enjoo!
-Está bem, então vamos embora! - riu, abrindo a porta e levando a minha mochila pra colocar no porta bagagens do seu carro, ao que eu segui ele e fechei a porta.
-Obrigada pela surpresa, meu amor, adorei mesmo! Você me salvou!
-Primeiro, não tens de agradecer, decidi apenas fazer uma surpresa à minha namorada, e depois, olha, tive pontaria! - sorriu. me beijando.



Assim que me separei dos lábios dele e abri meus olhos, constatei que tínhamos mirones nos observando, nomeadamente uma loira oxigenada e peçonhenta que tinha virado a nova vizinha. Como sempre com aquele sorriso falso no rosto. Mas reparei que além de olhar pra mim ela tava tentando sacar se tava alguém em casa. Tadinha, dessa vez não ia ter ninguém pra ela irritar!

Assim que chegamos, mesmo antes de sair do carro, já senti uma paz enorme. Ficar longe de tudo e de todos, no meio da natureza, só com o Mauro, me fazia sentir tão feliz! Levamos as coisas prá área onde a gente ia acampar e começamos montando a tenda e o resto do material.
-Isso aqui é tão lindo!
-É mesmo! Por isso é que te trouxe para aqui!
-É tão bom ficar aqui, melhor ainda com você!
-É perfeito princesa! - me beijou.
-O que é que a gente vai fazer agora?
-Eu trouxe umas coisinhas para nos entretermos! Vamos estrear a tenda?
-Vamo!

A noite já tinha caído e o dia tinha passado correndo! Tivemos que fazer uma fogueira, por minha insistência, pra parecer um acampamento de verdade, e não resisti em colocar aquelas gomas fofinhas no fogo, que todo o fiel escuteiro faz!




-Vamos dar uma volta?
-E não tem problema agente deixar as coisas aqui?
-Não, acho que não, só estamos aqui nós!
-Então tá bom! - Nos levantamos e começamos uma caminhada, olhando aquele horizonte, que se mostrava escuro, mas mágico, com pequenos focos de luz parecendo pirilampos.
-Sabes, antes eu metiam-me com o meu irmão, quando ele andava atrás da Andreia, mas era só porque já um desporto para nós metermo-nos um com o outro, mas agora eu percebo-o, sinto-me um palhaço às vezes, por tanta ginástica e babuseira que digo e faço para fazer surpresas e ser mais romântico, mas é tão gratificante. Ver esse teu sorriso lindo, os teus olhos a brilhar cada vez que te faço uma surpresa, que te levo a algum lugar especial ou digo alguma coisa super pegajosa... Vale a pena. A gora eu percebo, mais que nunca, o Rúben. Não importa o palhaço que vá parecer, vale sempre a pena, por ti.
-Ai, o que é que voce tá querendo? Com essa conversa tão fofa!
-Só quero que saibas que estou completamente apaixonado por ti!
-Ai amor, assim eu fico sem saber o que falar...
-Só preciso que gostes tanto de mim como gosto de ti! E, que feches os olhos!
-Fechar os olhos? Porquê?
-Fecha! - Acedi ao seu pedido. - Podes abrir! - Assim fiz novamente, após alguns segundos. Assim que abri os olhos, tinha o Mauro na minha frente do mesmo jeito, mas na sua mão, estendida na minha direção, estava uma pequena caixinha, com um par de alianças. Meu Deus, só conseguia sorrir feito uma doida e respirar atentamente pra não perder o ar de uma vez.



-Gostas?
-Adoro amor, adoro! - sorri euforicamente. Ele me sorriu de volta e tomou a dianteira pra colocar a aliança na minha mão e depois eu coloquei na dele. -Eu te amo, sabia?
-Não sei se tanto quanto eu a ti, mas está bem! - Eu ri. - Mas não digas nada disto ao meu irmão, se não vai atazanar-me a cabeça porque fui muito lamechas! - tornei rindo e em seguida recebi um abraço junto de um beijo.



Visão Mónica

Senti-me despertar, mas já antes de conseguir abrir o olhos, percebi que a minha cabeça estava pesada e a atacar-me com uma grande dor de cabeça. É o que dá bebermos muito mais do que aquilo a que estamos habituados. Juntando também o facto de ter sido a única maneira de conseguir coragem, ou cobardia, suficiente para conseguir dizer ao Rodrigo como me sinto em relação à Carolina. Levantei-me, bem devagar, e fui até à casa-de-banho, saindo depois para a sala, onde iria pedir alguma coisa para comer. O Rodrigo já tinha saído para o treino, pelo que ia comer sozinha. Ao entrar na divisão reparei num papel em cima da pequena mesa da sala. Era para mim. Do Rodrigo. Bem, estava escrito "Amor", por isso esperava que não fosse uma bronca pelas coisas que tinha dito na noite anterior. Peguei no papel, impecavelmente dobrado, e reparei que em baixo dele estava um comprimido. Ele adivinhou que ia precisar. Sentei-me no tapete de pêlo e desdobrei o papel, começando a ler.

"Quando inclui toda aquela bebida no nosso programa não queria que você se sentisse mal, muito menos chorasse. Queria apenas que a gente descontraísse e se soltasse um pouco de todos os problemas, confusões e mal-entendidos. Mas acabou acontecendo também o contrário, e lamento por isso, porque ver você soltar seu medos e receios, suas inseguranças daquele jeito, tentando lutar contra isso mas não podendo porque seu choro te denunciou, me apertou o coração. Como eu falei com você na hora, eu torno dizendo, porque mesmo que você tenha escutado direito, eu quero reforçar, que não há nem vai haver mulher mais linda pra mim. Fica difícil descrever tudo o que eu sinto. Decidi tentar fazer como você e escrever. Fica difícil do mesmo jeito, mas eu quero que fique registado pr'além da minha e sua memória.
Você sabe o quão doloroso foi meu passado com a Carolina, sabe o quão difícil foi pra mim voltar a confiar em alguém do jeito que eu confiei nela, amar, aliás, gostar dela do jeito que eu gostei e ser descartado daquele jeito, usado daquele jeito. Mas você mudou isso. Mudou tudo, desde aquele momento em que puseram a gente falando pelo Skype. Desde o primeiro sorriso que você me deu e me fez dar, desde que vi seus olhos brilhando, desde que sua voz me encantou... Sabe aquela pessoa que a cada dia que você conhece só quer conhecer mais e mais? Que a cada dia é uma surpresa, uma descoberta? Aquela pessoa que você passa de "tar conhecendo" pra adorar de um momento para o outro, assim de repente, que a cada dia você se quer integrar mais e mais na vida dela, e esperar que essa pessoa queira você na vida dela por muito e muito tempo? Aquela única pessoa que você conversa todo santo dia, horas a fio, e não cansa, só quer continuar conversando e conversando, até porque o assunto não acaba nunca? E sabe aquela garota linda, de dentro pra fora, fantástica, lutadora, romântica mas atrevida quando quer, aquela garota que todo o dia me faz acreditar que o amor existe e que não é porque correu mal uma vez que vai ser sempre assim, aquela que faz com que eu sonhe com um futuro muito além da próxima semana? Essa garota é você! Eu TE AMO e não quero que você duvide disso nunca, nem que tenha inseguranças em relação a nada que tenha que ver com a Carolina ou com qualquer outra garota, porque eu só tenho olhos pra você, meu amor! É com você que eu quero ter a mais bela história que eu já vivi, aquela que começou em Dezembro e só vai acabar quando um de nós não abrir nunca mais os olhos, é com você que eu quero passar todos os dias da minha vida, com você que eu vou querer casar e ter crianças lindas...! É você amor, só você.
Te amo.
p.s- deixei pra você um comprimido pra melhorar a dor de cabeça... Quando eu voltar quero ver o seu sorriso! Te amo, te amo, te amo!!"

Quando acabei de ler, ouvi a porta da suite a abrir. Na hora certa, porque só me apetecia saltar para o seu colo e enche-lo de beijos, mesmo com as estúpidas das lágrimas que teimavam em tondar-me os olhos!