sábado, 17 de janeiro de 2015

Capitulo 35 (parte II)

Olá meninas!
Primeiramente, desculpem desculpem desculpem não publicar nada há tanto tempo, mas o tempo realmente não me é quase nenhum! Mas pronto, aqui têm, finalmente, mais um capitulo! Espero que gostem! Besitos! <3


Visão Mónica

Subimos para o quarto em silencio, mas na minha cabeça estavam imensas perguntas e começavam a instalar-se também alguns medos, o que não era bom.
-O que e que diz a carta? - perguntei ao Rodrigo, assim que ele a deixou na mesa de cabeceira e se sentou na cama. Quando ouviu a minha pergunta expirou profundamente e colocou a cabeça entre as mãos.
-Mais ou menos o que ela falou quando veio aqui na porta. Diz que não vai desistir e agora que virou a nossa vizinha da frente não vai nos deixar descansados.
-Ela vai cumprir, não vai?
-Ela vai fazer de tudo pra não deixar a gente em paz - fiz um pequeno esgar de desagrado. Ela deixava-me desconfortável. Metia-me medo. E assustava-me, reduzia-me a algo pequeno, pelo facto de já ter sido alguém importante para o Rodrigo e por parecer que a sua resistência, insistência ou não desistência não iam acabar. E pelo óbvio também, a sua descarada beleza. Não fiz mais perguntas. Troquei a roupa pelo pijama e fui lavar os dentes dirigindo-me para a cama em seguida, onde o Rodrigo acabara de vestir o seu pijama também. Após lavar os dentes também ele se deitou ao meu lado.
-Não se preocupa, amor. Ela não vai conseguir destruir nada do que a gente já construiu até agora - tentou sossegar-me, reparando na minha preocupação camuflada. Não respondi. Se tivesse certeza de que nada ia acontecer a custa dela teria dito alguma coisa. Mas não tinha certeza de nada. Eu sabia as minhas inseguranças, as minhas confrontações internas, mesmo ouvindo todos os dias da boca do Rodrigo o quanto me amava. Sempre fora assim, e mesmo com a certeza de um lado, a incerteza estaria sempre presente do outro. E para piorar, para fazer tremer ainda mais as inseguranças, a Carolina era uma mulher esplêndida e a atitude dela era firme, ameaçadora porém neste caso, mas o pouco que captei, a sua personalidade demonstrava-se cativante para o sexo oposto. E tendo o Rodrigo já nutrido sentimentos fortes por ela, o desconforto que sentia era ainda maior. A minha cabeça estava uma confusão. Uma confusão medonha.

-Bom dia, minhas princesas! - cumprimentou o Rodrigo, chegando a cozinha, onde eu e a Mariana já nos encontrávamos, assim como o Donni, que se entretinha com um boneco, dando um beijo na testa a cada uma e juntando-se a nos a mesa.
-Bom dia - respondemos unissonamente. Ate o tom, pouco alegre, se assemelhou.
-Isso e tudo porque ta chovendo ou porque a preguiça ta grande?
-Porque ta chovendo, eu quero a minha cama e porque eu odeio a nova vizinha da frente! - respondeu a Mariana de imediato, fazendo notar-se exactamente o desagrado real.
-A gente tem de ignorar ela!
-Se fosse fácil! - voltou ela a resmungar. - Isso é pra você! Jogaram debaixo da porta! - estendeu-lhe uma carta. ele aceitou-a, de sobrolho carregado. ela entregou-lhe também uma pequena cestinha de verga, tapada com plástico. e tinha um lacinho cor-de-rosa.
-Isso também colocaram debaixo da porta?
-Não. o Donni e que ficou a rabujar para a porta quando fomos ver o que era encontramos isso! - desta vez eu esclareci-o. ele olhou para mim cautelosamente, pois percebeu que de agrado a minha voz nada tinha. depois de deixar de me fitar, colocou a cestinha em cima da mesa e abriu a carta para lê-la.

Visão Rodrigo

Abri o pedaco de papel que a minha irmã tinha me dado para ler o que a carolina tinha escrito dessa vez.

''Bom dia, gato! espero que esteja bem-disposto, porque o ar de durão e todo mal-disposto não assenta nada bem em você!
Acordei bem cedo hoje pra fazer biscoitos, e deixei uns pra você do lado de fora da porta! Espero que goste, foram feitos com muito amor!
Um beijo bem gosto de bom dia!
Sua, carolina''

Peguei na cesta e rasguei o plástico que cobria a mesma, me preparando pra jogar os biscoitos na taça do Donni, mas fui interceptado.
-Nem pensa em dar isso pro Donni! Ele ainda morre envenenado! Joga logo isso no lixo!
-Ele não os comia na mesma, não viste como e que ele ladrava para a porta por causa disso?
-Ladrava não, né? Se esganiçava todo, que aquilo não foi ladrar! - gargalhou a minha irmã, gesto que a Mónica igualou.
-Coitadinho, ele ainda e pequenino, ainda tem de aprender! - entretanto joguei os biscoitos de volta na cesta e a deixei em cima da bancada, voltando a me sentar a mesa.
-Bom gente, vamos nos apressar! A gente tem de ir pra faculdade!
-Eu já terminei! Podemos ir! - anunciei, me levantando, assim como elas, para leva-las ate a faculdade.

Após deixar as meninas na faculdade fui às compras, com a lista que a minha namorada tinha feito, caso contrário metade das coisas eu não trazia. assim que estacionei o carro no caminho de acesso a casa, sai do carro e fui até à bagageira do mesmo buscar os sacos, e assim que me virei, após ter fechado a mala do carro, tinha do outro lado da estrada a Carolina. Acabei, inevitavelmente, cruzando o olhar com ela, que sustentou um olhar perigoso. Aquele que demonstrava que de facto ela não ia deixar a gente em paz. Só de pensar me cansava. Ela fez um "tchauzinho" e sorriu, desdenhosamente, entrando dentro de casa em seguida. Virei costas e me recolhi no quente de casa, arrumando as compras sem pressa. Quando arrumava as coisas nos armários da cozinha me deparei de novo com a cestinha com um laço cor de rosa. Talvez se eu conversasse com ela... Não, não ia adiantar de nada. Mesmo assim, após terminar as arrumações e dar de comida pró Donni, peguei na cesta e resolvi ir devolver.
Toquei à campainha, que apenas depois de algum tempo foi atendida. Por trás da porta surgiu a Carolina, de sorriso no rosto, aquele sorriso dissimulado dela, e vestia pouco mais que um vestido curtíssimo, de um decote que evidenciava muito claramente o que estava por baixo, e umas botas de cano até ao joelho.
-Que surpresa boa! - sorriu.
-Não precisa se entusiasmar, eu só vim devolver o que você deixou na porta da minha casa - retorqui, com o tom de voz evidenciando rudeza, como era necessário, estendendo pra ela a cestinha. Sinceramente, era meio estranho pra mim adoptar esse tom de voz, não era algo natural em mim, mas nesse caso era necessário porque era exactamente o tom que a Carolina merecia da minha parte. Na verdade, ela nem merecia nada de mim, mas já que ela tinha imposto a sua presença, de novo, na minha vida, eu tinha de lidar com a mesma.
-Ai, que rude Rodrigo! Eu fui muito educada!
-Pode aceitar isso de uma vez pra eu ir embora?
-Com pressa? Pelo que eu vi nem a garotinha que entretem você nem a insuportavel da sua irmazinha tão em casa, por isso a gente tem tempo de sobra!
-Carolina, eu não tou nem com tempo nem com paciência, por isso aceita logo essa droga antes que eu deixe aqui mesmo e vá embora!
-Ai não Rodrigo, entra por favor! Que vizinha que eu sou, né? Nem convidei você pra entrar! - simulou um sorriso.
-Tá bom, então pronto, tá aqui - coloquei a cestinha no chão. - Não volta a me incomodar com esse tipo de coisas! Colhe amizade ou o que você quiser de outros vizinhos! A minha porta não tá aberta pra você! - virei costas e caminhei de volta à minha casa.

-Então puto, como é que vai isso? - me cumprimentou o Rúben, chegando e me dando uma palmada nas costas. Mais um treino estava prestes a decorrer.
-Já teve melhor, mas vai indo.
-Então, o que é que se passa?
-A minha ex namorada voltou.
-A sério?
-E pior, virou a minha vizinha da frente e não para de mandar cartas e coisinhas lá pra casa!
-Estás a gozar!
-Bem que eu queria!
-E agora? O que é que vais fazer?
-Ignorar. É o que a gente lá em casa tá tentando fazer.
-Imagino que não seja fácil.
-Não é mesmo. E como ela é não vai parar tão cedo.
-Que sorte, hã puto! - falou ironizando.
-Nem me fala. Mas então e você, como é que tá?
-Eu estou óptimo! Com a Fii ao meu lado é pouco provável que esteja mal!
-Ainda bem, você merece, depois de tudo o que aconteceu com a... - me detive, não tendo a certeza se seria bom falar.
-Com a Andreia, podes dizer. Para mim já é passado. Ela é que não quis dar o devido valor, e agora eu já não quero saber, já não me interessa. O que me interessa é que encontrei alguém que finalmente parece dar-me valor e gostar de mim a sério, por isso, só tenho motivos para estar bem!
-Você merece!
-Ai, vá,pronto, está bem,agora já chega de coisas de Amélias e vamos equipar-nos! - rimos e seguimos então para os balneários.

Visão Filipa

Quando a Mónica me contou o que andava a acontecer com o regresso da ex namorada do Rodrigo, fiquei boquiaberta. Aquela rapariga mais parecia um tormento! Reparei que o olhar da minha melhor amiga estava toldado com uma centelha de tristeza, para além da evidente irritação, até mesmo pelo tom de voz com que ela se exprimi. Se havia coisa que eu detestava era ver os meus amigos tristes, e o facto de ser à custa de uma desmiolada sem noção de uma ex namorada aumentava ainda mais a minha vontade de animar a minha amiga, por isso quase na hora de sairmos do trabalho fiz-lhe uma proposta, e visto que no dia seguinte estaríamos de folga, melhor seria a ocasião.
-Nica - chamei-a carinhosamente, quando ela se preparava para ir deixar uns papéis ao escritório improvisado que tínhamos na salinha atrás de nós.
-Sim? - perguntou, parando, e já com um olhar desconfiado, pelo facto de ter utilizado o apelido carinhoso para chamá-la.
-Tens planos com o Rodrigo hoje à noite?
-Não, porquê? Precisas de alguma coisa?
-Queria fazer-te um convite!
-Faz!
-Que tal uma noite só de raparigas? Podemos ser só as duas ou podemos chamar mais meninas, se quiseres!
-Aceito! Podemos só chamar a Mariana, então?
-Claro que sim! - concordei, sorrindo-lhe.
-Boa! Então já lhe ligo, e vou ligar ao Rodrigo para ele depois não ficar preocupado!
-Sim, eu também vou ligar ao Rúben! Ah e olha, vamos de transportes, pode ser? É que fica mais emocionante!
-Mais emocionante? - perguntou, com uma pequena gargalhada.
-Sim, sei lá! De carro é mais calmo, mais fácil, sei lá!
-Pronto, está bem! - riu novamente, seguindo finalmente com os papéis.

A Mónica subiu até ao quarto dela e do Rodrigo para se arranjar para a nossa noite, ao que o Rodrigo a seguiu até ao mesmo, e eu fui com a Mariana até ao dela para a ajudar a escolher a roupa. Pouco depois descemos e esperámos ainda alguns minutos para que a Mónica descesse também, o que aconteceu por entre gargalhadas com o Rodrigo, enquanto desciam as escadas.
-Ay, que guapa estás, bonita! - sorriu a Mariana à minha melhor amiga, utilizando o seu lindo espanhol para elogiá-la.
-Que hermosa, cuña! Tu también estás muy guapa! - agradeceu-lhe a Mónica também em espanhol, um espanhol não tão bom, mas bonito.
-Yo estoy de acuerdo, mis princesas estan hermosissimas! - juntou-se-lhes o Rodrigo, com um espanhol igualmente belo.
-Hm, bem, falto eu a falar espanhol... Hm, Que tal estoy yo? - falei por fim, mostrando o vestido que envergava, o mesmo que levara para o trabalho. Claro que ia trocar de roupa, mas quis meter-me no meio daquele espanhol e dos elogios.
-Estás linda! - respondeu-me a Mónica.
-Era suposto responderem em espanhol também, mas pronto, obrigada! - rimos de seguida, fazendo não demorar as despedidas do Rodrigo para seguirmos ainda para minha casa. Íamos já a chegar a minha casa quando a Mónica reparou que não tinha trazido a carteira com os documentos.
-Já voltamos lá então princesa, deixa-me só acabar de pentear. Mas depois ninguém se esqueça de mais nada que quero aventurar-me nos transportes públicos!

Visão Rodrigo

As meninas saíram lá de casa e eu fiquei sozinho com o Donni. Depois de jantar me deixei ficar na sala assistindo televisão, mas me cansei de ficar sozinho e liguei ao Rúben para vir cá em casa, ao que ele aceitou. Dez minutos se passaram e a campainha tocou. Achei que seria muito cedo pró Rúben ter chegado, mas fui abrir a porta n mesma. Quando eu ia fechá-la novamente a Carolina começou falando num fingido tom choroso e entrando de rompante na minha casa. Apenas de toalha enrolada no corpo, chinelos e o cabelo molhado. Para outro homem qualquer seria uma dádiva, mas a mim me dava náuseas.


-O que é que você tá fazendo aqui e desse jeito?! - perguntei fechando os olhos enquanto passava a mão pela cana do nariz, expirando bruscamente.
-Ai Rodrigo, você não vai acreditar! Eu ia tomar banho, ia encher a banheira de...
-Não quero ficar ouvindo histórias Carolina, eu quero que você saia daqui agora!
-Mas Rodrigo, o meu gás acabou e eu tou com pressa, sem falar que tou morrendo de frio! Eu posso usar o seu chuveiro, rapidinho?
-Não, não pode! Sai daqui, se vira, mas sai daqui! - respondi, tendo de empurrar ligeiramente ela, que tentava fincar os pés no chão. E quando vi, a toalha dela tava no chão. Me virei de costas de imediato. - Pega essa toalha e sai da minha casa, agora.