(visão Rodrigo)
-Vá, agora
enquanto eu lavo a louça podes ir para o jardim lá atrás. Tens lá uma bola,
entretém-te.
-Cê parece qui
tá falando pra uma criancinha.
-E não estou?
-Você também não
pode falar muito.
-É pá, vai mas é
lá para fora antes que leves com a esponja da louça na cara!
-Ahaha! Tá bom,
tá – ri, mi dirigindo prá sala, qui tinha acesso ao jardim na parte de trás da
casa.
O dia tava frio
mas havia um lindo sol iluminando o céu. Encontrei a bola e comecei dando
toques.
-Essa bola ainda
vai rolar no meu pé – ouvi uma voz atrás de mim, na porta da sala. Mi virei,
deixando a bola no chão. Os meus olhos encontraram uma garota de metro e
cinquenta e oito de altura, cabelo castanho escuro corrido um pouco depois do ombro,
olhos castanhos qui pareciam os de uma mocinha doce e qui mi envolviam, o
sorriso dela era perfeito e inconfundível. Tava usando umas calças de ganga
escura qui moldavam bem a perna, uma camisola larga branca e um casaco de malha
preto, assim como uns ténis brancos. Ela tava encostada na porta e sorrindo pra
mim.
-Qu’qui cê tá
fazendo aqui? – perguntei, deixando a bola e envolvendo ela nos meus braços.
Depois beijei a minha namorada durante um bom tempo. Ela si afastou, precisando
de ar.
-Vim tirar-te a
bola dos pés -respondeu ela já
normalmente, enquanto passava as mãos pra cima e pra baixo no meu peito.
-Fala a sério.
-Eu estou a
falar a sério. Vamos ver se eu não te consigo tirar essa bola dos pés.
-Ai é? Quero ver
isso! – disse eu, largando ela e colocando a bola novamente a rolar no meu pé.
Ela veio atrás da bola e a gente jogou um pouqunho. – Não acredito qui você mi
tirou a bola!
-Sim, até parece
que não foste tu que deixaste.
-Não fui. Quer
ver como eu vou tirar a bola de você rapidinho?
Ela começou
correndo com a bola e eu corri atrás dela. Tirei a bola dela e deixei a bola
rolando. Puxei a minha garota pela cintura e a abracei. A gente caiu e rebolou
na relva e quando paramos ela tava por cima de mim e tavamos rindo os dois.
Quando parámos de rir eu sentei e ela sentou entre as minhas pernas, de lado.
Segurei o rosto dela e a comecei beijando. Tava morrendo por um beijo daqueles
fazia duas semanas.
-Bem, isso é que
é sentir a minha falta – sorriu ela ainda respirando um pouco mal.
-Isso não mata
nem metade. - Ela sorriu e si levantou. - Onde é qui cê vai? – perguntei,
segurando a mão dela.
-Vamos lá para
dentro. Está frio.
-Tá bom. –
Levantei e depois a abracei. – Mas eu posso aquecer você também.
-Sim – sorriu
ela.
Entrámos na sala
e o Rúben e a Andreia tavam vindo da cozinha. Fechei a porta qui dava pró
jardim e fui dar um abraço na Andreia.
-Tudo bom? –
perguntei.
-Sim. E contigo
já nem pergunto. Dá para ver pelo teu sorriso – riu ela.
Eu ri também e
fui abraçar novamente a Mónica.
-Então, a surpresa
foi boa, não foi? As saudades eram tantas que já não a largas, hã? – riu o
Rúben.
-Ah você tava
armando isso com elas? Você vai ver só!
-Está bem, está.
Estou à espera, vá – disse o Rúben, rindo.
VISÃO MÓNICA
-Tu estás à
espera, mas eu estou à mais tempo, por isso…
-segurei a mão do Rodrigo e puxei-o em direcção à cozinha.
-Então?! – ouvi
o Rúben reclamar.
-Isso é tudo
saudade minha? – perguntou o Rodrigo, enquanto eu o puxava pela mão, atrás de
mim.
-A maior parte é
– sorri.
Encostei-me à bancada
e ele ficou à minha frente.
-Então e a parte
qui não sou eu é o quê?
-É deixar a Andy
e o Rúben sozinhos.
-Você não vai
desistir, né?
-Claro que não.
Até eles se entenderem de vez não vou desistir.
Ele sorriu.
-Você é uma
amiga muito legal, sabia?
-É, acho que sim
– ri.
-E namorada
também.
-Então assim já
sou muito boa, não é?
-Perfeita.
Eu sorri e ele
deu-me um abraço.
-Tive muitas
saudades de você – disse ele ao meu ouvido.
-E eu tuas.
Muitas – respondi, falando ao seu ouvido também.
Ficámos mais um
pouco abraçados mas depois ele recuou, rodeou a minha cintura e eu o seu
pescoço.
-O qui é qui cê
acha qui aqueles dois tão fazendo lá dentro?
-Não sei. Podem
estar a fazer muita coisa.
-Hm. Agora a
gente podia era aproveitar prá namorar um pouquinho, né?
-É – sorri.
Ele retribuiu o
sorriso e beijou-me. Um beijo rápido mas doce.
-Hm. Espera –
pedi. Sentei-me na bancada, de modo a ficar mais à sua altura, e depois puxei-o
para mim.
-Tentando ficar
da minha altura, baixinha? - gozou ele, assim que voltou a envolver-me com os
seus braços.
-Baixinha mas tu
gostas, meu bem.
-Não disse qui
não gostava. Eu amo.
-Também te amo –
sorri.
-Você é linda,
sabia?
-Já me tinhas
dito – ri. Ele deu-me mais um beijo.
-Então e você já
sabe qual é o vistido qui você vai levar na Gala, amanhã?
-Não. Estava a
pensar ir comprá-lo hoje.
-Cê sabe o
código, ou vou ter qui desenhar de novo na sua mão? – riu ele, exibindo o
cartão de crédito dele, que eu lhe tinha devolvido antes de voltar a Londres.
-Sim, ainda sei
qual é.
-Cê não tá
reclamando?
-Não posso. Ru
prometi. Eu disse que podias pagar-me o vestido. Embora meio que obrigada, não
é? Mas prometi, por isso.
-Tou gostando de
ver - riu.
-Ai é? Vê lá. È
quE podes deixar de ver num instante.
Ele riu.
-Tinha saudade
disso.
-Eu tenho saudades
da tua boca - disse eu com um sorriso, puxando-o mais para mim.
-Ah, mas isso a
gente resolve já - sorriu. Eu sorri também e ele começou a beijar-me.
VISÃO ANDREIA
Depois da Mónica
e do Rodrigo terem ido para a cozinha, o Rúben sentou-se no sofá, ainda a
''reclamar''. Sentei-me também.
-Aquele gajo
safa-se sempre, pá! - disse ele.
-Oh, mas agora
tens de dar um desconto. Eles estavam desesperados para ficar sozinhos, tipo a
morrer de saudades - ri.
-Pois, eu sei o
que isso é.
Olhei para ele,
pois percebi que aquele comentário era directamente para mim.
-Então e o que é
que tens feito? - perguntei, tentando deixar passar o que ele tinha dito.
-Estive à espera
de hoje.
-Então porquê?
-Para tu
voltares.
-Oh, és mesmo
parvo! - ri.
-E tu gostas -
sorriu.
-Nada
convencido, menino Rúben Amorim.
-Eu? Claro que
não!
-Hm-hm.
-Ai tu duvidas?
-Não, não
duvido. Eu tenho a certeza do que disse - respondi, levantando-me fazendo
tenções de ir até ao jardim.
-Tens? Então eu
tiro-te essa certeza! - disse ele, começando a correr atrás de mim. Consegui
fazer com que o sofá se mantivesse entre nós durante bastante tempo, mas depois
ele conseguiu apanhar-me.
-Rúben... Wow!
Caímos em cima
do sofá. Ele caíu em cima de mim, e estava com o seu enorme sorriso na cara.
-Então, já
mudaste de opinião? - perguntou-me ainda a sorrir.
-Eu
respondia-te, se saísses de cima de mim. È que sabes, não és propriamente
levezinho, Rúben.
-Está bem... -
ele saiu de cima de mim, mas apenas de modo a deixar de fazer peso em cima de
mim. - Agora responde-me.
-Está bem, tens
razão, não és convencido, és só parvo.
-A sério, Andy?
Consegues melhor que isso? - respondeu-me, fixando-me.
-Sim, a sério,
Rúben. E olha quem fala. Também consegues melhor que essa cara de ''tentativa
de chateado''.
-Estás certa. Eu
consigo melhor. A questão é, deixas-me mostrar?
Ele estava sério
e fixo em mim, enquanto segurou o meu rosto com uma mão e fez pequenas festas
na minha cara. De seguida, começou a aproximar o seu rosto do meu e fez com que
os seus lábios tocassem os meus. Primeiro levemente e depois com mais certeza e
vontade. Ao principio não me mexi, mas depois os meus lábios responderam
movimentando-se harmoniosamente com os seus. Pouco depois ele separou-se um
pouco de mim.
-Desculpa, Andy.
Já devia ter aprendido a controlar-me. Ainda por cima agora que eu te ia
convidar para vires comigo à Gala de Natal do Benfica. Fogo, estraguei tudo -
começou ele a praguejar, olhando para o chão, com as mãos atrás da cabeça.
-Eu vou contigo.
Quer dizer, se tu ainda quiseres que eu vá - despejei. Ele olhou para mim, sem
acreditar.
-Estás a falar a
sério, Andy? - perguntou-me com um sorriso.
-Se tu quiseres.
-Claro que
quero!
-Bom, então
parece que vou mesmo contigo.
-Obrigado! -
agradeceu-me, dando-me um abraço.
Depois olhou para
mim, ainda a sorrir. Pareceu estar receoso de alguma coisa. Continuei a sorrir.
-Bem, vamos ter
com aqueles dois? Já tiveram um tempinho para eles - sugeri.
-Sim, vamos.
Ainda estou à espera para ver o que é que o Rodrigo me vai fazer - riu ele.
-Oh, deixa lá o
rapaz agora. Depois falas sobre isso.
Levantei-me do
sofá e fomos até à cozinha. Quando lá chegámos vimos a Mónica sentada na
bancada, abraçada ao Rodrigo e ele a ela, aos beijos. Ums imagem muito querida
até, mas...
-È pá! Poucas
vergonhas na minha cozinha, não! - disse o Rúben.
-Oh Rúben... -
comentei, dando-lhe uma pancada no braço direito.
-È verdade,
então - respondeu-me ele, já quase a rir.
-Deixa, Andreia.
Quando eu apanhar ele, ele vai ver só... - sorriu o Rodrigo.
A minha melhor
amiga sorriu meio envergonhada e desceu da bancada.
-Nunca me vais
encontrar a namorar pelos cantos – riu o Rúben.
-Não diz isso, Rúben.
Cê sabe qui cê não vai conseguir cumprir – sorriu o Rodrigo.
-Eu sei que não
va…
-Olha! Já chega.
Os dois – interrompeu a Mónica, surpreendendo-me, ao colocar-se à frente deles
e olhar para ambos enquanto falava, calando ao mesmo tempo o Rúben. – Não precisam
ficar tão calados, nem especados a olhar para mim. Eu disse já chega, mas era
essa discussão estúpida.
A seguir começámos
todos a rir.
-E se fossemos
fazer qualquer coisa os quatro? – sugeri.
-É, você tem razão.
Qu’qui cê tem aí prá gente fazer, Rúben?
-Aguentam a Move? – perguntou o Rúben.
-A quê? – disse
a Mónica.
-Playstation Move. Aguentam?
-A gente vai dar
uma abada em você! – riu o Rodrigo.
-Sonha puto,
sonha.
Todos rimos e
fomos para a sala. Fartámo-nos de rir durante os jogos, e por pouco não demos ‘’uma
abada’’ ao Rúben. É o que dá jogar contra viciados…
-Bem, são quatro
da tarde, por isso é melhor irmos andando – sugeri.
-Pois, tens
razão – concordou a Mónica. Deu um beijo ao Rodrigo e levantou-se para se ir
despedir do Rúben. Eu despedi-me do Rodrigo e eles os dois foram levar-nos à
porta. Despedi-me do Rúben com um abraço.
-Escolhe um
vestido giro. A Gala é amanhã – disse o Rúben ao meu ouvido.
-Amanhã?! –
disse eu, um pouco alto demais.
-Sim – sorriu ele.
– Por isso não tens muito tempo.
-Tudo em cima da
hora, Rúben Filipe!
-Não reclames.
Vais estar perfeita com muito ou pouco tempo. Agora vai-te embora, vá!
-Está bem. Até
amanhã.
-Até amanhã –
sorriu-me.
-Pois. Só que
ele quase que me obrigou a aceitar o cartão dele.
-Então, o rapaz
está entusiasmado, o que é que queres – ri. Ela abriu a porta de casa.
-Bom, mas era para
isso que eu queria que viesses comigo ao Colombo. Assim ajudavas-me a escolher
o vestido.
-Sim, claro. De
qualquer maneira eu também tinha de ir.
-Ai tinhas? –
perguntou, colocando a mala em cima da cama dela.
-Sim.
-Porquê?
-Porque eu vou à
Gala com o Rúben – respondi sentando-me na minha cama.
-Tu o quê? Tu
vais à Gala com o Rúben? – perguntou incrédula, sentando-se ao meu lado.
-Vou.
-Tens a certeza?
-Tenho.
-Absoluta?
-Sintética e
analítica.
-Andy, estás
mesmo a falar a sério?
-Estou. Não
percebo para quê tanto espanto.
-Eu pensei que
depois daquilo naquele fim-de-semana…
-Pensaste. Mas
sim, vou com o Rúben, por isso vou precisar da tua ajuda também.
-Conta comigo!
Rimos as duas. Pouco
depois saímos de casa. Peguei no meu carro e fomos para o Colombo. Foi
divertido ver e experimentar vestidos com a Mónica. E fazer figuras também,
coisa que já não fazíamos há muito tempo. Pelo menos sozinhas…
-O Rodrigo
vai-se babar, hã? – ri eu, metendo-me com ela.
-Pois. E o Ru… -
ela calou-se.
-Quem? –
perguntei, já meio desconfiada, interiormente, do nome que ela ia dizer.
-O Rodrigo. Não
sei se ele já comprou ou alugou ou lá o que ele vai fazer ao fato.
-Vai vesti-lo –
brinquei. Mas eu sabia que ela ia dizer algo diferente, e relacionado com o Rúben.
-Oh, tu
percebeste o que eu quis dizer! – sorriu ela.
Depois de
terminarmos todas as compras voltámos para casa.
VISÃO RÚBEN
-Oi! Rúben! –
chamou-me o Rodrigo, fazendo-me deixar de fixar a televisão, sem na realidade
estar a prestar a mínima atenção.
-Diz.
-Onde é qui cê
tava, hein?
-Não muito longe…
-Qu’qui houve
dessa vez?
-Uma coisa
esquisita.
-Fala aí.
-Eu beijei-a…
-A Andreia?
-Sim.
-De novo?
-Sim. Eu sei que
foi mau, devia ter-me controlado, mas, ela não fez nada.
-Não fez nada?
Como assim?
-Ela não me deu
uma chapada, não gritou comigo e nem sequer ficou calada sem dizer nada, nem
saiu daqui a correr…
-Então ela fez o
quê?
-Eu comecei a
despejar uma carrada de desculpas e disse que tinha estragado tudo, ainda por
cima agora que eu ia convidá-la para vir comigo à Gala e ela simplesmente disse
que ia comigo, logo a seguir. Como se eu não tivesse feito nada.
-Você tá falando
sério?
-Sim, claro que
estou. Eu só não percebo é porque é que ela reagiu assim. Da outra vez ela só não
correu para eu não ver, e agora ela disse que ia comigo à Gala depois de eu a
beijar…
-Cê já pensou
qui se calhar esse beijo não tenha incomodado ela? Ela ti beijou também?
-Sim. Quer
dizer, ela respondeu, mas… pois, ela respondeu.
-Então.
-Tu achas que
ela mudou de ideias? Quer dizer, achas que ela também queria beijar-me?
-Eu não falei
nada. Só sei qui ela mudou de atitude. Isso pode ser um começo.
-Então eu tenho
de tratar do resto…
-Vê lá qu’qui cê
vai fazer – avisou.
-Vou conquistá-la.
-Vai devagar.
-Devagarinho,
puto. Descansa.
-Tá bom – riu.
-Bem, como é que
é, vamos jantar? – propus, levantando-me do sofá.
-Si você fizer o
jantar – riu ele novamente, levantando-se também.
-É justo, é
justo. Fizeste o almoço, eu faço o jantar. Mas a louça fica por tua conta.
-Não quer mais
nada, você.
-É pá, já agora…
-Não. Nem pede.
Eu não vou fazer.
-Se fosse para a
namorada já fazias. Anda muito romântico, o menino – brinquei, enquanto íamos para
a cozinha.
-Não fala muito
qui cê é igual.
-A partir de
amanhã vou ser. Hoje à noite ainda não conta.
-É, cê sabe
muito…
Olá!
Bem, antes de mais queria pedir desculpa pela demora a postar este novo capitulo, mas não tenho tido muito tempo com o final das aulas e a preparação para os exames, mas já está aqui!
Espero
que tenham gostado de mais este capitulo e continuem a deixar os vossos comentários!
E estejam atentos, porque os próximos capítulos vão trazer muitas emoções!
Beijinhos :D
Mónica
fabuloso...
ResponderEliminarquero mais... tou super curiosa para ver o proximo... continua...