segunda-feira, 11 de junho de 2012

Capitulo 16 (parte III)





(visão Rodrigo)


-Vá, agora enquanto eu lavo a louça podes ir para o jardim lá atrás. Tens lá uma bola, entretém-te.
-Cê parece qui tá falando pra uma criancinha.
-E não estou?
-Você também não pode falar muito.
-É pá, vai mas é lá para fora antes que leves com a esponja da louça na cara!
-Ahaha! Tá bom, tá – ri, mi dirigindo prá sala, qui tinha acesso ao jardim na parte de trás da casa.
O dia tava frio mas havia um lindo sol iluminando o céu. Encontrei a bola e comecei dando toques.
-Essa bola ainda vai rolar no meu pé – ouvi uma voz atrás de mim, na porta da sala. Mi virei, deixando a bola no chão. Os meus olhos encontraram uma garota de metro e cinquenta e oito de altura, cabelo castanho escuro corrido um pouco depois do ombro, olhos castanhos qui pareciam os de uma mocinha doce e qui mi envolviam, o sorriso dela era perfeito e inconfundível. Tava usando umas calças de ganga escura qui moldavam bem a perna, uma camisola larga branca e um casaco de malha preto, assim como uns ténis brancos. Ela tava encostada na porta e sorrindo pra mim.
-Qu’qui cê tá fazendo aqui? – perguntei, deixando a bola e envolvendo ela nos meus braços. Depois beijei a minha namorada durante um bom tempo. Ela si afastou, precisando de ar.
-Vim tirar-te a bola dos pés  -respondeu ela já normalmente, enquanto passava as mãos pra cima e pra baixo no meu peito.
-Fala a sério.
-Eu estou a falar a sério. Vamos ver se eu não te consigo tirar essa bola dos pés.
-Ai é? Quero ver isso! – disse eu, largando ela e colocando a bola novamente a rolar no meu pé. Ela veio atrás da bola e a gente jogou um pouqunho. – Não acredito qui você mi tirou a bola!
-Sim, até parece que não foste tu que deixaste.
-Não fui. Quer ver como eu vou tirar a bola de você rapidinho?
Ela começou correndo com a bola e eu corri atrás dela. Tirei a bola dela e deixei a bola rolando. Puxei a minha garota pela cintura e a abracei. A gente caiu e rebolou na relva e quando paramos ela tava por cima de mim e tavamos rindo os dois. Quando parámos de rir eu sentei e ela sentou entre as minhas pernas, de lado. Segurei o rosto dela e a comecei beijando. Tava morrendo por um beijo daqueles fazia duas semanas.
-Bem, isso é que é sentir a minha falta – sorriu ela ainda respirando um pouco mal.
-Isso não mata nem metade. - Ela sorriu e si levantou. - Onde é qui cê vai? – perguntei, segurando a mão dela.
-Vamos lá para dentro. Está frio.
-Tá bom. – Levantei e depois a abracei. – Mas eu posso aquecer você também.
-Sim – sorriu ela.
Entrámos na sala e o Rúben e a Andreia tavam vindo da cozinha. Fechei a porta qui dava pró jardim e fui dar um abraço na Andreia.
-Tudo bom? – perguntei.
-Sim. E contigo já nem pergunto. Dá para ver pelo teu sorriso – riu ela.
Eu ri também e fui abraçar novamente a Mónica.
-Então, a surpresa foi boa, não foi? As saudades eram tantas que já não a largas, hã? – riu o Rúben.
-Ah você tava armando isso com elas? Você vai ver só!
-Está bem, está. Estou à espera, vá – disse o Rúben, rindo.  


VISÃO MÓNICA


-Tu estás à espera, mas eu estou à mais tempo, por isso…  -segurei a mão do Rodrigo e puxei-o em direcção à cozinha.
-Então?! – ouvi o Rúben reclamar.
-Isso é tudo saudade minha? – perguntou o Rodrigo, enquanto eu o puxava pela mão, atrás de mim.
-A maior parte é – sorri.
Encostei-me à bancada e ele ficou à minha frente.
-Então e a parte qui não sou eu é o quê?
-É deixar a Andy e o Rúben sozinhos.
-Você não vai desistir, né?
-Claro que não. Até eles se entenderem de vez não vou desistir.
Ele sorriu.
-Você é uma amiga muito legal, sabia?
-É, acho que sim – ri.
-E namorada também.
-Então assim já sou muito boa, não é?
-Perfeita.
Eu sorri e ele deu-me um abraço.
-Tive muitas saudades de você – disse ele ao meu ouvido.
-E eu tuas. Muitas – respondi, falando ao seu ouvido também.
Ficámos mais um pouco abraçados mas depois ele recuou, rodeou a minha cintura e eu o seu pescoço.
-O qui é qui cê acha qui aqueles dois tão fazendo lá dentro?
-Não sei. Podem estar a fazer muita coisa.
-Hm. Agora a gente podia era aproveitar prá namorar um pouquinho, né?
-É – sorri.
Ele retribuiu o sorriso e beijou-me. Um beijo rápido mas doce.
-Hm. Espera – pedi. Sentei-me na bancada, de modo a ficar mais à sua altura, e depois puxei-o para mim.
-Tentando ficar da minha altura, baixinha? - gozou ele, assim que voltou a envolver-me com os seus braços.
-Baixinha mas tu gostas, meu bem.
-Não disse qui não gostava. Eu amo.
-Também te amo – sorri.
-Você é linda, sabia?
-Já me tinhas dito – ri. Ele deu-me mais um beijo.
-Então e você já sabe qual é o vistido qui você vai levar na Gala, amanhã?
-Não. Estava a pensar ir comprá-lo hoje.
-Cê sabe o código, ou vou ter qui desenhar de novo na sua mão? – riu ele, exibindo o cartão de crédito dele, que eu lhe tinha devolvido antes de voltar a Londres.
-Sim, ainda sei qual é.
-Cê não tá reclamando?
-Não posso. Ru prometi. Eu disse que podias pagar-me o vestido. Embora meio que obrigada, não é? Mas prometi, por isso.
-Tou gostando de ver - riu.
-Ai é? Vê lá. È quE podes deixar de ver num instante.
Ele riu.
-Tinha saudade disso.
-Eu tenho saudades da tua boca - disse eu com um sorriso, puxando-o mais para mim.
-Ah, mas isso a gente resolve já - sorriu. Eu sorri também e ele começou a beijar-me.


VISÃO ANDREIA

Depois da Mónica e do Rodrigo terem ido para a cozinha, o Rúben sentou-se no sofá, ainda a ''reclamar''. Sentei-me também.
-Aquele gajo safa-se sempre, pá! - disse ele.
-Oh, mas agora tens de dar um desconto. Eles estavam desesperados para ficar sozinhos, tipo a morrer de saudades - ri.
-Pois, eu sei o que isso é.
Olhei para ele, pois percebi que aquele comentário era directamente para mim.
-Então e o que é que tens feito? - perguntei, tentando deixar passar o que ele tinha dito.
-Estive à espera de hoje.
-Então porquê?
-Para tu voltares.
-Oh, és mesmo parvo! - ri.
-E tu gostas - sorriu.
-Nada convencido, menino Rúben Amorim.
-Eu? Claro que não!
-Hm-hm.
-Ai tu duvidas?
-Não, não duvido. Eu tenho a certeza do que disse - respondi, levantando-me fazendo tenções de ir até ao jardim.
-Tens? Então eu tiro-te essa certeza! - disse ele, começando a correr atrás de mim. Consegui fazer com que o sofá se mantivesse entre nós durante bastante tempo, mas depois ele conseguiu apanhar-me.
-Rúben... Wow!
Caímos em cima do sofá. Ele caíu em cima de mim, e estava com o seu enorme sorriso na cara.
-Então, já mudaste de opinião? - perguntou-me ainda a sorrir.
-Eu respondia-te, se saísses de cima de mim. È que sabes, não és propriamente levezinho, Rúben.
-Está bem... - ele saiu de cima de mim, mas apenas de modo a deixar de fazer peso em cima de mim. - Agora responde-me.
-Está bem, tens razão, não és convencido, és só parvo.
-A sério, Andy? Consegues melhor que isso? - respondeu-me, fixando-me.
-Sim, a sério, Rúben. E olha quem fala. Também consegues melhor que essa cara de ''tentativa de chateado''.
-Estás certa. Eu consigo melhor. A questão é, deixas-me mostrar?
Ele estava sério e fixo em mim, enquanto segurou o meu rosto com uma mão e fez pequenas festas na minha cara. De seguida, começou a aproximar o seu rosto do meu e fez com que os seus lábios tocassem os meus. Primeiro levemente e depois com mais certeza e vontade. Ao principio não me mexi, mas depois os meus lábios responderam movimentando-se harmoniosamente com os seus. Pouco depois ele separou-se um pouco de mim.
-Desculpa, Andy. Já devia ter aprendido a controlar-me. Ainda por cima agora que eu te ia convidar para vires comigo à Gala de Natal do Benfica. Fogo, estraguei tudo - começou ele a praguejar, olhando para o chão, com as mãos atrás da cabeça.
-Eu vou contigo. Quer dizer, se tu ainda quiseres que eu vá - despejei. Ele olhou para mim, sem acreditar.
-Estás a falar a sério, Andy? - perguntou-me com um sorriso.
-Se tu quiseres.
-Claro que quero!
-Bom, então parece que vou mesmo contigo.
-Obrigado! - agradeceu-me, dando-me um abraço.
Depois olhou para mim, ainda a sorrir. Pareceu estar receoso de alguma coisa. Continuei a sorrir.
-Bem, vamos ter com aqueles dois? Já tiveram um tempinho para eles - sugeri.
-Sim, vamos. Ainda estou à espera para ver o que é que o Rodrigo me vai fazer - riu ele.
-Oh, deixa lá o rapaz agora. Depois falas sobre isso.
Levantei-me do sofá e fomos até à cozinha. Quando lá chegámos vimos a Mónica sentada na bancada, abraçada ao Rodrigo e ele a ela, aos beijos. Ums imagem muito querida até, mas...
-È pá! Poucas vergonhas na minha cozinha, não! - disse o Rúben.
-Oh Rúben... - comentei, dando-lhe uma pancada no braço direito.
-È verdade, então - respondeu-me ele, já quase a rir.
-Deixa, Andreia. Quando eu apanhar ele, ele vai ver só... - sorriu o Rodrigo.
A minha melhor amiga sorriu meio envergonhada e desceu da bancada.
-Nunca me vais encontrar a namorar pelos cantos – riu o Rúben.
-Não diz isso, Rúben. Cê sabe qui cê não vai conseguir cumprir – sorriu o Rodrigo.
-Eu sei que não va…
-Olha! Já chega. Os dois – interrompeu a Mónica, surpreendendo-me, ao colocar-se à frente deles e olhar para ambos enquanto falava, calando ao mesmo tempo o Rúben. – Não precisam ficar tão calados, nem especados a olhar para mim. Eu disse já chega, mas era essa discussão estúpida.
A seguir começámos todos a rir.
-E se fossemos fazer qualquer coisa os quatro? – sugeri.
-É, você tem razão. Qu’qui cê tem aí prá gente fazer, Rúben?
-Aguentam a Move? – perguntou o Rúben.
-A quê? – disse a Mónica.
-Playstation Move. Aguentam?
-A gente vai dar uma abada em você! – riu o Rodrigo.
-Sonha puto, sonha.
Todos rimos e fomos para a sala. Fartámo-nos de rir durante os jogos, e por pouco não demos ‘’uma abada’’ ao Rúben. É o que dá jogar contra viciados…
-Bem, são quatro da tarde, por isso é melhor irmos andando – sugeri.
-Pois, tens razão – concordou a Mónica. Deu um beijo ao Rodrigo e levantou-se para se ir despedir do Rúben. Eu despedi-me do Rodrigo e eles os dois foram levar-nos à porta. Despedi-me do Rúben com um abraço.
-Escolhe um vestido giro. A Gala é amanhã – disse o Rúben ao meu ouvido.
-Amanhã?! – disse eu, um pouco alto demais.
-Sim – sorriu ele. – Por isso não tens muito tempo.
-Tudo em cima da hora, Rúben Filipe!
-Não reclames. Vais estar perfeita com muito ou pouco tempo. Agora vai-te embora, vá!
-Está bem. Até amanhã.
-Até amanhã – sorriu-me.


-Pois. Só que ele quase que me obrigou a aceitar o cartão dele.
-Então, o rapaz está entusiasmado, o que é que queres – ri. Ela abriu a porta de casa.
-Bom, mas era para isso que eu queria que viesses comigo ao Colombo. Assim ajudavas-me a escolher o vestido.
-Sim, claro. De qualquer maneira eu também tinha de ir.
-Ai tinhas? – perguntou, colocando a mala em cima da cama dela.
-Sim.
-Porquê?
-Porque eu vou à Gala com o Rúben – respondi sentando-me na minha cama.
-Tu o quê? Tu vais à Gala com o Rúben? – perguntou incrédula, sentando-se ao meu lado.
-Vou.
-Tens a certeza?
-Tenho.
-Absoluta?
-Sintética e analítica.
-Andy, estás mesmo a falar a sério?
-Estou. Não percebo para quê tanto espanto.
-Eu pensei que depois daquilo naquele fim-de-semana…
-Pensaste. Mas sim, vou com o Rúben, por isso vou precisar da tua ajuda também.
-Conta comigo!
Rimos as duas. Pouco depois saímos de casa. Peguei no meu carro e fomos para o Colombo. Foi divertido ver e experimentar vestidos com a Mónica. E fazer figuras também, coisa que já não fazíamos há muito tempo. Pelo menos sozinhas…
-O Rodrigo vai-se babar, hã? – ri eu, metendo-me com ela.
-Pois. E o Ru… - ela calou-se.
-Quem? – perguntei, já meio desconfiada, interiormente, do nome que ela ia dizer.
-O Rodrigo. Não sei se ele já comprou ou alugou ou lá o que ele vai fazer ao fato.
-Vai vesti-lo – brinquei. Mas eu sabia que ela ia dizer algo diferente, e relacionado com o Rúben.
-Oh, tu percebeste o que eu quis dizer! – sorriu ela.
Depois de terminarmos todas as compras voltámos para casa.


VISÃO RÚBEN


-Oi! Rúben! – chamou-me o Rodrigo, fazendo-me deixar de fixar a televisão, sem na realidade estar a prestar a mínima atenção.
-Diz.
-Onde é qui cê tava, hein?
-Não muito longe…
-Qu’qui houve dessa vez?
-Uma coisa esquisita.
-Fala aí.
-Eu beijei-a…
-A Andreia?
-Sim.
-De novo?
-Sim. Eu sei que foi mau, devia ter-me controlado, mas, ela não fez nada.
-Não fez nada? Como assim?
-Ela não me deu uma chapada, não gritou comigo e nem sequer ficou calada sem dizer nada, nem saiu daqui a correr…
-Então ela fez o quê?
-Eu comecei a despejar uma carrada de desculpas e disse que tinha estragado tudo, ainda por cima agora que eu ia convidá-la para vir comigo à Gala e ela simplesmente disse que ia comigo, logo a seguir. Como se eu não tivesse feito nada.
-Você tá falando sério?
-Sim, claro que estou. Eu só não percebo é porque é que ela reagiu assim. Da outra vez ela só não correu para eu não ver, e agora ela disse que ia comigo à Gala depois de eu a beijar…
-Cê já pensou qui se calhar esse beijo não tenha incomodado ela? Ela ti beijou também?
-Sim. Quer dizer, ela respondeu, mas… pois, ela respondeu.
-Então.
-Tu achas que ela mudou de ideias? Quer dizer, achas que ela também queria beijar-me?
-Eu não falei nada. Só sei qui ela mudou de atitude. Isso pode ser um começo.
-Então eu tenho de tratar do resto…
-Vê lá qu’qui cê vai fazer – avisou.
-Vou conquistá-la.
-Vai devagar.
-Devagarinho, puto. Descansa.
-Tá bom – riu.
-Bem, como é que é, vamos jantar? – propus, levantando-me do sofá.
-Si você fizer o jantar – riu ele novamente, levantando-se também.
-É justo, é justo. Fizeste o almoço, eu faço o jantar. Mas a louça fica por tua conta.
-Não quer mais nada, você.
-É pá, já agora…
-Não. Nem pede. Eu não vou fazer.
-Se fosse para a namorada já fazias. Anda muito romântico, o menino – brinquei, enquanto íamos para a cozinha.
-Não fala muito qui cê é igual.
-A partir de amanhã vou ser. Hoje à noite ainda não conta.
-É, cê sabe muito…


Olá!
Bem, antes de mais queria pedir desculpa pela demora a postar este novo capitulo, mas não tenho tido muito tempo com o final das aulas e a preparação para os exames, mas já está aqui!
Espero que tenham gostado de mais este capitulo e continuem a deixar os vossos comentários! E estejam atentos, porque os próximos capítulos vão trazer muitas emoções!
Beijinhos :D

Mónica

1 comentário:

  1. fabuloso...

    quero mais... tou super curiosa para ver o proximo... continua...

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