quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Capitulo 28 (parte IV)

Olá meninas!
Aqui têm um novo capitulo, já sabem que não consigo capítulos muito grandes, mas pelo menos consigo deixar-vos alguma coisa para ler! Espero que gostem, e desculpem a demora a publicar!

Beijinhos*
Mónica

Visão Mónica

O jantar não parecia estar a correr assim tão bem. Podia apenas aparentar, mas eu notava que o Rúben não estava ali de boa vontade, porém tentei ignorar para não correr ainda pior. Mas não consegui deixar de sentir-me mal, principalmente quando o Zach agarrou a minha mão, enquanto falávamos com a Andreia e o Rúben viu. Sinceramente, nem eu tinha sido muito apelativa àquele gesto por parte do meu melhor amigo. Nós passávamos pouco tempo juntos mas a nossa relação era boa, e estávamos sempre aos abraços, mas teriam de existir limites, e não é que fosse mal algum ele me dar a mão, mas simplesmente não... não queria, não achava apropriado. Decidi então, após ele ter-me pedido que fossemos até ao computador num instante, falar com ele acerca disso e estabelecer certos limites a partir daquele momentos, não só pelo que podia transmitir aos outros mas também para que me sentisse bem. Mas isso não chegou a acontecer. Após o Zach me ter mostrado o que queria, quando me levantei e me preparava para falar com ele a esse respeito, ele surpreendeu-me ao beijar-me, de repente. Aturdida pela surpresa e pela confusão não tive sequer tempo de reação, muito menos o tendo quando o Rúben entrou no quarto, de rompante, bombardeando-me com acusações, que eu tentei deter e explicar que a minha surpresa perante a situação era igual ou maior à sua, porém inutilmente. Mas o pior não foram as acusações. O pior foi quando ele saiu do quarto.
Eu sabia que ele ia disparado contar o que tinha visto ao Rodrigo. E eu não podia, não podia perder o homem da minha vida!
-What the hell did you do?! - gritei para o Zach, recorrendo aos nervos já instalados sob a mais fina camada da minha pele. - Are you out of your mind?! Why the hell did you do that, Zach?!
-Please don't be mad with me - pediu.
-Stop asking me things and explain to me what was that, now!
-I still love you! All this time, I still keep the feeling for you!
-What are you saying...? You said that... You lied to me!
-I needed to get even more closer to you! I had to get a way to make you fall for me!
-It would never happen! Never, Zach! I loved you but just like a brother, like my best friend, and you knew it perfectly! I love Rodrigo, I would never do a thing like this to him! - Nunca tinha gritado com ele. Mas aquilo era demais, era absurdo!
-He is the problem! - desta feita foi ele que elevou a voz, fazendo-me estremecer, pois também nunca ouvira um grito da sua parte, porém, o que ele tinha dito repeliu alguma ínfima possibilidade de me sentir assustada ou intimidada, dando aso a que algo fervilhasse dentro de mim. - If you haven't meet him you would be with me now!
-Who do you think you are to talk like this about him?!
-I'm just saying what I think!
-I didn't asked for it! I don't want to know anything that you think, 'cause I can think for myself and I know that I did the best choises!
-Not all of them.
-Stop! I don't wanna hear you anymore! Get out Zach, now!
-No! Please, please don't do this! I don't wanna lose you!
-It's to late for it, you already lost me! Get out!
-Please! I love you!
-'Till now I don't give a fuck about what you feel! Get out, Zack! - apontei a porta, exasperada pela milionésima vez que lhe dizia para sair.
-You'll...
-NOW!!! - desta vez todo o ar, pouco e revoltado, que tinha saiu neste grito. Ele passou a porta sem mais nenhuma tentativa e segundos depois ouvi a porta de casa bater. E nem tempo consegui para recompor o ritmo da adrenalina que corria nas minhas veias, porque o Rúben voltou a irromper pelo quarto a dentro, logo após eu ter ouvido a porta de casa a bater.
-Então, ele ficou com medo, foi? Faz a porcaria e depois foge? Grande homem que tu arranjaste para trocar o Rodrigo!
-Rúben...
-Rúben o caraças! O Rodrigo ficou mal, ouviste? Por tua causa! E tu sabes o que é que se passou com ele, tu devias ser a primeira a ter isso em conta! Se não querias estar mais com ele, se querias estar com aquele menininho que acabou de sair daqui a correr, falavas com ele, não andavas a fazer as coisas nas costas dele! Acho que ele merecia respeito!
-Rúben, para, eles é que têm de falar! - tentou intervir a Andreia.
-Não paro nada! Ele é como um irmão para mim! Tu não deves ter noção do quanto o estás a magoar! Estás a destruir uma felicidade visível até do espaço! Ele parecia o homem mais feliz desde sempre desde que vocês estavam juntos! Não sabes como era bom chegar ao pé dele e ver aquele sorriso de felicidade extrema todos os dias, a toda a hora! Aquela expressão de quem está a morrer de saudades da pessoa que o espera em casa! Dá gosto ver alguém tão apaixonado e feliz, mais ainda depois de tudo que ele passou! Mas sabes, tu trouxeste isso de volta, mas acabaste de tirar-lhe de novo, e não duvido que seja pior desta vez! - Ele fez uma brevíssima pausa que eu tentei aproveitar para falar, mas novamente fui impedida. - Porra Mónica, desiludiste-me! - pronunciou, com uma expressão desgostosa. - Logo tu! Tu ajudaste-me tanto, mas tanto com a Andreia, tu trouxeste o meu amigo de volta à vida, tu eras aquela amiga que estava lá não interessava o quê, quando, como, porquê... Como é que conseguiste mudar assim do nada? Foi o atrasado do inglês que te fez a cabeça? Ou então se calhar tudo isso era uma mentira que contavas todos os dias, a toda a hora... Só não percebo o fim disso. Magoar ainda mais o Rodrigo? Não eras tu que te dizias a maior fã dele? Ou então também era mentira, espera... - Cada palavra, cada ressoar no tom de voz do Rúben estava a matar-me. Fazia doer a cada ínfimo milésimo de segundo, cada vez doía mais. Doía tanto que o melhor me parecia deixar doer até a alma secar e sangrar e deixar de sentir e pensar. Ainda quis tentar pronunciar-me, defender-me e clamar pela minha inocência, mas as lágrimas taparam-me a voz e turvaram-me a visão.
 Será que o resto do mundo ainda desabava, ou ia ficar a pairar sobre mim ainda? - Eu queria deixar-te pior, juro que queria! Queria que sentisses o que ele está a sentir agora! Mas não consigo... Já não consigo deslindar palavras para te mostrar a desilusão que me deste! - Olhou-me desprezivelmente e voltou a fitar o chão. - Só mais uma coisa. Eu vou-me embora amanhã, mas quero que saibas que não quero que voltes a aproximar-te do Rodrigo. Acho que já chega. - Dito isto voltou costas e saiu do quarto. Vi a Andreia ficar para trás e olhar-me de forma invulgar. Esperava que não fosse desilusão também. Não aguentaria provocar isso na minha melhor amiga. Segundos depois também ela seguiu o mesmo caminho que o Rúben, fechando a porta do quarto atrás de si. E assim que ouvi a porta fechar-se deixei-me escorregar para o chão nos pés da cama, lavada em lágrimas e assaltada por soluços violentos que me abalavam ainda mais o coração. A vista turvou-se-me de tal maneira que fechei os olhos, abraçando as minhas pernas e deixando escorrer abundantemente as lágrimas grossas e quentes que me brotavam dos olhos.
Desilusão. Era o que até eu sentia comigo mesma. Por ter deixado que tudo desse a volta que deu e eu não me ter apercebido atempadamente. Burra! Como é que eu não tinha atingido sequer uma desconfiança que aquele que seria o meu melhor amigo, que viera a apaixonar-se por mim, se é que era mesmo isso, não tentaria de alguma forma obter o que queria, mesmo depois de lhe ter apresentado o meu namorado? Como é que fui capaz de voltar a confiar nele da mesma forma a partir do momento que ele admitiu os seus (supostos?) sentimentos por mim? Sentia-me ridícula! Tendo ou não cometido os delitos que o Rúben tinha pronunciado, a culpa continuava a ser minha! Tinha sido eu a dar rumo ao indesejável, de uma forma ou de outra. E se contasse com mais uma desilusão de quilómetros de distância, acabara de perder o homem da minha vida, por minha causa. Era a minha tendência. Acabar com o melhor que tinha ao desiludir os que do melhor faziam parte. Queria tanto que isto tudo fosse o maior pesadelo da minha vida e poder acordar imediatamente e ver-me envolta dos braços daquele homem que tanto temia perder!
Enquanto me entregava a estes pensamentos derrotista mas ainda assim realistas, entregava-me também à abundância do choro, mas agora já só restavam as lágrimas a correr desesperadamente pelo meu rosto, os soluços haviam parado. E de repente fui arrastada dos meus pensamentos pelo toque do meu telemóvel. O meu coração pareceu voltar a bater mais que nunca, descompassado, desesperado, alarmado. Pensei nele. O medo invadiu-me a alma, mas logo de seguida um pequeno moinho de bravura assolou-me. Não tinha errado da forma que o Rúben me havia acusado, e esperava que ele me desse a oportunidade de me explicar. Mas não era ele. Era a Mariana. Desmoralizei imediatamente, mas mesmo assim decidi atender. Respirei fundo e limpei as lágrimas, inutilmente, pois voltaram a sobrepor-se outras.
-Estou... - tentei recompor ao máximo a voz, mas esta atraiçoou-me saiu apenas num fio, rouca e desengonçada.
-Tá chorando, não tá? - perguntou logo, mas o seu tom não era acusatório. Calculei que ela também soubesse do suposto sucedido e que me fosse culpabilizar também por destroçar o coração do irmão, mas não aparentou que fosse fazê-lo.
-Porquê? - corrigi um pouco a voz.
-Dá pra perceber na sua voz. - Permaneci no silêncio. Não queria antecipar a conversa que não desejava ter. Mas ela não se calou por muito tempo. - Eu sei que o Rúben ligou pró meu irmão, e sei o que ele falou, mas eu não vou te acusar de nada. Não sem que você me conte o que realmente aconteceu. - E ali estava. Alguém que sem nem me ouvir antes, acreditava, permanecendo porém um pouco na dúvida, que eu não seria capaz de fazer aquilo. Se ela achasse que sim não me dava uma oportunidade para me explicar.
-O que é que queres que te diga?
-A verdade.
-E vais acreditar em mim?
-Se eu não fosse tentar entender a verdade acha que eu tinha te ligado?
-Está bem.
-É verdade que o Rúben encontrou você e o seu melhor amigo se beijando? - foi direta ao ponto.
-Sim. - Esperei um bombardeamento, ou um protesto apenas, mas ela nada disse, esperando que eu me justificasse. - Mas as coisas não aconteceram como ele pensa.
-Me conta como que aconteceram então - pediu, tranquila e impassiva, esperando apenas a minha justificação.
-Eu e o Zach fomos ao quarto até ao computador para ele me mostrar umas coisas, e quando me levantei da frente do computador, prestes a tentar conversas com ele acerca de limites que teríamos de transpor entre nós, ele beijou-me. E eu juro que não tive tempo de reação! O Rúben entrou logo de seguida no quarto e depois aconteceu tudo muito depressa, e... - a espiral de palavras que clamava estavam a começar a trazer o sufoco outra vez, e as lágrimas caíram ainda mais intensamente. - Mariana, tu sabes que eu amo o Rodrigo, eu não era capaz de lhe fazer nada disso... - chorei tremulamente.
-Eu acredito em você. Eu sempre acreditei que havia um mal entendido nisso, eu sei que você é apaixonada pelo meu irmão, desde o dia de Natal quando a gente conversou sobre mim e o Mauro, e eu te contei brevemente o lance da Carolina que eu entendi que você não tava tentando mais nada se não fazer o meu irmão feliz. Mas você sabe, eu tinha de confirmar isso. Mas eu acredito em você, Mónica.
-Mas eu tenho medo que o Rodrigo não acredite, pior, que ele nem sequer queira falar mais comigo...
-Ele ficou mal, muito mal mesmo, ele chorou como eu não tinha visto antes, e eu não tou querendo fazer você se sentir mal ao falar isso, mas é que eu quero que você entenda que provavelmente não vai ser tão fácil assim, mas eu vou tentar te ajudar como eu puder. Ele não queria que eu ligasse pra você, ele falou que achava que ele não tava preparado pra falar e quem tinha de falar, se fosse falar, era ele, por isso pode demorar, mas fica calam, ele uma hora ou outra vai procurar você pra conversar, vai te ligar, qualquer coisa.
-Obrigada, Mariana.
-Não te que agradecer não, eu só tou lutando também prá felicidade do meu irmão, da sua, porque a felicidade de vocês é junto um do outro.
-És a primeira pessoa que está a dar-me hipótese de me explicar e acreditar em mim.
-E a sua melhor amiga, a Andreia?
-Ela não falou comigo, tentou fazer o Rúben para, mas como não resultou limitou-se ao silêncio e saiu a seguir a ele, e olhou-me de uma forma que nunca tinha olhado...
-Desiludida? - perguntou certeiramente.
-Acho que sim, tal como o Rúben... Dói tanto Mariana...
-Calma, linda, se ela não entender você, você sabe que eu tou do seu lado, e eu vou ajudar você a provar pra todo mundo que eles que tão errados, não você!
-Obrigada...
-Não tem que me agradecer, tem é que ser forte, viu?
-Sim.
-Bom, eu vou ter de desligar porque se o meu irmão acorda e eu não tou do lado dele ele vai desconfiar que eu tentei te ligar de novo.
-Está bem. E, cuida dele Mariana, por favor.
-Não se preocupa que eu tou sempre do lado dele e vou cuidar dele sim!
-Obrigada.
-Para de me agradecer e trata desse por bem, garota! Cê vai ver que logo logo as coisas vão se resolver!
-Espero mesmo que sim.
-Pronto, então se cuida garota, beijão.
-Beijinhos. - e ela terminou a chamada.
Bem e agora era isso. Limpar as lágrimas e ser forte, por mim, pelo Rodrigo, e pela esperança que carregava de resolver tudo e não perder aquele que dava sentido á minha vida.

3 comentários:

  1. Tás a gozar comigo certo?!
    ISTO NÃO SE FAZ, ACHAS BEM? ACHAS?!
    As palavras do Rúben até a mim me doeram, merda, tou a chorar. Tu viste bem a maneira horrivel como ele falou?! oh GOD isto não se faz :c E a Andreia?! Caramba é a Melhor Amiga, nem dá hipóteses de a Mónica se explicar?! Até a Mariana deu e secalhar era a primeira a insultá-la, mas não, ouviu-a, compreendeu! mas porque raio aquele Rúben não se calou e ouviu antes a explicação?! QUE RAIVA!!
    Agora que já desabafei, amei bf, está lindo *-*
    Quero o próximo sabes disso, beijinhos, te amo <3

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  2. Olá!!
    Adoreeii!!
    Isto acaba-se assim? Queria mais!
    Assim que comecei a ler a minha reacção foi ahhh afinal ela não queria aquele beijo e até ia ter uma conversa com aquele inglês!Agora ainda o detesto mais, tinha de lhe dar um beijo naquela altura?
    E o Rúben? Foi mauzinho, com todas a palavras que disse a Mónica, até a mim me doeu.
    Fiquei contente por a Mónica ter pelo menos um apoio, o da Mariana! Espero que ela ajude a mónica a fazer com que os outros percebam que foi um mal intendido. E aquele Zach bem que podia ajudar também, já que foi ele o culpado.
    Espero que o zuca também queira ouvir a Mónica, quero eles juntinhos.
    Quero muito o próximo!!

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  3. Opa quero mais, queria ve-los juntos de novo!
    Não há palavras para descrever o quanto adorei este capítulo, nem para dizer o quanto ansiosa espero pelo próximo e sim o Rúben foi mauzinho mas eu "percebo", estava revoltado, estava a tentar proteger o amigo, mas pelo menos temos a Mariana do lado da Mónica!

    Vá fico à espera da continuação, beijinhos para ti

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