quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Capitulo 31 (parte IV)


Ola meninas!
Deixo-vos aqui mais um capitulo! Espero que gostem e deixem os vossos comentários lindos, por favor!
Besos guapas!

Mónica

Visão Filipa

Todos a meu redor admiravam o meu sorriso, mas todos eles também têm um, a diferença é que eu não desarmo um bom sorriso para dar lugar a uma expressão negativa no meu rosto!  Por mais difícil que seja, nunca opto pela tristeza, embora muitas vezes os assuntos de tal espírito se mantenham ligeiramente perceptíveis na minha mente. E agora parecia que alguém dependia exactamente do meu sorriso para sorrir novamente como costumava fazer todos os dias, a qualquer hora. O Rúben. E ele era alguém que tinha um sorriso tão bonito e verdadeiro quando o fazia. Como é que uma pessoa como ele podia precisar do meu sorriso para sorrir? Ah, pois, o ''coração destroçado''. Como é que alguém tinha conseguido destroçar um coração tão cheio de alegria como o dele?  Com certeza tinham exercido muitos esforços!  Far-lhe-ia a vontade. Não era de todo complicado sorrir com ele, e a companhia dele era bastante agradável.
Eram 14.00h quando a Mónica chegou ao Estádio, dez minutos depois de mim.
-Olá! - cumprimentou-me, sorrindo levemente.
-Olá! - retribui. - Bem, estás mesmo com cara de cansada!
-Eu estou mesmo cansada! Não dormi e logo de manhã tive aulas! Eu adoro a tua companhia, mas não vejo a hora de ir para casa dormir!
-Então mas não dormiste mesmo nada? Ainda tinhas umas horinhas antes de te levantares.
-Eu preferi não dormir essas poucas horinhas, se não a esta hora estava muito pior!
-E conseguiste não adormecer? - perguntei espantada. Cansadas como estávamos depois do dia preenchido juntando a noite a mim só me apetecia dormir assim que cheguei a casa!
-O Rodrigo ajudou.
-Hmm, o Rodrigo ajudou... - ri, o que ela também fez. - Portanto o Rúben estava certo - brinquei.
-Claro que sim!
-Claro que sim? - gargalhei.
-Nós reclamamos mas ele sabe - riu.
-Olha que o Rodrigo não reclamou, parecia interessado em continuar a responder!
-É, ele é assim, deve estar-lhe no sangue, pior ainda quando é com o Rúben!
-Estou a ver... - ri. - Por falar no Rúben, eu preciso de falar com ele... Achas que me podes dar o número dele para lhe ligar?
-Até podes ligar do meu telemóvel, enquanto eu vou trocar de roupa!  - ofereceu, dando-me o seu telemóvel já no contacto do Rúben, enquanto seguia caminho para os cacifos. ''Rú <3''. Sorri ao pressionar para iniciar a chamada.
-Então pequenina, o que é que me queres? - atendeu o Rúben, bem disposto.
-Ahh, não é a Mónica, Rúben, é a Filipa.
-Oh desculpa, como estás a ligar do telemóvel dela pensei que fosse! Mas está tudo bem? Precisas de alguma coisa?
-Pois, eu ia pedir-te um favor...
-Pede!
-Eu não queria abusar, só que...
-Pede o favor e deixa-te dessas coisas!
-Está bem. É que o meu carro ficou lá ontem à noite, e eu esqueci-me do telemóvel no carro, e nem telefone de casa ainda tenho, então achas que podias ir lá comigo, outra vez? Eu sei que é chato e ainda é um bom bocado até lá, e agora assim não tenho mais ninguém a quem pedir. Ao Rodrigo é escusado porque não quero roubar-lhe o tempo que ele tem com a Mónica...
-Eu vou contigo! E não é trabalho, nem chatice nem nada disso, ia ficar em casa sozinho de qualquer maneira, por isso não há problema.
-Ai, obrigada Rúben!
-De nada! Mas olha, dá-me o modelo e a matricula do teu carro.
-Para quê? - perguntei, confusa.
-Eu tenho contactos, sabes?
-Ai não, Rúben, não é preciso, só ires comigo porque eu me esqueci do telemóvel no carro é uma grande ajuda! Eu tenho o número de um senhor que me consegue fazer um preço mais acessível, só preciso mesmo que vás comigo para depois conseguir ligar-lhe!
-Está bem, mas dá-me na mesma, só por segurança, então!
-Ai, pronto, está bem, mas é só por isso mesmo, assim que lá chegar-mos eu ligo ao senhor!
-Está bem, vá! - Dei-lhe os dados que ele me tinha pedido, combinamos quando e onde nos íamos encontrar e despedi-me, agradecendo novamente.
-Então, ele atendeu? - perguntou a Mónica, voltando a estar junto de mim.
-Sim. Obrigada!
-De nada!
A nossa tarde acabou por não ser tão preenchida, felizmente para a Mónica, que depois de se despedir de mim foi apressadamente para a entrada do Estádio, onde o Rodrigo a esperava para regressarem a casa. Eu apanhei um táxi, que me levou rapidamente até casa, onde jantei, descansei alguns minutos no sofá, até a campainha soar.
-Olá! - cumprimentou-me o Rúben, sorrindo.
-Olá! Obrigada por vires comigo!
-Não tens de quê! Vamos então?
-Sim! - concordei, vestindo o casaco e pegando na minha mala, saindo depois atrás do Rúben até ao seu carro. A viagem pareceu não demorar assim tanto tempo, ajudando a conversa até chegarmos ao destino. Assim que ele desligou o carro sai do mesmo e dirigi-me ao meu, enquanto o Rúben saiu do carro, encostando-se depois ao mesmo. Tirei o telemóvel do porta-luvas e quando me ia juntar ao Rúben para fazer a tal chamada ele estava ao telemóvel. E a expressão dele... desagradava-me por completo. Permaneci afastada e não consegui deixar de ouvir a conversa.
-E nem dois minutos tiveste nem que fosse para escrever uma mensagem?
-...
-Oh Andreia, por muito cansada que estivesses arranjavas tempo se quisesses para mandar uma porcaria de uma mensagem!
-...
-Se fosse eu podes ter a certeza que mesmo que estivesse a morrer de cansaço mandava pelo menos uma mensagem!
-...
-Ai, está bem, olha esquece, já não quero saber! Porque é que me ligaste então?
-...
-Ah, então já deste, obrigado!
-...
-Parvo?! Desculpa, esqueceste-te do meu aniversário...
-...
-Olha, desculpa mas não é o que parece! Mal tens tempo para mim, ou pior, paciência, porque cada vez que falamos não há uma única vez que não discutamos! Achas isto normal? Nós não éramos assim, porra!
-...
-Olha, sinceramente nem sei! Tu ficaste toda indignada porque a Mónica voltou para Portugal com o Rodrigo, mas porra, eu achei lindo, eu achei que de certa forma foi uma prova de amor, foi um gesto que demonstrou por completo o quão dispostos eles estão a ficar um com o outro! E eu não estou a pedir-te para fazeres o mesmo, eu sei o quanto desejaste estar ai, mas juro-te que se fizesses nada me ia fazer mais feliz nesse momento! Eu tenho saudades tuas, daquilo que éramos um com o outro... E apesar das dificuldades e do esforço eu tento fazer o mais que posso para manter isso tudo, mas tu não parece que estejas a fazer o mesmo, Andreia! Tu estás tão diferente!
-...
-Vê se percebes uma coisa, eu amo-te, está bem? Só estou a tentar pedir-te que sejas mais...esforçada. A relação não é só minha, é nossa, eu não posso fazer tudo sozinho.
-...
-E ainda dizes que não estás diferente! Já reparaste na maneira como estás a falar comigo? Eu estou a tentar resolver as coisas, tentar encontrar uma maneira de fazer isto resultar e tu só sabes discutir, dar respostas tortas e ficar ofendida com nada!
-...
-Ouve, olha, está bem, eu não me quero chatear, o meu dia tem corrido bem e não me apetece acabá-lo com dores de cabeça! Quando decidires que consegues ter uma conversa decente e que conseguimos chegar a um consenso liga-me, porque eu não estou para te ligar mais e só ouvir gritos e porcarias! Fica bem. - E desligou. Eu fiquei estática a olhar para ele, que olhou para o chão uns segundos, de semblante triste obviamente, mas assim que ele elevou a cara eu esbocei um sorriso e fui ao seu encontro.
-Encontrei-o! - disse-lhe, mencionando o telemóvel.
-Ainda bem! - sorriu levemente. - Já fizeste a tal chamada?
-Não, vou ligar-lhe agora! - procurei o número nos contactos e premi a tecla de chamada.
-Então? - perguntou, assim que desliguei.
-O parvo do homem deve ter acordado com os pés de fora, ou então o sono falou mais alto! Pôs-se a reclamar comigo, nem percebi porquê! - Ele gargalhou, o que me deixou muito satisfeita, dado o estado em que havia ficado depois da chamada que recebera.
-Ou seja, não consegues o favor?
-Não - respondi, desanimada.
-Então ainda bem que eu trouxe os dados que te pedi e posso fazer agora eu uma chamada para te virem buscar e arranjar o carro!
-Oh Rúben, isso já é demais, eu não quero pedir mais nada!
-Mas tu pediste-me? Sou eu que quero ajudar-te, posso, ou vais proibir-me de te agradecer de outro modo o facto de me animares?
-Bem... está bem, pronto, mas depois disto chega!
-Veremos! - sorriu, levando o telemóvel ao ouvido e iniciando uma conversa curta mas pelos vistos frutífera. - Já está! Amanhã às 8.00h vêm buscar-te o carro e levam-no para o arranjarem! Depois eu dou-te o número do meu amigo para ires buscar o carro.
-Obrigada!
-E enquanto o teu carro não está de volta eu vou ser o teu motorista, pelo menos no que toca às idas e vindas do Estádio! E antes que reclames, não é incómodo nenhum, visto que é o local de trabalho de ambos!
-São muitas mais as vezes que estás no Caixa.
-Acordar cedo não faz mal a ninguém, e depois, ter dois vislumbres de coisas bonitas pela manhã é óptimo!
-Não consigo mesmo declinar a tua oferta, pois não?
-Nem que tentasses durante um mês!
-Está bem, pronto - acabei por aceitar os seus termos. Seguidamente entramos no carro para fazermos o caminho inverso ao da vinda para cá.

Visão Rodrigo

Depois de tantas horas sem dormir acabei pegando logo  no sono, assim que a minha namorada me deu um beijo de despedida, antes de sair do quarto pra ir prá Faculdade com a minha irmã. Dormi até quase uma hora antes da hora do treino, treino esse que revitalizou minha energia. Na hora de saída da Mónica já eu tava esperando ela na entrada do Estádio, seguindo então pra casa, onde ela subiu logo  pro quarto, se deixando cair na cama e adormecer pouquíssimo tempo depois. Eu aconcheguei ela nos lençóis e desci pra cozinha, pra fazer o jantar.
-Amor... - chamei, baixinho no seu ouvido. Ela nem se mexeu, então tive de abanar um pouco ela. - Amor, acorda meu bem, vem jantar pra depois você poder ficar dormindo a noite inteira.
-Não me apetece... - resmungou, ensonada.
-Mas tem de vir amor, é rápido, vem.
-Ai, está bem... - respondeu, com cara de sono, se levantando da cama vagarosamente. - Precisa de ajuda? - perguntei, sorrindo, andando mesmo atrás dela.
-Preciso é de dormir.
-Tá, então vamo jantar num instante e logo  logo  a gente sobe de novo no quarto, meu amor.
E assim foi. depois do jantar, uma coisa leve mesmo, fomos escovar os dentes e fugimos pra de baixo dos lençóis e cobertores quentinhos. Ela se colou a mim, aconchegando a cabeça no meu peito, enquanto eu fazia cafuné nela. E em vez de dormir logo , fiquei, mais uma vez, olhando ela, com expressão serena e traços que por mais noites que dispensasse olhando, nunca ia cansar de olhar, e sorrir apenas por ter ela junto de mim.

Visão Rúben

Sinceramente, não tinha tornado a pensar no facto de a Andreia não me ter dado os parabéns, voltei apenas a relembrar tal coisa quando ela me ligou, inoportunamente, quando cheguei com a Filipa ao estacionamento do local onde tinha sido a minha festa. E a suposta conversa voltou a não o ser, como decorria habitualmente já. Era cada vez mais difícil não tornar palavras em acusações ou criticas. Enfim, pensei que a minha noite ia acabar comigo a pensar sobre isso e a massacrar-me mais com o assunto, no entanto não foi bem assim.
-Obrigada mais uma vez, Rúben - agradeceu a Filipa, assim que parei o carro em frente ao seu apartamento.
-Não tens de agradecer, fiz de coração.
-Eu sei, mas obrigada - sorriu.
-De nada - sorri levemente, efeito suave que o seu sorriso tornou a ter, porém ainda eram pequenos os resultados, devido a recente discussão com a Andreia.
-Hm, Rúben, não queres entrar um bocadinho?
-Não é preciso, obrigado Filipa - recusei educadamente.
-Não, não vou aceitar um não como resposta!  Anda, eu faço um chocolate quente para nós!
-Está bem, já percebi que agora sou eu que não tenho escolha! - sorri, acabando por sair com ela do carro, entrando em seguida no seu apartamento.
-Fica à vontade!  - disse-me, apontando o sofá e seguindo para trás do mesmo, para a cozinha, para preparar o tal chocolate quente, que me ia saber muito bem, com o frio que fazia. Poucos minutos depois juntou-se a mim com duas canecas de chocolate quente.

-Toma - estendeu-me uma delas, sorrindo.
-Obrigado - agradeci. E após alguns segundos de silêncio e um gole no chocolate quente, a Filipa falou.
-Ahm, Rúben, eu não queria meter-me, mas eu não consegui evitar ouvir o teu telefonema, quando eu fui buscar o meu telemóvel... Era com o motivo do coração destroçado?
-Era...
-Eu não quero ser indelicada nem meter-me onde não devo, mas se calhar fazia-te bem falar, se quiseres e te sentires à vontade...
-Tens razão... Eu falo com o Rodrigo, com a Mónica ou com o David, mas é diferente, eles conhecem-na, estão por dentro da história, eles juntaram-nos, e ela era a melhor amiga da Mónica e tudo...
-Então, eu estou aqui, não sei da história e muito menos quem é ela, por isso se quiseres conversar eu sou toda ouvidos.
-Ela chama-se Andreia... - E comecei a contar-lhe tudo, desde o momento em que havia conhecido a Mónica e a Andreia naquela paragem de táxis em Londres até aos mais recentes acontecimentos.
-E estás com medo de estar a perdê-la.
-Já faltou mais para a perder. As coisas estão cada vez piores, nós já não conseguimos conversar em condições, há sempre insinuações ou criticas, ou qualquer coisa! Ela chegou a desligar-me o telemóvel na cara e tudo, mais que uma vez.
-Mas não tens nenhuma ideia porque é que ela se afastou assim de repente, e porque é que anda a comportar-se assim?
-No principio pensei que fosse por causa do assunto da Mónica e do Rodrigo, e até era, mas acho que já não tem bem a ver com isso, por isso já não faço ideia!
-Eu sei que nos conhecemos há pouquíssimo tempo, mas deu para entender com tudo o que me contaste que não deixas dúvidas que és o namorado que muitas raparigas queriam ter! Não sei como é que se destrata assim um homem que é espectacular connosco... - comentou, e notei-a algo pensativa e distante. Decidi tentar fazê-la falar também.
-E eu aposto que já tiveste um assim na tua vida.
-O que quer que tenhas apostado ganhaste. Já tive alguém assim, sim.
-Então e era tão bonito como eu?  - brinquei.
-Era - riu. Após segundos a desfazer o riso resolvi tentar saber mais sobre a sua história. Não era por ter acabado de contar a minha situação e agora achar-me no direito de saber a história dela, mas, se ela quisesse contar eu teria gosto em ouvi-la e confortá-la ou apoia-la, como ela havia feito comigo.
-Como é que ele se chamava?
-Gonçalo - respondeu, sorrindo docemente.
-Pelo teu sorrisinho ele devia ser mesmo lindo! O que é que aconteceu para já não estares com ele, ficou feio?  - tentei brincar.
-Não, claro que não. A vida é que quis assim...
-Então e como é que a vida te fez conhece-lo?
-Na escola. Eu tinha mudado de escola e no primeiro dia andava meio perdida e uma altura íamos os dois apressados e acabamos por ir um contra o outro.
-Épico, não?  - ri.
-Tão épico que ele era o homem da minha vida!
-Não és muito nova para dizer isso?
-Não és mais velho que eu o suficiente para saber que não?
-Está bem, pronto, desculpa! - ri. - Mas então se ele era o amor da tua vida porque é que já não é? Deixaste de gostar dele?
-Não.
-Ele traiu-te?
-Não.
-Tu traíste-o?
-Não, Rúben!
-Então eram as vossas famílias? Há sempre...
-Não Rúben, não foi nada disso.
-Então o que é que foi?
-Ele morreu, há 9 meses. - Assim que ouvi a resposta senti-me mal. Só queria um buraco para me esconder! Eu ali a fazer gracinhas e... Senti-me dupla ou triplamente mal pelo facto de ter puxado o assunto e ela agora estar provavelmente a relembrar coisas más.
-Desculpa!  Desculpa mesmo, Filipa!
-Não faz mal - respondeu, destacando um pequeno sorriso.
-Eu não fazia ideia, desculpa mesmo, Filipa.
-Não faz mal, a serio Rúben.
-Mesmo?
-Mesmo. O Gonçalo era o homem da minha vida e nos primeiros tempos foi difícil aceitar e viver com o facto de que nunca mais ia voltar a tê-lo na minha vida, mas depois lembrei-me do que ele costumava dizer-me muitas vezes. ''A vida passa rápido demais, por isso, qualquer que seja a situação, mesmo que seja a pior situação do mundo, encontra o melhor disso e sorri, porque sorrir cura muitos corações.''
-Como é que ele... ? - perguntei, medrosamente.
-Num acidente de carro. - Ela fez uma brevissima pausa e eu não tive coragem de dizer nada. - Ele saia mais cedo que eu das aulas nesse dia. Tinhamos estado juntos no intervalo, o último da manhã, e ele tinha-me dito que ia a casa num instante e que quando eu acabasse a aula ele estava lá fora à minha espera. O dia estava horrivel, montes de frío, aguaceiros a toda a hora. Ele era prudente na condução, conduzia super bem, só que o piso molhado é mais difícil de manobrar. Ele já ia a mais de metade do camimho de casa, mais uns 60km e chegava, mas não aconteceu.
-Ele despistou-se? - perguntei, porém sempre com um cuidado posterior.
-Não, o condutor da faixa contrária é que se despistou. O piso não ajudava, mas o homem vinha a falar ao telemóvel e só acabou por conseguir parar o carro quando já tinha batido e arrastado o carro do Gonçalo contra uma árvore num passeio.
-Que horror...
-Ele ainda permaneceu acordado até a ambulância chegar, e quando ele percebeu que não ia aguentar ele pediu para me entregarem isto - disse, mencionando o colar que pendia no seu pescoço.
-É lindo - conseguí pronunciar.
-Sim - sorriu levemente. - E queres saber o quão épico aquilo tudo era?  - afirmei com um gesto de cabeça. - Eu senti.
-Sentiste?  Sentiste o quê?
-Quando ele sofreu o acidente, eu senti. No meio da aula comecei a sentir-me mal, com falta de ar e com umas picadas fortes no peito. Eu senti Rúben, eu senti que alguma coisa tinha acontecido.
-Isso é tão...
-Épico, eu sei.
-Tão desconfortante. Deve ter sido mesmo estranho sentires essas coisas quando aconteceu o acidente.
-Foi estranho, mas depois percebi que fazia sentido.
-Ainda bem que isso nunca me aconteceu, eu ia sentir-me super esquisito.
-Se alguma vez sentires é porque é amor de verdade - sorriu, sorriso esse que me fez sorrir também ao pensar na possibilidade de tal coisa vir a acontecer-me.
-Ainda pensas nele?  - perguntei, recuperando melancolía que o sorriso tinha desencaminhado.
-Penso, mas já não é como no principio. Agora penso que ele, esteja onde estiver, sentir-se-há feliz por me ver a seguir em frente, e sempre com um sorriso.
-Acho que ele pensa exactamente isso - apoiei. - E sabes, agora que te conheci, e neste momento comprovei a pessoa fantástica que sempre te afigurei desde que te vi, quero fazer um acordo contigo!
-Um acordo?  - perguntou, expectantemente confusa.
-Sim, um acordo. Vamos combinar que nunca vamos deixar o outro ficar triste, vamos estar sempre um ao lado do outro, a apoiar-nos, e vamos fazer o outro sorrir sempre, mesmo que os motivos desapareçam! Combinado? - propus, estendendo a mão na sua direcção para celar o acordo.
-Combinado!  - concordou, apertando a minha mão e desencantando um enorme sorriso. Sorri-lhe de igual forma e de seguida olhei para o meu relógio.

-Bem, já está a ficar tarde, eu vou andando - disse, levantando-me do sofá, enquanto a Filipa igualou o gesto.
-Sim, é melhor - concordou.
-A que horas é que entras amanhã?
-Às 10.00h.
-Passo por cá as 09.00h então?
-Pode ser.
-Então pronto, até amanhã - despedi-me, vestindo o casaco e dando-lhe dois beijinhos. - Se precisares de alguma coisa já sabes, liga-me.
-Sim, obrigada - sorriu, fechando a porta depois de dizer ''Até amanhã''. Eu entrei no carro e conduzi até minha casa, onde assim que cheguei me dirigi até ao quarto e depois de trocar de roupa me deitei e adormeci pouco tempo depois.

3 comentários:

  1. Isto está tão giro, cada vez gosto mais do Rúben e da Filipa, cada vez mais quero que eles simplesmente se juntem e que corra tudo bem!
    E claro, o Rodrigo e a Mónica são sempre uns queridos.

    Adorei. Aqui estarei para ler o próximo.
    Beijinhos

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  2. Olá!
    Finamente li tudo e chegou aqui o meu comentário!
    Ameiiii!!!
    E estou a adorar ver o Ruben e a Filipa! Queria ver eles juntinhos!
    Agora o Digo e a Mónica são sempre super fofos e queridos!
    Que venha o próximo guapa!
    Besos! Te quiero!

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