sábado, 2 de novembro de 2013

Capitulo 31 (parte III)

Olá meninas!!
Aqui está mais um capitulo, espero que gostem e deixem os vossos comentários, por favor, é muito importante!

Besos
Mónica

Visão Mónica

E finalmente era o aniversário do Rúben! Sinceramente, estava ansiosa que chegasse a noite! Queria que ele gostasse da surpresa! Eu e o Rodrigo tratamos dos últimos detalhes com a empresa, e bastou um telefonema, apenas passamos pelo local umas horas mais tarde para verificar tudo e depois regressamos a casa. Fomos arranjar-nos, a Mariana já estava a acabar de se arranjar também e o Mauro chegou lá a casa pouco depois.
                                                                              (Mariana)

                                                                            (Mauro)

                                                                           (Mónica)

                                                                           (Rodrigo)

-Então pronto, vocês podem ir andando! - disse para a Mariana e para o Mauro. Depois virei-me para o Rodrigo, que tinha acabado de chegar junto de mim. - Também podes ir amor, eu vou ligar ao Rúben daqui a meia hora.
-Tá bom, vamo gente - respondeu ele, dando-me um beijo e saindo de casa com eles. Meia hora depois liguei ao Rúben como havia dito e ele chegou cerca de quarenta minutos depois a casa do Rodrigo.
-Obrigada por vires, Rúben! - disse-lhe, após sair de casa e dirigir-me com ele para o seu carro.
-De nada.
-Se não fosses tu estava feita!
-Então mas onde é que o chato do teu namorado se enfiou para não poder ir contigo a essa apresentação?
-Se queres que te diga nem eu sei bem, só sei que saiu daqui a correr para ir ter com a Mariana!
-Mas está tudo bem?
-Sim! Pelo que ele me disse assim meio a correr acho que foram fazer não sei o quê para os pais, e tinha mesmo de ser agora!
-Bem, está bem, se é importante!
-Mas olha, ao menos assim não ficas fechado em casa no dia dos teus anos!
-Era precisamente o que eu ia fazer se não fosse a tua emergência!
-Mas foste um querido e saíste de casa, e ao menos assim posso passar a noite a chatear-te para não ficares a debater-te com pensamentos desnecessários no teu dia!
-Oh, de qualquer das formas vou pensar! Acreditas que ela não me ligou a dar os parabéns? - A esta altura já tínhamos iniciado caminho, depois de eu ter posto as coordenadas no GPS do carro dele. E pronto, lá estava a Andreia, a atormentar os dias dele. Isso já estava a irritar-me de uma maneira! O Rúben estava sempre a remoer, e ele não era assim, ele era aquele que punha toda a gente a rir, aquele que estava sempre despreocupado e alegre!
-Eu disse que ela estava diferente, e agora tem estado a descarregar em ti!
-Eu já tentei fazê-la ver que está errada em relação ao assunto do Rodrigo, mas agora mesmo que eu não fale nada acerca desse assunto, ou sobre ti ela já atende a chamada mal disposta.
-A questão já nem é o assunto do Rodrigo, Rúben. O maior problema sou eu, já não é a questão de ter traido ou não o Rodrigo, e gostava de poder explicar-te porque é que ela está assim contigo agora, mas não sei, mas se for por minha causa, desculpa.
-Não tens de pedir desculpa, pequenina, ela é que tem de mudar, se não estamos mal.
-Bem, mas olha, é o teu aniversário, não vamos falar de coisas tristes, nem nada disso! Eu quero ver-te a sorrir, muito! Isso já não acontece há muito tempo!
-Ai é que te enganas! Ontem à tarde esse milagre entre estes dias aconteceu! - disse, esboçando finalmente um generoso sorriso.
-Ai foi? Então? - sorri também.
-Foi um sorriso que me pôs a sorrir, acreditas? - e o sorriso não lhe desaparecia!
-Um sorriso? Como é que foi isso?
-Foi de repente. Depois do treino a Andreia ligou-me e voltámos a discutir e eu fiquei passado porque ela mais uma vez me desligou o telemóvel na cara, e com isso tudo acabei por me esquecer do saco de treinos no bar do Estádio, então tive de voltar para trás, só que ia tão passado que fui contra uma rapariga e quando lhe pedi desculpa ela sorriu-me de uma maneira que... sei lá, era o sorriso que eu estava a precisar para sorrir também!
-Bem, esse sorriso deixou-te mesmo feliz! Pela maneira como te deixou a sorrir agora também!
-Acredita que melhorou o meu dia, sem dúvida! É que o sorriso dela transmitia tudo o que eu desejava sentir naquele momento e vê-lo teve simplesmente esse efeito em mim, foi bom, foi muito bom! E veio mesmo em boa hora, porque eu estava prestes a mandar alguma coisa pelo ar!
-Bem, então bem-dita rapariga e o seu lindo sorriso! - ri, ao que ele se juntou a mim.
-É aqui? - perguntou, algo curioso, ao estacionar perto do local onde teríamos destino. E um rasgo do sorriso manteve-se no seu rosto.
-É!
-Não te enganas-te? Geralmente as apresentações não são em veleiros.
-Não, não me enganei! A minha Faculdade tem iniciativas muito modernas, pode ser? Mas eu gosto, eu gosto de estar nestes ambientes!
-Sim, eu também gosto, só não acho muito comum, mas pronto, Faculdades modernas! - Saímos do carro e começamos a andar em direcção ao veleiro. Mandei, despercebidamente, uma mensagem ao Rodrigo a dizer que estávamos prestes a entrar.
-Veleiro Príncipe Perfeito, mesmo a minha cara! - gracejou o Rúben, assim que avistamos o nome do veleiro.


-Nada convencido, tu! - ri
-Pois não! - riu também. E assim que entrámos todos os presentes gritaram um ''Parabéns!'' uníssono, que deixou o Rúben boquiaberto. - Bem parecia que esta apresentação era num sitio esquisito! - disse o Rúben virando-se ligeiramente para mim enquanto ia cumprimentando as pessoas. Eu apenas lhe retribui um sorriso e juntei-me ao meu namorado que tinha acabado de dar um abraço ao Rúben.

Visão Rúben

Tinha planeado ficar em casa. O meu espírito não era de todo o dos anos anteriores para ir festejar o meu aniversários com os meus amigos. Mas houve alguém, que devido à ausência do namorado me chamou! Assim que desliguei a chamada entrei no carro e conduzi até casa do Rodrigo. Durante o caminho conversamos e acabamos por tocar no assunto Andreia, mas ela fez o mesmo dar a volta e fomos parar à rapariga e ao sorriso que me alegrou o dia. E bem, mesmo não o tendo voltado a ver, voltei a sorrir de igual modo como se o houvesse visto. E foi ai que começou o maior tempo que fiquei sem pensar na Andreia, seguido pela surpresa no veleiro! Bem que eu suspeitava que a suposta apresentação que a Mónica iria tinha sido marcada num local incomum! Estavam lá todos os meus amigos, todos aqueles que costumavam estar comigo nos anos anteriores, e estavam lá, aqueles que sem dúvida tinham tratado de elaborar esta surpresa, aqueles que eram os mais importantes, a minha família afectiva, que como sempre, me fizeram sorrir e sentir bem novamente! E ao ver todo o veleiro fiquei ainda mais agradecido! Estava tudo simples mas bonito, fazia-me sentir de certa forma em casa, porque estavam lá todos de quem precisava e o mar deixava-me uma sensação apaziguadora e acolhedora na alma, o que precisava nesta noite para conseguir aproveitar o que eles tinham preparado para mim!












E como previ pelo entusiasmo de todos e o fantástico ambiente, a noite começou desde logo muito bem, e conversa e gargalhadas não faltavam! Mas a dada altura retrai-me, repentinamente. Não tinha puxado de todo o pensamento, mas uma das músicas que passavam fez-me recordar e pensar num dos vários momentos atribulados de esforços para conquistar a Andreia.

 *****

– Viste aquilo, David? Viste?


-Se acalma, Rúben. Como você disse, ela só tá deixando ele fazer essas coisas pra provocar você, não é de verdade – tentou acalmar-me o Rodrigo.


-Achas que eu consigo ficar calmo, Rodrigo? É claro que não consigo! Se fosse a tua namorada ali aposto que já tinhas lá ido! – eu já batia o pé no chão com tanta força que eu próprio me irritava com isso.


-Oh Rúben, vá lá! Sabes que ela está a fazer de propósito! Quanto mais ela vir que te afeta, pior ela vai fazer! – disse a Mónica.


-Oh Mónica, tu sabes como é que é a tua amiga, uma teimosa de primeira, mas sabes que eu ainda sou mais teimoso que ela… - Depois falei mais baixo, em forma de suspiro. – Ai eu não vou desistir não… Estás aqui estás a ver-me a tirar-te das mãos desse menino. Ai estás, estás…


-Oh manz, para aí de bater esse pé no chão! Com tanta força cê ainda vai acabar fazendo um buraco no chão!


-Eu paro de bater o pé, mas quieto também não vou ficar! – levantei-me de rompante da cadeira e preparava-me para ir ter com os outros dois, mas o David e o Rodrigo puseram-se à minha frente, bloqueando-me a passagem.


- Cê não vai fazer nada, Rúben.  Agindo de cabeça quente cê ainda vai fazer besteira.


-É manz, não faz nada não, o Rodrigo tá certo. Cê pode se arrepender de alguma coisa.


-É pá, mas eu preciso de lá ir, deixam-me passar?


-Não – responderam os dois ao mesmo tempo.


-Cê vai é sentar aqui de novo e ficar quietinho – disse o David, levando-me a sentar novamente. Sentaram-se os dois, um de cada um dos meus lados, como anteriormente estavam. Calei-me uns segundos, mas voltei a levantar-me.


-Mas eu tenho de lá ir! – tente avançar, mas os dois voltaram a impedir-me, segurando-me pelos ombros e voltando a colar-me à cadeira. Está bem. Se não é a bem, é a mal. Fiquei uns dois minutos calado e quieto, apenas continuando a ter perante os olhos aqueles aos quais eu queria ir ao encontro.


-Já se acalmou? – perguntou o manz. E agora eu ia ter de jogar um bocadinho.


-Já. Pronto, vocês têm razão. Não vou fazer nada, senão ainda me arrependo.


-Finalmente qui você entendeu – disse o Rodrigo.


-É – fingi concordar. Esperei um pouco até as atenções se terem desviado um pouco de mim, e então, num ápice, levantei-me da cadeira e corri, fugindo das mãos que me tentaram segurar, tardiamente. – Desculpem, mas mais teimosos que eu, vocês não são! – Após perceber que ninguém vinha atrás de mim, pois resignaram-se às minhas palavras e ficaram apenas a observar, expectantes, recompus-me e fui ter com a Andreia e o James, que dançavam. Mal cheguei junto deles, arremessei a Andreia dos braços dele e coloquei-a nos meus. – É  a minha vez de dançar contigo – disse-lhe, levando-a mais para o meio do salão. Antes ainda consegui ouvir o Garay falar com o James, que ficou sem perceber bem o que se tinha passado.



-Le aconsejamos que no lo haga usted entusiasmaresAmbos tienen una larga historia que va a comenzar.


-E quem é que te disse que eu quero dançar contigo? – perguntou-me a Andreia.


-Não queres dançar com o teu melhor amigo?


-Não me venhas com tretas.


-Ah eu é que ando com tretas? Esta noite, de nós os dois, quem tem andado com treta és tu. Esta noite eu tenho sido totalmente verdadeiro, tenho demonstrado os meus sentimentos por ti a torto e a direito, tenho tentado vezes sem conta que tu também o faças, que tu liberes o teu coração sem medos nem entraves, em frente de todos. Tu só tens fugido. E o pior é que foges do que queres.


-Mas tu queres dançar ou queres falar? É que se é para falares podes ir-te já embora.


-Chiça, que é teimosa!


-Ah ainda não sabias?


-Estás a ver? Já admitiste que estás a ser teimosa! Que tal deixares esse orgulho de lado e aproveitares o que de bom essa escolha tem para te dar?


-E que tal te calares com esse assunto? Já estou cansada disso!


-Pois, mas eu pelo contrário não me canso de lutar pela pessoa que amo.

*****
Decidi ir arejar as ideias para tentar tirar aquelas lembranças que de certa forma me estavam a deixar saudades. Fui até ao convés do veleiro.

Recolhi-me num canto com menos gente e fiquei a observar a água, gelada na noite de Inverno que não estava particularmente fria, mas junto do rio fica sempre mais frio. Ainda bem que decidi vestir uma roupa um bocado mais quente, se não já estava a igualar a temperatura ambiente. Divaguei alguns minutos, e consegui ilibar a minha mente de pensamentos menos bons, decidindo então que ia aproveitar a noite até ir dormir! Virei-me de repente, empolgado com a ideia de viver e pensar depois, e choquei contra alguém. E o destino estava do meu lado ou eu tinha muita sorte!
-Desculpa! - dissemos ao mesmo tempo.
-Outra vez? - sorri.
-Pois - concordou, sorrindo também, e novamente o mesmo sorriso que voltava agora a encher-me de entusiasmo para sorrir!
-Rúben, aleluia que te encontro! - disse a Mónica, chegando ao pé de nós.
-Vim apanhar ar!
-Hm, está bem. Bem olha, queria apresentar-te a Filipa, é ela que está a trabalhar comigo no Estádio! - disse, referindo a desconhecida, virando-se de seguida para a mesma. - Filipa, é o Rúben, já sabes quem é, não é! É o aniversário dele!
-Parabéns! - felicitou-me a rapariga, da qual agora já sabia o nome!
-Obrigado! - agradeci.
-Rúben, não te importas que a tenha convidado, pois não? É que, nós estamos a dar-nos tão bem então decidi convidá-la!
-Não, claro que não, foi uma óptima ideia! - respondi-lhe com um sorriso. - Aliás, nós já meio que nos conhecemos!
-A sério?
-Sim, no Estádio, ontem - respondeu-lhe a Filipa.
-Que bom! - sorriu a Mónica, visivelmente animada por me ver bem disposto.
-Amor, vem aqui por favor! - chamou-a o Rodrigo.
-Bem, eu já volto! - disse-nos, afastando-se em seguida.
-Então tu é que estás a ajudar a minha pequenina? - perguntei, mais constatando o facto.
-A tua pequenina? - perguntou, parecendo algo curiosa. - Vocês são irmãos, ou assim?
-Não, mas é como se fossemos! Ela faz parte daquela família que não é de sangue mas é de coração!
-Isso é lindo!
-E tu também estás linda! - elogiei, tentando não soar indiscreto.


(Filipa)

-Obrigada - agradeceu, sorrindo, porém notei-lhe por de trás daquele sorriso simples alguma vergonha ou embaraço, mas não mencionei nada, apenas lhe devolvi um sorriso.
-Então e estão a dar-se bem, hã?
-Sim, muito, gosto muito de trabalhar com ela, para além de ser uma pessoa fantástica, pelo que já temos falado.
-É mesmo! Pode ser pequenina, mas o coração é gigante! Eu acho que a minha família  tanto a de sangue como a outra têm todos corações gigantes!
-Isso é bom, isso é que é uma boa família!  -sorriu.
-Então e o teu, como está? Grande, pequeno, ocupado, desimpedido, destroçado?
-Grande, mas desimpedido - acabou por responder, desviando cuidadosamente o olhar. Pronto, realmente Rúben, não a conheces e entras logo assim? Vai parecer que te estás a fazer a ela!
-Desculpa, a pergunta foi um bocado deslocada, acabamos de nos conhecer.
-Não faz mal, até é normal, um solteirão como tu tem por hábito fazer essas perguntas assim, eu sei como é.
-Esse é que é o problema, sinto-me mais solteiro que comprometido...! - suspirei. Agora não te queixes, a culpa de a conversa ter vindo aqui parar é tua, Rúben! 
-Não percebi - comentou, meio confusa.
-Não vale a pena, hoje não! Queres beber alguma coisa? A vista aqui é linda, mas eu quero aproveitar a festa!
-Pode ser. - Desencostamo-nos do corrimão e seguimos para o interior do veleiro, onde a música soava animada e propicia para dançar. 

Visão Rodrigo

-Desculpa amor, tava apresentando eles, né? - perguntei, depois que ela chegou junto de mim.
-Estava, mas chamaste-me mesmo na hora certa, ele já meio que se conheciam, e eu queria arranjar uma desculpa para eles ficarem sozinho.
-Já se conheciam? Como? E, você tá tentando juntar alguém, ou é impressão minha?
-É impressão tua! É só que, o Rúben disse-me, no caminho para cá que quando se cruzou com ela o sorriso dela o fez sorrir também, até quando me contou sorriu, e eu sinto tanta falta do sorriso na cara dele todos os dias! Por isso enquanto eles estiverem os dois na festa quero que o Rúben sorria o mais que for possível  para além de que o dia dele já foi pessimista demais hoje, e ele merece ter uma folga nos anos dele!
-Você é tão linda sempre preocupada, sabia? - sorri, abraçando ela.
-Oh, tu sabes que eu só quero ver bem aqueles de quem gosto!
-E se for preciso se esfola toda pra isso!
-Se forem pessoas realmente importantes para mim claro que sim!
-Eu tenho tanto orgulho em você!
-E eu amo-te! - sorriu.
-Eu te amo mais!
-Não vamos discutir isso! - riu.
-Tá, eu prefiro reclamar outra coisa! - sorri, tirando um beijo demorado dela.
-Então e porque é que me chamaste?
-Isso pode esperar! - respondi, voltando a tomar os seus lábios. Ficamos trocando alguns beijos até que a minha irmã acabou interrompendo a gente.
-Eu falei pra você ir buscar ela, não pra se esconder com ela!
-A gente já tava indo!
-Eu tou bem vendo vocês indo! - reclamou, porém sorrindo.
-Então mas porque é que precisavas de mim? - perguntou a minha namorada pra minha irmã.
-Vem comigo! - pediu a minha irmã, segurando a mão da Mónica e a soltando dos meus braços.
-Tá, eu fico esperando aqui! - ri, e a minha namorada olhou pra trás sorrindo antes de desaparecer nas mãos da minha irmã.
-Não fiques triste Rodrigo, elas voltam já! - meio que me zoou o Mauro. Ficamos conversando e pouco depois elas tavam de volta.
-Rápido hein.
-É, eu não demorei tanto pra você não ficar com muita saudade! - riu a minha irmã.
-Hm, obrigado por ter pensado em mim! - ri também.
-De nada! - de seguida se virou pró Mauro e os saíram de junto da gente.
-Então, o que é que a minha irmã queria com você?
-Coisas nossas!
-Na festa do Rúben?
-Sim!
-Cá pra mim vocês foram apreciar um dos empregados!
-Olha que já uns quantos bonitos!
-Tá me descartando?
-Eu? - riu.
-Você.
-Óbvio que não!
-Ah bom!
-Não acredito que ficaste com ciúmes de uma piada parva!
-Eu não!
-Pois, sim... Bem Senhor Ciumento, vamos sair do meio das pessoas? Não quero servir de poste aqui no meio!
-Se você dançasse não ficava servindo disso!
-Pois, só que eu não sou como o meu lindo namorado que sabe dançar!
-Agora eu que sou lindo?
-Continuas a ser ciumento!
-Vem me mostrar esses tais empregados pra eu me sentir melhor?
-Eu disse que era uma piada!
-Então vamo sair daqui e parar de conversar?
-Óptima ideia! - A gente saiu do meio das pessoas e se resguardou num canto mais espaçoso, namorando um pouquinho.

Visão Rúben

Passei a maior parte da noite desde que a Filipa chegou com ela. Conversamos tanto que no final da noite parecia que já nos conhecíamos há mais tempo. E senti-me tão bem, tão despreocupado, sorri o resto da noite! Tirei várias fotografias, incluindo com os meus pais, que claro também estavam presentes, e depois de me cantarem os parabéns, com um bolo provavelmente feito pela minha mãe, veio a cerimónia dos presentes e consequentes gargalhadas!



 A festa acabou por volta das duas da manhã, e como sempre, apenas o grupo habitual ficou para o fim, incluindo desta vez a Filipa.
-Bem, eu vou andando! Até amanhã Mónica! - despediu-se a Filipa, dirigindo em seguida para o seu carro.
-Bom, e a gente vai também! - disse o Rodrigo, dando-me um abraço de despedida, ao qual se seguiu o da Mónica.
-Bem, e eu vou também, não vou ficar aqui sozinho, já que o meu irmão decidiu desaparecer com a tua irmã!
-É, vai com cuidado!
-Sim paizinho! E olhem, obrigado pela festa, a sério! - agradeci-lhes.
-Valeu muito a pena, Rúben! - sorriu a Mónica. Depois olhou para trás de mim com expressão confusa. - Aconteceu alguma coisa?- perguntou, e ao virar-me constatei que a Filipa tinha voltado.
-Aconteceu! O meu carro avariou! - respondeu, visivelmente aborrecida. Era a primeira vez que não a vi a sorrir.
-Caraca, e agora?
-E agora eu queria perguntar-vos se alguém me pode levar a casa e amanhã eu chamo o reboque!
-A gente pode levar você, fica no caminho! - ofereceu o Rodrigo.
-Não, eu levo-a.
-Por mim pode ser! - disse a Filipa.
-Mas fica mais distante pra você.
 -Mas vocês precisam de ir arrefecer!
-Hã? - disse a Filipa.
-É o normal, precisam de ir os dois arrefecer para casa! As festas têm um efeito sobre vocês, não consigo perceber! - gozei.
-Se você passasse todos os dias agora quase todo o dia sem nem um beijo você ia ficar igual!
-Mas eu passo, agora tu estás sempre necessitado, coitada da rapariga!
-Rúben! - reclamou a Mónica a rir.
-E depois fala que eu que sou fraquinho! - e o Rodrigo a dar aso à conversa!
-Isso já não sei, tens de lhe perguntar a ela, mas és fraquinho porque nem uma vez consegues ficar imune a isso!
-Mas vocês importam-se? Nós estamos aqui! Se querem discutir os vossos problemas de necessidades escolham uma altura em que nós não estejamos presentes, principalmente se eu for incluída na conversa! - disse a Mónica, olhando por último para o Rodrigo de forma punitória, apesar de ser mais um acto para terminar a conversa, enquanto tentava permanecer sem rir.
-Reclama com o teu namorado, ele continuou a conversa e disse que estava...
-Cala-te Rúben Filipe! E nós vamos embora! - adverteu-me, virando-se de seguida para o Rodrigo, que estava a rir-se, e dando-lhe uma pequena palmada no rabo em forma de protesto, enquanto o empurrava em direcção ao carro.
-Ui que eu já vi quem é que manda lá em casa! - ri.
-Cala-te Rúben! - disse mais uma vez. - Filipa, não te importas mesmo que o Rúben te leve?
-Claro que não, podem ir embora! - respondeu-lhe enquanto ria também um pouco mais disfarçadamente.
-Está bem, então até amanhã! - despediu-se a Mónica, entrando no carro.
-Foste um bocadinho mau! - riu a Filipa, assim que eles arrancaram viagem e nós nos dirigimos ao meu carro.
-Isto nem foi nada, mas eles já estão mais que habituados comigo! Não viste o Rodrigo a responder-me?
-Vocês são a comédia!
-E só passaste uma noite connosco!
-E espero passar mais, gostei muito de hoje!
-Eu também! Só não vão haver é festas como hoje, mas sempre que quiseres, da minha parte, podes estar connosco!
-Obrigada! - sorriu. Durante o percurso até ao apartamento onde ela morava não houve quase nunca conversa sem ser a dos locutores da rádio que passava àquela hora. E entretanto chegámos. - Obrigada por me teres trazido, Rúben - agradeceu.
-Não tens de agradecer - sorri educadamente. Acho que devo ter parecido um pouco apático, mas estava a debater-me nos últimos minutos acerca de uma pergunta que lhe queria fazer, à qual acabei mesmo por ceder. - Filipa, posso pedir-te uma coisa?
-Sim, acho que sim - respondeu, soando naturalmente confusa e um pouco cautelosa.
-Sempre que estiveres comigo, sorris?
-Não é difícil não o fazer, tu metes todos os que estão contigo a rir! - sorriu.
-Eu sei, mas, há já alguns dias que não fazia isso, já sentia falta disso, e voltei a fazê-lo porque me fizeste voltar a sorrir.
-Eu?
-Sim. Quando nos cruzamos no Estádio eu não estava bem, mas quando vi o teu sorriso, acho que me fez lembrar o meu, e desde ai voltei a sorrir. Hoje quando nos voltamos a encontrar eu estava a começar a desanimar novamente, mas depois tu apareceste e o teu sorriso ajudou-me outra vez, estiveste comigo a noite toda e eu sorri a noite toda. Tu fazes-me sentir bem, fazes-me sentir o eu de sempre outra vez.
-Ah, bem, olha Rúben, sinceramente nem sei bem o que hei-de te dizer, mas, sei lá, fico contente por teres voltado a sorrir. Não sei qual foi o motivo para teres deixado de o fazer, mas ainda bem que voltaste a fazê-lo. O teu sorriso para além de contagioso é lindo.
-Surpreendentemente o motivo é aquele que antes me fazia sorrir.
-Hmm, coração destroçado? - perguntou, cautelosamente, utilizando os termos que eu utilizara primeiramente.
-Sim, acho que já está a chegar ai...
-Eu não sei fazer milagres, mas se o meu sorriso te ajudar a esquecer um bocadinho e a sorrir, eu vou sorrir sempre!
-Obrigado!
-De nada! Bem, eu vou subir, preciso de descansar! Boa noite, Rúben!
-Boa noite, Filipa, e obrigado por teres vindo à festa! - agradeci, após ela já se encontrar no passeio. Ela respondeu apenas com um sorriso e virou costas para ir para casa. Voltei a ligar o carro e segui para minha casa.

Visão Mónica

Finalmente tínhamos chegado a casa! Estava cansada, e tinha de me levantar cedo para ir para a Faculdade, mas ao organizar a festa sabia que teria de me aguentar depois! Apesar do pensamento pesaroso, sentia-me muito feliz! A festa tinha sido linda, o Rúben tinha gostado, e tinha passado a noite a sorrir. E com a Filipa. Ela era a rapariga do sorriso! Agora ainda estava mais agradecida! Eu gostava bastante dela, dai tê-la convidado, e o facto de ela ter chegado e passado a noite a fazer sorrir o Rúben, ainda era mais propicio para lhe agradecer umas quinhentas vezes! Assim que cheguei ao quarto descalcei-me e sentei-me aos pés da cama.
-Muito cansada, amor? - perguntou-me o Rodrigo, em pé à minha frente, despindo o blazer.
-Sim! Eu acho que nem vou dormir, se não de manhã nas aulas e depois no Estádio vou andar a arrastar-me!
-Eu fico acordado com você, não tou com sono mesmo.
-Isso era suposto ter a intenção de me dizer indirectamente que amanhã tu ficas a dormir e eu vou para a Faculdade, ou era apenas uma oferta inocente?
-Oferta era, agora inocente ou não você que escolhe.
-Ai Rodrigo, assim não vale!
-Assim como? - perguntou com um sorriso, sentando-se ao meu lado.
-Assim, essas propostas indirectamente indecentes a estas horas e quando eu preciso dormir mas não vou fazê-lo!
-A gente não vai ficar acordado toda a noite? Tem que fazer alguma coisa...
-Cansar-me mais não ajuda muito.
-Isso te cansa? - perguntou, passando as pontas dos dedos pelas minhas costas. Foi o suficiente para me arrepiar e aceitar deliberadamente a sua proposta.
-Se fizeres isso a noite toda sim, porque vai aborrecer-me de tão repetitivo - respondi, insinuosamente.
-Quem falou que era só isso?
-Ai há mais?
-Tudo que você quiser.
-Hmm, assim está bem - concordei, sorrindo provocadoramente, enquanto subia com as mãos a sua camisola para retirá-la do seu corpo. - Mas vais durar até às sete e meia da manhã?
-Me provoca de vagar e eu vou tentar.
-Então tem de ser muito devagarinho... - sorri, começando por deixar-lhe um beijo no pescoço.



3 comentários:

  1. Ai adoro, como sempre! Estou a ver que ainda vai haver um romance entre o Rúben e a Filipa, a Andreia anda muito afastada do namorado e a outra rapariga parece ser boa pessoa.
    O Rodrigo e a Mónica, adoro sempre, fazem-me rir e deixam-me a pensar: oh tão fofo!
    Bem, dito isto acho que se percebe, fico à espera do próximo
    Beijinhos.

    ResponderEliminar
  2. Olaaaa


    Adoreiii e sigo :)


    Sabes quem é a dona desta fic :

    http://uma-noite-sem-ti-uma-noite-sem-amor.blogspot.com/


    Queria ter acesso as fics dela e não sei como contacta-la :)


    Beijinhos

    ResponderEliminar
  3. Olaaa .... Obrigada .... Ja consegui :)

    E obrigada também por me seguires :)


    Fico a espera do próximo capitulo :))


    Beijinhos

    ResponderEliminar