terça-feira, 25 de setembro de 2012

Capitulo 21 (parte II)

Olá!
Deixo-vos aqui mais um capitulo grandinho! Espero as vossas opiniões! :)
Beijinhos*
Mónica


 (visão Mónica)

-Cê tá com medo de perguntar pra ele?
-Sim. Eu não quero fazê-lo sofrer novamente, ao lembrar-se.
-Ah, não si preocupa. Ela já não provoca nada nele de maneira nenhuma.
-Ela? - perguntei curiosa.
-A Carolina, a ex-namorada do meu irmão. - Senti qualquer coisa a remexer dentro de mim. Ciúmes não eram, mas talvez medo de ouvir a história, medo de ouvir o que é que a tal Carolina tinha feito o meu amor passar. Não sabia se estava preparada para ouvir a história. - Quer qui eu conte, ou vamo parar por aqui?
-Não, não. Conta - pedi.
-Bom, eu não vou contar tudo tudo pra você. Acho qui não tenho de ser eu a contar. Eu vou só falar o básico, si você quiser fazer perguntas é melhor perguntar pró meu irmão, tá bom?
-Sim.
-Bom, a Carolina só si aproximou do Rodrigo porquê quiria fama e dinheiro. Ela discutia com o meu irmão pra caramba, com ciúmes discabidos e cenas completamente insuportaveis por coisas completamente estúpidas. Até qui um dia, num jantar com a gente, ela ficou conhecendo o Fabiano, um amigo do meu pai, qui era um empresário rico, apesar de ser pouco mais velho qui ela, e aí eles começaram se encontrando e passaram dormindo junto. Ela traiu e traiu feio o meu irmão. Só de lembrar dela mi dá uma vontade tão grande de espancar ela! E como si não bastasse o meuirmão ter apanhado eles bem mal, ela ainda foi pedir desculpas e desmentir tudo, na cara podre, pra depois fugir com aquele amigo da onça do Fabiano!
Ela falava irritada e ezaltada e eu permaneci apaticamente imóvel. Se isto era apenas um resumo, eu não queria sequer imaginar os pormenores que nao tinham sido pronunciados. Se o resumo era horrivel não queria imaginar o quanto o Rodrigo tinha sofrido com as partes que eu ainda não tinha ouvido. Permaneci em silêncio.
-Você tá bem? - perguntou-me ela, preocupada.
-Sim. Só fiquei... Não sei, magoada, como se tivesse sido comigo...
-Você gosta mesmo do meu irmão, né? - sorriu.
-Sim. Muito - respondi, ainda meio apegada à apatia.
-É, eu acho qui dá pra ver - voltou a sorrir. Sorri de volta.
-Bem, eu vou arrumar o quarto. Já sabes, se precisares... - começei, levantando-me do sofá.
-É só chamar, já sei. Pode ir - o telemóvel dela tocou.
Subi até ao quarto do Rodrigo. Sentei-me na ponta da cama, com a mente vazia durante alguns segundos. Depois levantei-me e peguei na almofada dele, abraçando-a e sentindo o cheiro característico dele, que tinha ficado na almofada.



 Eu nunca seria capaz de magoá-lo. Por qualquer razão. Amo-o demais para fazer-lhe qualquer coisa que seja de mal, mesmo que ele o merecesse. Amo-o tanto que sentia um enorme desprezo pela tal Xrolina, que tinha brincado com os sentimentos do meu amor por coisas superfulas. Não conseguia perceber porque é que as pessoas enganam por dinheiro quando a maior riqueza que podemos obter é aquela que provem do amor que a pessoa que está do nosso lado nos oferece, pedindo apenas em troca todo o amor que possamos oferecer-lhe também.
-Mónica! - chamou a Mariana, chegando à porta do quarto. Apercebi-me que tinha duas lágrimas a escorrerem-me pela cara. Limpei-as rapidamente e coloquei a almofada de novo na cama. - Cê tá chorando? - perguntou, entrando no quarto e dirigindo-se para junto de mim.
-Não - tentei disfarçar. - Chamaste-me. Do que é que precisas?
-Não disfarça não. Eu vi você limpando as lágrimas. O qui é qui tá havendo? Cê sabe qui cê pode falar pra mim.
-Eu, só fiquei a pensar no que tu me contaste. Juro que não sei como é que há pessoas capazes de fazer o que essa Carolina fez a o teu irmão. Juro que não percebo. O teu irmão é uma pessoa maravilhosa. Ele é dedicado, amigo, paciente, é... Ele não merecia. Eu juro que não percebo como é que ela foi capaz... - respondi, voltando a ter lágrimas a escorrer pela minha cara.
-Oh, não fica assim não. Custou muito, o meu irmão sofreu pra caramba, mas ele já ultrapassou tudo isso. Ele agora é feliz, e é do seu lado. Não fica assim.
Ela abraçou-me. Um abraço leve e rápido, mas agradável. Sabe bem receber um abraço quando precisamos.



-Obrigada - agradeci, limpando as lágrimas que ainda caiam pela minha cara. - Então e o que é que vinhas dizer-me?
-O Mauro vem mi buscar mais cedo. Já deve tar chegando.
-Ah, está bem.
-Maseu posso esperar até o meu irmão chegar, se você quiser.
-Não. Vai-te embora antes que ele chegue. Assim não vais ter de ouvir as bocas dele.
-Tem certeza?
-Claro que sim.
A campainha tocou.
-Eu vou! - disse ela. Enquanto ela desceu eu acabei de fazer a cama, e depois ouvi vozes a chegarem novamente ao quarto.
-Olá, olá! - cumpimentou o Mauro.
-Olá - respondi, esboçando um pequeno sorriso.
-Então, estás boa? - perguntou, dando-me dois beijinhos.
-Estou. E tu?
-Óptimo, claro! - respondeu prontamente com um sorriso. Olhei de relançe para a Mariana. Ela sorria.
-Bem, vamos lá para baixo? - perguntei.
-Sim. A gente também vai já embora, se você não se importar de ficar sozinha até o meu irmão chegar.
-Já te disse que não. Vão-se embora.
-Estás a mandar-me embora? - disse o Mauro com uma cara desconfiada mas sempre na brincadeira.
-Estou. Aos dois. A menos que queiras ouvir um sermão de irmão mais velho, pra teres cuidado com o que fazes com a irmã dele senão estás feito.
-Ok ok, já percebi. - Virou-se para a Mariana. - Não sabia que o teu irmão era assim tão galinha.
-Olha, tu vê lá o que é quechamas ao meu namorado, hã!
-Eish, pois é, desculpa. O meu irmão já me tinha dito que vocês namoravam, mas ainda não consegui ver-vos juntos.
-Pois, mas agora não vai ver. É melhor a gente ir, porque ele já deve tar chegando - disse a Mariana.
-Está bem, vamos então. E desculpa lá se chamei o teu namorado de galinha. O que é que eu posso chamá-lo?
-Chama-lo pelo nome, é suficiente, está bem? - ri.
-Está bem, já percebi que contigo de guarda não posso dizer destas coisas! - riu também.
-É, eu dou-te o ''contigo de guarda'' Mauro.
-Ih, Mariana, anda cá, ajuda-me! - disse ele, pondo-se atrás dela. Ela desmanchou-se a rir. - Bem, nós vamos embora. Até logo - despediu-se ainda a rir, dando-me novamente dois beijinhos. A Mariana deu-me um abraço.
-Obrigada - agradeceu-me baixinho. - E, não pensa mais naquilo qui eu ti contei. O qu'importa é qui o meu irmão é feliz do seu lado, agora.
-Está bem - sorri. - Até logo. Divirtam-se.
-Tchau - disseram os dois. Fechei a porta e fiquei na sala a ver televisão.

VISÃO RÚBEN

Acordei cedo. A minha mãe já estava na cozinha.
-Bom dia mãe - cumprimentei-a, dando-lhe um beijo na testa.
-Bom dia filho. Já estás a pé?
-Sim. Tenho uns assuntos para resolver e quanto mais cedo melhor.
-Então e ainda tens tempo para esperar pelas torradas para tomares o pequeno-almoço com a tua mãe?
-Claro que sim. Precisas de ajuda?
-Não filho, só faltam as torradas.
-Está bem - sorri e fui sentar-me à mesa.
-Tens falado com a Inês? - perguntou-me de repente.
-Tenho.
-E está tudo bem entre vocês?
-Continuamos amigos, claro.
-Estás a pensar voltar a juntar-te com ela?
-Sinceramente mãe, não. Gostei muito dela, tudo o que passámos foi muito bom, mas já não consigo voltar a namorar com a Inês. Agora só a tenho como uma boa amiga e é isso que vai continuar a ser.
-Então já não gostas dela?
-Não. - Calei-me durante uns segundos, desconfiando. - Mãe, sabes que podes perguntar-me o que quiseres, não precisas de andar com rodeios, não sabes?
-Sei, sei.
-Então pergunta de uma vez. Já percebi que queres saber alguma coisa.
-Anda aí um novo passarinho, não anda Rúben Filipe?
-Ahaha, anda mãe, anda.
-E eu aposto que é a menina Andreia.
-Apostas bem, mãe. É ela.
-Vocês estão a fazer apostas? - perguntou o Mauro, entrando na cozinha. Deu beijo à nossa mãe.
-Bom dia para ti também, hã? - disse eu, não me referindo à questão da aposta.
-Não sabia que agora fazias apostas mãe, ainda por cima aqui com o menino Rúben, que é um batoteiro - disse o meu irmão, pegando numa torrada.
-Eu dou-te o batoteiro - disse eu, dando-lhe um calduço. - E isso era para mim! - reclamei.
-Ai era? Olha, temos pena - respondeu-me ele rindo.
-Ahaha - ironizei. - Estamos muito engraçados hoje, hã?
-Claro. O dia vai correr-me bem!
-Hm, está bem. Mãe, visto que o Mauro já aqui está pode fazer-te companhia, e também já me tirou as torradas, por isso, vou andando.
-Então e não comes nada, Rúben? - preocupou-se a minha mãe. Fui ao frigorificoe tirei um iogurte líquido.
-Vou a bebê-lo até ao carro, não te preocupes! - dei um beijo à minha mãe e começei a dirigir-me para a sala para sair de casa.
-Isso não é nada, Rúben Filipe! - reclamou ela.
-Depois como mais alguma coisa, não te preocupes. Até logo - descansei-a.
-Mas onde é que ele vai? - perguntou o meu imão.
-Vai tratar da vida dele - respondeu-lhe a minha mãe, parecendo-me que a sorrir. Quando cheguei ao carro o iogurte já tinha acabado. Pus a chave na ignição, coloquei o cinto e segui até casa da Andy. Nove e meia.
Saí do carro e olhei para a casa. Ela tinha prometido abrir-me a porta. Toquei à campainha. Esperei um pouco. Ninguém abriu. Toquei novamente e esperei. Nada. Decidi mandar-lhe uma mensagem. Eu tinha a certeza que ela estava a fazer de propósito para não cumprir o prometido.

Para:Andy:
Bom dia :D Sabes,acho que ias ser mais querida do que já és se CUMPRISSES O PROMETIDO E ME ABRISSES A PORTA, por favor. E eu sei que já estás a pé. Eu conheçote melhor do que tu pensas. Amo-te. Até já.


Enviei e fiquei a olhar para a janela que eu sabia que era a do quarto dela e da Mónica. De certeza que já devia lá estar, a confirmar se eu estava mesmo à porta de casa. Ela não respondeu à minha mensagem.

Para:Andy:
Lembraste de te ter dito que entrava pela janela se não me abrisses a porta? É o que vou fazer agora. Se não conseguir, já sabes qual é que é a minha última opção, por isso...


Como ela não respondeu à mensagem outra vez, fui mesmo até à janela. Pouca sorte, estava trancada. Bom,então já só restava a última hipótese.

Para:Andy:
Vou começar a gritar


Avisei. Respirei fundo.
-Andreia Filipa, és uma teimosa do caraças, sabias? - começei. - Mas está bem, se queres que os teus vizinhos sejam testemunhas de que eu vou dizer novamente que te... - Ela abriu a porta de rompante.
-Rúben! - disse ela com ar repreendedor, puxando-me para dentro de casa.
-... amo - terminei, quando o meu rosto estava tão perto do seu que eu conseguia sentir o calor da sua cara. Ela olhava-me parecendo que tentava resistir a alguma coisa, neste caso era a mim.



-És mesmo parvo! - começou a reclamar, afastando-se rapidamente de mim. - Já viste o escândalo que fizeste? Só podes estar maluco!
-Eh, eh, calma aí porque a culpa não foi minha. A culpa é aqui da menina Andreia, que resolveu faltar ao prometido e deixar-me na rua. Eu mandei-te mensagens e toquei à campainha. E eu sei que tu estavas acordada. Até já estás vestida e tudo.
-Está bem, já estava acordada, mas, estava ocupada.
-Ocupada? A fazer o quê?
-Ah... - começou a dizer um monte de ''ah'' sem chegar a qualquer palavra coesa, ou a qualquer explicação. Ela estava a mentir-me obvia e descaradamente.
-Andy, pára lá de me mentir, por favor. Eu sei que não queres falar comigo porque estás com medo de admitir que também gostas de mim. Mas não precisas, porque eu já sei disso, só que sabia bem ouvi-lo da tua boca.
-Oh Rúben, mas tu endoideceste?! Eu não tenho de admitir nada. Eu não gosto de ti.
-Ai é?
-É.
-Então, porque é que cada vez que eu me aproximo de ti tu tentas fugir? Porque é que cada vez que te beijei tu aranjaste maneira de ir embora? Menos no dia antes da Gala. E eu queria perceber porquê. E não me digas que não querias e que foi sem querer. Se não quisesses não tinhas deixado acontecer, e estas coisas não acontecem sem querer. Por isso, sim, acho que também gostas de mim, mas estás a escondê-lo, não sei porquê, porque eu já gritei aos quatro cantos que te amo e estou pronto para gritar ao quinto.
-Pára com isso! Olha, agora o teimoso estás a ser tu! Já te disse que não gosto de ti! - respondeu nervosamente, afastando-se de mim e começando a subir as escadas.
-Onde é que vais? - perguntei. Ela não respondeu, pois já descia as escadas quando fiz a pergunta.
-Toma - estendeu-me um saco Geogio Armani.
-O que é isto?
-É o meu presente de Natal para ti.
-Durante quanto tempo é que andaste a economizar para me comprares isto? Não precisavas.
-Foi mais barato do que pensas. Comprei em Londres, lá é mais barato.
-Hm, está bem.
-Bom, então, já tens o teu presente e já disseste o que querias, por isso já te podes ir embora - disse-me ela, abrindo-me a porta e colocando-me para lá da ombreira.
-Quem é que te disse que eu já tinha acabado? - reclamei.
-Eu. Adeus Rúben! - e fechou-me a porta na cara.
-Andreia Filipa, eu ainda não acabei de falar cotigo! - reclamei, mesmo com a porta fechada.
-Temos pena! Agora é melhor ires-te embora antes que os viinhos começem a aparecer à janela.
-Desculpas, mas está bem. Mas tu nem sabes o que é que te vai acontecer!
-Estou cheia de medo!
-É bom que tenhas. Quando te apanhar sozinha vais ver. Rapto-te e depois somos só tu e eu. Depois já não foges!
-Não eras capaz!
-Não me testes! Acho que já tens provas suficientes de que quando eu digo eu faço!
-Nem penses, Rúben Filipe! Se fazes isso eu faço queixa de ti!
-Se eu deixar.
-Ahh! Olha, adeus!
Eu ri-me. Mesmo com uma porta fechada entre nós e poucas palavras consegui irritá-la. Visto que agora não ia conseguir mais nada, voltei para o carro, no entanto estava quase satisfeito. Agora tinha a certeza que ela gostava mesmo de mim. Só queria ter conseguido beijá-la mais uma vez...

VISÃO RODRIGO

Deixei o pai e a irmã da Mónica e dirigi de volta pra casa. Parecia qui tava demorando uma eternidade de tanto eu querer chegar em casa.
Assim qui entrei vi a Mónica no sofá, vendo televisão.
-Oi meu amor! - sorri, mi baixando um pouco pra dar um beijo nela. Ela mi segurou com força e mi beijou de uma maneira qui parecia qui eu ia esfumar e ela tava mantendo enquanto podia. - Ôbá - sorri, surpreendido com aquele beijo, de repente, qui mi tinha tirado ar. Sentei junto dela, do lado esquerdo. - A Mariana? - perguntei.
-O Mauro veio buscá-la mais cedo - notei qui a voz dela tava mostrando algum nervosismo.
-Tá bom - esperei uns segundos, olhando ela. - Cê tá nervosa com alguma coisa? - perguntei, curioso e meio preocupado. Ela segurou as minhas mãos.
-Sabes que eu te amo, não sabes? - perguntou, com o mesmo tom nervoso.
-Claro qui sei. Assim como eu amo você.
-Mas eu amo-te de verdade - reforçou.
-Eu sei meu anjo. Eu nunca pensei qui você tivesse brincando, eu sei qui é de verdade.
-Eu nunca, nunca te vou trair, nunca me vou aproveitar de ti ou do teu dinheiro, sabes disso não sabes? - esse tom dela tava mi assustando assim como as perguntas.
-Sei, claro qui sei, mas... Qu'qui tá havendo? Porquê isso agora? - perguntei, preocupado.
-Eu... - começou, baixando o olhar pras nossas mãos, unidas, pousadas em cima das pernas dela.
-Você? Amor, cê sabe qui cê pode falar comigo. Fala.
-Eu, estive a falar com a Mariana. Sobre ti.
-Sobre mim? E, achou alguma coisa de errado? Quer perguntar alguma coisa? - perguntei. Ela hesitou um pouco. Eu fiquei olhando ela, esperando, e apertei levemente as suas mãos, incentivando ela.
-Não, claro que não! Mas, ela falou-me, superficialmente, mas falou, da - hesitou novamente - Carolina - acabou dizendo.

Qual será a reação do Rodrigo ao saber que a Mariana falou da Carolina à Mónica?
E será que o Rúben vai voltar a tentar conversar com a Andreia e fazê-la dizer o que ele espera?

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