(visão
Andreia)
-Chamou? -
perguntou, com um grande sorriso.
-Sim -
respondi, não evitando um sorriso também. Ele entrou e sentou-se ao pé de mim.
-Então, cê
tá precisando de ajuda pra voltar lá pra baixo? - gracejou.
-Não, parvo.
Eu não vou voltar lá para baixo.
-Pelo menos
enquanto o Rúben tiver lá, né? - completou.
-Sim...
-Cê tá com
medo de quê?
-Eu não
estou com medo de nada.
-Ah, pelo
amor de Deus, Andreia, não mente pra mim vai! Eu conheço você.
Fogo, não
conseguia mesmo esconder nada, hoje.
-Está bem...
- comecei. - Eu, estou a fugir do Rúben.
-Ué, o Rúben
não é nenhum bicho papão pra você ter qui fugir. Tá bom, de vez em quando ele
não fica normal, mas quem não tem momentos de estupidez, de brincadeira parva?
Todo mundo tem!
-E vocês os
dois quando se juntam, então… - sorri.
-Mas a gente
é especial, a gente tá sempre zoando um com o outro, mas isso já faz parte da
gente.
-Pois – ri.
-Vocês se
davam tão bem… Até eu já tava ficando com ciúmes de vocês! – riu. – Mas agora
sério, o qui é qui houve pra você tar fugindo do manz?
-Vais-me
dizer que ele não te contou?
-Contou até
à parte da Gala. Há mais?
-Há…
-Hiii… Tou
aqui pra ouvir você.
Contei tudo
o que tinha acontecido entre mim e o Rúben desde a noite da Gala, e os meus
olhos já ardiam de tanto me esforçar para não chorar. O David ouvia tudo
atentamente, com um ar sério. Quando acabei permaneci calada e ele ficou a
olhar para mim durante uns minutos. Já estava a sentir-me incomodada por ele
estar a olhar tanto para mim.
-Pode chorar
na minha frente, não precisa evitar. – Olhei-o surpreendida. – Os seus olhos
tão muito vermelhos, dá pra perceber – esclareceu. Permanecemos em silêncio
novamente, e mesmo assim não deixei que as lágrimas caíssem. – Cê tá com medo
do quê, qui eu acho qui baralhei. De perder o Rúben, tá com medo do qui a Inês
parta pra cima de você ou é alguma coisa sua mesmo?
-Tenho medo
de perder a amizade do Rúben. Tenho medo que se começarmos alguma coisa
possamos magoar-nos um ao outro e que a amizade que temos desapareça. E eu não
posso ficar sem a amizade dele. É muito importante, demasiado importante para
que possa dar-me ao luxo de perdê-la.
-Cê pode
ganhar muito mais qui a amizade dele. Cês podem permanecer com essa grade
amizade e se amar ao mesmo tempo. Não é crime, não tão fazendo mal pra ninguém
e muito menos é estúpido.
-Eu tenho
medo, David.
-Medo? Qui
medo! Cê tá é tonta! Cê não ama o Rúben?
Esta
pergunta caiu tão diretamente que não tive tempo de pensar para negar ou para
desviar o assunto. E, sinceramente, não quis. Podia confiar totalmente no
David.
-Amo –
acabei por admitir, fugindo com o olhar dos olhos atentos do David. Ao ouvir a
minha resposta ele sorriu.
-Então,
posha! Deixa dessas bobagens, deixa de ser cabeça dura e fala isso pró Rúben!
Qual qui é a dúvida qui cês têm qui tar juntos?
Acreditava
no que o David estava a dizer. E sentia-o. Sentia-o por baixo de muitas
máscaras e artefactos que encobriam a certeza pelo qual o meu coração palpitava
agora, e quase sempre. No entanto, o automático respondia por mim. Diziam que
eu tinha de negar, e eu negava, diziam para eu fugir, e eu fugia.
-David, o
Rúben é o meu melhor amigo. Eu preciso dele, e não quero nem posso perdê-lo.
Tenho medo disso, percebes? Eu não posso perder o Rúben.
-Mas tu não
me vais perder. Quem é que te pôs essa ideia estúpida na cabeça? – o Rúben
entrou no quarto, e ao falar fez com que eu e o David olhássemos para ele.
-É… eu vou
deixar vocês dois. Se precisar alguma coisa grita, tá? – disse o David. Olhou
para mim e piscou-me o olho e quando passou pelo Rúben deu-lhe uma pequena
pancada no ombro, antes de fechar a porta.
-Então, quem
é que te pôs essa ideia estúpida na cabeça? – perguntou ele, sentando-se no
lugar do David, ao meu lado, na minha cama. Não consegui controlar mais as
lágrimas. Ao ver o Rúben ali à minha frente, depois da conversa que tinha tido
com o David, não consegui.
-Ninguém –
respondi, baixando a cabeça para que ele não visse as lágrimas na minha cara.
-Ninguém?!
Esse estúpido, ou estúpida até te fez chorar, então!
-Então a
estúpida sou eu.
-Andy, não és estúpida nenhuma. Pronto, ok, agora
estás a ser um bocadinho tonta, mas pronto. Qual é que é a ideia de dizeres que
tens medo de me perder? Já não te disse que nunca
me vais perder? Nunca. Por nada. Vou estar sempre ao teu lado –
enquanto falava aproximou-se de mim, levantou o meu queixo e limpou uma lágrima
que caía. Agora ainda estava mais próximo. Ia tentar beijar-me… Afastei-me e
saí do quarto a correr. Desci as escadas e passei pelo David, pelo Rodrigo e
pela Mónica, que estavam mesmo à frente. Ouvi os passos do Rúben a descerem as
escadas a correr também e corri mais rápido. Não queria que
ele me
apanhasse. Não queria que ele me tocasse. Não queria sequer olhar para ele.
Porque se o fizesse eu ia cair nos seus braços nesse exacto momento, e isso não
podia acontecer. Entrei na carrinha do meu pai e guiei até ao sítio onde me
sentiria mais calma e onde poderia pensar melhor: a praia.
fabuloso...
ResponderEliminarquero mais... tou super curiosa para ver o proximo...
continua...
Obrigada Ana!
EliminarVoltarei a publicar o mais rápido que conseguir :)
Beijinhos*
Mónica
Esta fantastico continua.bjs
ResponderEliminarMuito obrigada Anónimo/a, ainda bem que gostaste! :)
EliminarBeijinhos*
Mónica
adorei...quero mais...toca a escrever ;-)
ResponderEliminarbjinhos
Ainda bem que gostaste Mila! Fico muito contente :)
EliminarVoltarei a publicar o mais rápido que conseguir! :D
Beijinhos*
Mónica
Amei! <3
ResponderEliminarMais, por favor...
Beijos :*
Ainda bem que gostaste Joana! :D
EliminarPrometo um próximo capitulo o mais rápido que conseguir :)
Beijinhos*
Mónica
Lindooooooo! Maravilhoso, a sério. Postas mais?
ResponderEliminarAhaha ainda bem que gostaste, fico muito contente :)
EliminarSim, óbvio que publico, o mais rápido que conseguir :D
Beijinhos*
Mónica