sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Capitulo 22 (parte II)

Olá! Bem, deixo-vos aqui mais um capitulo, espero que gostem e comentem! :D
E, queria dedicar este capitulo à Minha Melhor Amiga - sabes que esta conversa entre as nossas personagens são mais ou menos o que costumavamos fazer, às vezes meio que a discutir :s, quando surgiam aquelas nossas pancas de ''descrença''. Anyway, sabes que estou sempre aqui, sempre estarei. Ah, e sei que te ''mato'' com estes capítulos, mas não morras, por favor, és essêncial a muita gente! xD Morro de saudades! Adoro-te Melhor Amiga <3

(visão Andreia)

Cheguei  à praia e parei a carrinha. Respirei fundo e saí do carro. Fui até à beira-mar e comecei a percorrer essa zona, enquanto pensava. Toda a gente encorajava e incentivava para que eu admitisse ao Rúben que o amo. Como se eu tivesse alguma coisa para admitir… Pronto, está bem, talvez tivesse. Agora era só eu e a praia, e embora o mar traga muitas vezes mensagens, tudo o que partilhasse ali sabia que não iria ser divulgado, mas já reprimia tudo há tanto tempo que já era habitual as palavras saírem-me da boca, apesar de no fundo, mas bem no fundo, escondido, do meu coração saber que essas palavras são precisamente o oposto do que realmente sinto. Esta noite, o David foi o primeiro a quem admiti a verdade. Ele pode ser o melhor amigo do Rúben, e sei que ele só quer o bem dele, mas sei que também é meu amigo e sabe respeitar as minhas decisões. Ele encoraja-me, pede-me, aconselha-me a dizer a verdade ao Rúben, mas se eu persistir no ‘’não’’ ele respeita-me. E o Rúben… O Rúben… O Rúben dá-me cabo do juízo! Ele insiste comigo a toda a hora, insiste em aproximar-se, em tentar fazer-me admitir o que os nossos amigos estão fartos de dizer, o que ele sabe… Está a tornar tudo tão difícil, tão complicado de controlar, de esconder… Ele está sempre à espera de me apanhar em falso, à espera que eu diga qualquer coisa que ele possa utilizar para me fazer parar de negar. De repente senti uma pinga cair-me em cima da cabeça. Parei e olhei para o céu. Ia começar a chover a sério dentro de pouco tempo. Olhei para trás. Tinha andado bem mais do que pensava e ia demorar até chegar à carrinha novamente, por isso comecei a correr de volta à mesma. Completamente encharcada. Lindo, ia molhar a carrinha toda e ia ficar doente. Entrei na carrinha e deixei-me ficar sentada. As lágrimas começaram a correr-me pela cara. Estava a sufocar. Não sabia durante mais quanto tempo é que iria aguentar-me firme. A pressão do Rúben quase que me levara a ceder várias vezes. Os nossos amigos já não se convenciam com as minhas palavras, assim como o Rúben, preferiam tirar conclusões das minhas atitudes e acreditar nelas. O pior era que as conclusões estavam certas. Liguei a carrinha e conduzi até casa dos meus pais para deixar lá a carrinha. Quando saí lá de dentro ainda chovia. Não me importei, de qualquer maneira ia chegar encharcada a casa. E talvez até me fizesse bem. Se aquela água gelada, chuva de Dezembro, me caísse em cima mas me oferecesse uma parte da frieza com que caía… Podia tornar-me mais fria, podia ajudar-me a deixar os meus sentimentos guardados e bem escondidos e focar-me apenas em fazer o correto… Abri a porta de casa e a televisão na sala estava acesa.

-Andy! Onde é que andaste? Estava preocupada contigo! Oh meu Deus, estás encharcada, vais ficar doente! – disparou a Mónica, levantando-se do sofá. Eu não disse nada. Limitei-me a olhá-la e a deixara a água escorrer e molhar a carpete da entrada. – Anda, vamos lá acima. Precisas de tirar essas roupas, tomar um banho quentinho. E eu vou-te fazer um chá, também… - disse ela, arrastando-me para o andar de cima. – Achas que consegues arranjar-te sozinha, cá em cima? – perguntou-me preocupada. Eu apenas acenei. Ela ainda ficou a olhar-me durante uns segundo mas depois acabou por ir-se embora. Ainda fiquei um tempo parada, no meio da casa-de-banho, sem pensar em nada, mas depois as roupas ensopadas e coladas ao meu corpo começaram a fazer peso e comecei a tremer de frio, então pus-me debaixo do chuveiro, onde a água quente fez impacto na minha pele fria. Fria como eu queria que estivesse o meu interior…

Depois do banho vesti o pijama e o robe por cima. Sabia que a minha melhor amiga estava a dar-me tempo e espaço, mas devo ter demorado uma imensidão, pois ela subiu até ao quarto, agitada de preocupação. Descemos até à sala e sentámo-nos no sofá com as canecas de chá na mão.
 
Ela não disse nada nem fez perguntas, enquanto eu permanecia apática.

-Achas que estás em condições para falar e contar-me tudo o que vai aí dentro, ou preferes ficar calada? – perguntou cuidadosamente.

-Acho que posso… - respondi num sussurro. Ela ficou à espera, e enquanto eu tentava recordar devagar, as lágrimas caíram pela minha cara.

-Hey! Calma! Eu estou aqui! – tentou tranquilizar-me, abraçando-me. Depois do abraço respirei fundo e sequei as lágrimas da minha cara com as mangas da camisola do pijama.

-Eu fui para a Costa. Pensar… - continuei a pensar.

-Pensar…

-Sim, pensar. Pensar no Rúben e nisto tudo que se anda a passar.

-E… chegaste a alguma conclusão?

-Cheguei.

-E posso saber que conclusão é essa? Queres contar-me?

-Cheguei à conclusão que apesar de amar o Rúben não posso deixar que aconteça alguma coisa entre nós, mesmo que isso me faça sofrer… - respondi já num tom normal.

-Espera, eu acho que ouvi mal. Tu disse-te que amas o Rúben?

-Disse. É verdade. Mas eu já decidi e não vou deixar nada acontecer entre nós, apesar de me estar a custar muito e de tudo isto me fazer sofrer, não vou deixar nada acontecer.

-Andreia, tu não estás a sofrer, tu estás em cacos. Isso não te faz bem. Ainda por cima, se já reconheceste que o amas… Devias lutar pelo amor que sentes por ele, devias dizer ao Rúben o que sentes, devias permitir que a felicidade chegasse ao teu coração.

-Não… - neguei.

-Porquê?! Andy, é a pessoa certa. Desta vez até eu te dou a certeza que é, e eu não faço, pelo menos diretamente, parte dessa história. Desde sempre que eu percebi que o homem da tua vida tinha chegado. Eu fiz questão de te incentivar, porque sei que é a escolha certa, sei que ao lado do Rúben vais ter felicidade, amor, estabilidade e mais, posso garantir-te, eu coloco as minhas mãos no fogo ao dizer que vais ter eternidade ao lado dele. Vais ter eternidade de tudo o que sempre desejaste e tudo o que mereces. – As palavras da minha melhor amiga estavam a causar-me dor. Mas porque acreditava nelas também, porque sabia que eram verdade, mas a redoma onde o meu coração se encontrava não me permitia dizer que sim a mim mesma. A redoma fechava-se cada vez mais; chegava a sufocar muitas vezes. Peguei na caneca de chá e pousei-a na pequena mesa em frente do sofá. Levantei-me fazendo tensões de ir para o quarto. – Andy – disse a minha melhor amiga, segurando-me firmemente mas com cuidado pelo pulso. – Sabes que eu não estou a dizer-te isto para te magoar nem para te fazer sofrer e muito menos para tomar partido ao lado do Rúben. Estou a dizer-te isto porque acho que já está na altura de deixares de lado essas proteções todas que tens aí à volta do teu coraçãozinho e deixá-lo bater descompassadamente, livre e feliz. E se encontraste a pessoa certa ainda melhor. Podes deixar-te ir. Não vais sofrer. Já não. A pessoa que tem a perfeição que necessitas chegou por isso o pior que te pode acontecer é só seres feliz.

Tentei esboçar um sorriso de agradecimento. Saiu meio frustrado mas ela percebeu a intenção e sorriu-me de volta. Levantou-se.

-Obrigada – acabei por pronunciar a palavra.

-Eu vou estar sempre aqui. Não preciso que me agradeças. Dar-me-á mais satisfação ver-te feliz ao lado da pessoa certa. – Eu não respondi. Não conseguia falar sequer. – Vá, vamos lá para cima! Tu deves estar cansada e eu também estou. Vamos descansar porque amanhã vamos descontrair as duas! – sorriu, abraçando-me. Subimos para o quarto e fomos dormir.

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