quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Capitulo 9



Cheguei ao aeroporto e já lá estavam os jornalistas. Respondi apenas ao essencial, que já estava bem e tinha recuperado quase totalmente da lesão e tinha ido recuperar para junto do meu amigo David Luíz, visto que já não estava com ele à muito tempo. Depois consegui, finalmente, seguir para casa. A minha mãe e o meu irmão já estavam em minha casa à minha espera. E a Inês estava com eles.
-Filho, já chegaste! - correu a minha mãe a abraçar-me.
-Mãe! Que saudades! - abracei-a também.
-Então mano, esse joelho já está pronto para outra? - perguntou-me o Mauro, dando-me também um abraço.
-Claro! Já está pronto para outras!
-Aii, queres partir-te todo ou quê? - riu ele.
-Está descansado que se partir tenho quem fique ao meu lado - sorri.
-Como é que correu a viagem? - perguntou a Inês.
-Bem - respondi, e como pessoa bem educada que sou e também pelo bom sentimento que nutria pela Inês, mas que sinceramente, nesta altura já não tinha a certeza se era amor ou só uma grande afectividade derivada do amor que em tempos senti por ela tão acesamente, dei-lhe um beijo no rosto e um leve abraço. A minha mãe e o Mauro ficaram surpreendidos com aquele gesto, pois esperavam que nos beijássemos e nos abraçássemos fortemente, como costumava ser, mas disfarçaram, fazendo várias perguntas sobre as ''mini-férias''. Senti que a Inês se retraiu um pouco, mas conteve-se nas palavras. Entretanto a minha mãe teve de voltar para o spa e o Mauro tinha uns assuntos para resolver. A Inês ficou. Preparei um lanche para nós e ficámos na sala a conversar.
-Rúben, porque é que me cumprimentaste daquela maneira? - perguntou ela, após uma breve pausa na nossa conversa. Eu  respirei profundamente.
-Porque acho que antes de tudo devemos conversar - respondi-lhe.
-Conversar sobre o quê?
-Vá lá Inês, não compliques.
-Eu não estou a complicar, Rúben. Não disseste que não querias conversar mais sobre esse assunto e que a tua decisão já estava tomada? Então acho que sobre isso não há mais nada que tenhamos de conversar - respondeu-me muito séria.
-Sabes perfeitamente que nunca ponderei sair sair. Sabes que é aqui que pertenço.
-É aqui que pertences?! Só se for com o cú colado aqueles bancos do Estádio! - ela aumentou o tom de voz. Era melhor pôr termo ao assunto, caso contrário voltaríamos a discutir forte e feio.
-Inês, eu percebo o que tu estás a dizer, e sim também acho que deviam dar-me mais utilidade, deviam deixar-me jogar mais vezes e deixar-me mostrar o que valho, mas acho que TU também devias tentar perceber mais o meu lado. Acho que já estás ao meu lado à tempo suficiente para saberes que não sou capaz de deixar o clube que me formou e passou a ser parte da minha vida e de mim.
-E eu percebo-te, Rúben - falou calmamente.
-Eu ainda acho que não, Inês.
-Oh amor, se eu não perceber totalmente tu ajudas-me.
-E achas que vais mesmo perceber, se eu te tentar mostrar?
-Sim.
-Não sei porquê, mas não estou tão confiante nisso, Inês. Já viste quantas vezes eu tentei fazer isso, e viste como é que isso terminou? Em discussões! E eu estou farto de discutir, Inês! Farto.
-Eu também, Rúben. - Ambos ficámos calados. Estas palavras, mesmo sendo poucas, tinham-me deixado exausto. Cada vez estas discussões me desgastavam e me destruíam mais interiormente. - Amor, podemos esquecer este assunto, por favor? Chegaste hoje e estou a morrer de saudades tuas. Por favor - pediu-me, sentando-se mesmo junto a mim.
-Não sei, Inês. Cada vez que ''esqueço'' o assunto discutimos ainda mais na vez a seguir.
-Eu prometo que não vou mais contestar-te nem falar sobre isto, se não quiseres.
-Todas as vezes que prometes não cumpres.
-Desta vez é diferente. - Respirei novamente fundo.
-Está bem... - acenti, embora não acreditasse verdadeiramente que não se voltasse a repetir. Ela sorriu.
-Obrigada, amor - disse ela, partindo para me beijar. Desviei-me. - O quê, agora vais continuar a negar-me um beijo?! - perguntou, indignada.
-Inês, por favor...
-Já não gostas de mim? Foi por isso que recusas-te o meu beijo?!
-Inês, não é nada disso...
-Não é o que parece!
-Inês... - voltei a tentar explicar-me, mas ela voltou a interromper-me.
-Se ainda gostas de mim, deixa-me beijar-te! - e voltou a tentar beijar-me. Não voltei a recusar. O meu interior estava confuso e eu precisava de perceber se ainda amava a mulher que estava agora sentada em cima de mim, da mesma maneira. Acho que isto foi a única coisa que ecoou na minha cabeça, enquanto deixava os meus lábios tocarem os dela e depois enquanto nos amávamos. Durante todo esse tempo e o decorrer da tarde mantive-me sempre num estado irracional inconsciente. Não conseguia pensar. O meu cérebro tinha bloqueado. Queria descobrir o que sentia. Procurava-o dentro de mim, mas estava difícil de encontrar a resposta. Talvez estivesse a procurar no sitio errado.



Desculpem ser tão pequeno, mas não consegui escrever muito esta semana :s
Espero que gostem :)
Beijinhos
Mónica

2 comentários:

  1. fantastico...

    quero mais... tou super curiosa para ver o proximo capitulo...

    continua...

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  2. Olaaaaaaa


    Adoreiii o teu blog , continua :)



    Beijinhos


    Anne M ( http://luta-por-um-sonho.blogspot.com )

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