quarta-feira, 9 de maio de 2012

Capitulo 14 (parte IV)





(visão Mónica)

Acordei com o sol que entrava pela janela do quarto a bater-me na cara. Abri os olhos e espreguicei-me. Não estava no meu quarto, nem na minha cama, nem sozinha na cama. O Rodrigo estava deitado do meu lado esquerdo, de barriga para baixo, agarrado à almofada, exibindo as suas costas musculadas, destapadas pelos lençóis. Passavam-me pela cabeça imagens, lembranças e sensações da noite anterior. O seu sorriso, o seu beijo, o seu toque… O amor que me fez sentir… Tudo coisas que não podia deixar dominarem a minha mente. Podia não ter sido um erro na sua totalidade, mas tinha sido uma coisa errada. Voltei a olhar para ele. Voltei a admirar a sua silhueta, perfeitamente esculpida, com a sua pele a irradiar um brilho provocado pela luz do sol, e os lençóis a evidenciarem os traços do seu corpo tapados pelos lençóis. Desejava-o tanto que… levantei-me da cama, vesti-me e abandonei a casa, sem olhar para trás e tentando não pensar na pessoa que tinha deixado no quarto principal, para não cair novamente na tentação dos seus traços e do seu ser.

Cheguei a casa eram nove horas da manhã. A Andy ainda não tinha acordado. Era bom para mim, pois talvez não chegasse a notar que não tinha dormido em casa. Sentei-me na minha cama e despi o casaco.
-Finalmente… - disse a Andreia ainda ensonada enquanto se espreguiçava. Dei um salto.
-Finalmente o quê? – perguntei.
-Onde é que dormiste? Não me atendeste o telemóvel.
-Desculpa, estava para vibrar.
-Está bem. Agora desbronca-te lá. Onde é que andaste? A fazer o quê? Com quem? Sim, porque ontem à noite não me chegaste a dizer com qual dos dois é que foste ter…
-Inquisição agora?
-Sim. Vá, conta lá – insistiu. Ia responder, mas sacudi a cabeça.
-Agora não, Andy.
-Uii… O que é que se passou?
-Não, não, não… Agora não quero falar sobre isso Andy, por favor.
-Está bem. Mas dormiste, ao menos?
-Andreia.
-Está bem, pronto, desculpa. – O meu telemóvel começou a tocar. Fiz uma careta e deixei-o tocar, depois de ver o nome no visor. – Então? – perguntou-me a Andreia.
-É o Zach.
-Hm… Oh pá! Assim não dá! Tens de me contar com quem é que estiveste e o que é que se passou para eu poder falar!
-Não me parece. E quem é que te disse que eu quero que opines?
-Oh, não sejas má, conta lá.
-Não. Vou é tomar banho e mudar de roupa.
Ela resignou-se e afundou-se novamente na almofada. Enquanto desabotoava os botões da minha camisa, o Rodrigo voltou ao meu pensamento. O seu toque, o seu cheiro, o seu beijo… A noite anterior tinha sido perfeita, mas não podia continuar a pensar nisso, nem nele. O que eu estava a deixar acontecer era tão errado… Mas não conseguia esquecer nem um ínfimo pormenor, não conseguia deixar de sentir o meu coração a saltar-me do peito só de ouvir o seu nome, sentir um calor percorrer o meu corpo de cada vez que ele estava por perto… Saí da casa-de-banho e fui vestir-me para o quarto. O meu telemóvel voltou a tocar. Desta vez era o Rodrigo. Mandei o telemóvel para junto da almofada e bufei.
-È o Zach outra vez? - perguntou a Andy, entrando no quarto.
-Não me chates!
-Uii, isso está mesmo agreste, hã?
-Agreste é pouco - o telemóvel deixou de tocar e a Andreia sentou-se ao meu lado.
-O que é que se passa? Agora a sério. Eu não vou gozar, nem mandar bocas nem nada disso. O que é que se passa?
-Andreia, não me apetece falar sobre isso agora. Eu sei que estás a falar a sério, mas agora não. Quando eu quiser falar vais ser a primeira pessoa a quem eu vou recorrer, prometo.
-Está bem - concordou ela, sorrindo-me. O telemóvel voltou a tocar. Bufei. Era o Zach, novamente. Respirei fundo.
-Hi - disse eu, atendendo o telemóvel, mas meio nervosa. - Fine. And you?... Now? Hm. Okay. Bye. - Desliguei a chamada e fiquei a olhar para o tecto, como que a suplicar aos céus.
-Está tudo bem? - perguntou a Andy, que tinha estado sentada na secretária a assistir à sequência de caretas que eu fazia enquanto falava com o Zach ao telefone.
-Nem por isso, mas... Ele vem buscar-me daqui a meia hora.
-Passar o dia fora?
-Acho que sim.
-Estás mesmo entusiasmada, tu.
-Se as circunstâncias fossem outras...
-Ainda é aquilo do beijo?
-È. Andreia, ele põe-se a olhar para mim de uma maneira. Eu disse-lhe que precisava de pensar, mas mesmo assim ele...
-E já pensaste?
-Já, mas...
-Mas? O que é que foi?
-Eu não gosto dele. Gosto dele como o meu melhor amigo. Só.
-E decidiste isso assim tão rápido? Costumas andar aí a pensar durante tanto tempo.
-Agora estiveram outros factores no meio.
-Factores, ou um factor chamado Rodrigo?
-Faz parte do outro assunto que não me apetece falar agora.
-Hm...
-Bem, vou mas é despachar-me.
Meia hora depois o Zach chegou e eu entrei na carrinha, cumprimentei-o e pus o cinto de segurança.
-You seem strange, angel... - comentou ele.
-But I'm not... Where are we going? - perguntei, tentando disfarçar.
-At the house I'm staying. If you don't mind.
-No, it's fine.
-I missed you... You've been dodging my calls. It's everything allright?
-Yeah... You know, lots of works and any time to do other things.
-Yeah - mas não pareceu muito convencido.
Assim que entrámos na casa, despi o casaco, coloquei-o em cima do sofá e sentei-me neste. O Zach sentou-se ao meu lado e colocou um braço por trás dos meus ombros. Fez-me uma festa na cara.
-I really missed you...
-Yeah, I missed you too.
-Now, seriously. Why did you dodged my calls?
-I didn't have time.
-Why it seem like you're lying to me, angel? - perguntou-me meio triste e segurando uma das minhas mãos.
-I've been busy, Zach...
-But you don't have classes now. What are this works you have to do that you have no time to send just a message saying you're fine?
-I can't... I have lots of things to do, Zach. Sorry.
-You don't trust me anymore? 'Cause you're not telling me the thrut.
-Zach...
-If it is because of the kiss, I, I promisse I'll not do it again. I'll stand by your answer. But, please, don't lie to me. I trust you and I tell you everything and I want you to do the same.
-I can't tell you everything...
-Why not? I'm strong enough to support you and all the things you say to me, even if you think I'm not. I'm strong to support you, to live my life and to support the world if it was necessary. You can tell me everything.
-No, I can't... I don't wanna hurt you and more important than that, I don't want to lose you, to lose you're friendship.
-Hurt me?
Inspirei profundamente.
-I don't want to have this conversation now. We're both exalted and it's better talk later. - Ele olhou para a televisão, que estava apagada e largou a minha mão. - Please, don't be mad with me Zach - pedi, agarrando eu a sua mão.
-I'm not - mas a sua expressão não dizia o mesmo.
Depois de almoço o ambiente melhorou e rimos um bom bocado. Fizemos o nosso lanche junto da lareira, com as canecas de chá e boas gargalhadas, como já tinhamos tornado hábito para nós. Depois de jantar ficámos um pouco mais à conversa enquanto viamos televisão.
-Well, I have to go. It's getting late.
-I'll take you.
-Don't need it. I'll take a taxi.
-Let me take you.
-No.
-Why?
Bufei.
-Okay. You can take me at the bus stop then...
-At home...?
-At the bus stop and no more conversation!
-Okay... But call me or send me a message when you arrive home, please.
-Yeah.
Vesti o casaco e depois o Zach levou-me até à paragem, contrariado. Perto da paragem de autocarros havia uma de táxis, então comecei a andar para ir para lá.

E agora? Será que vai acontecer alguma coisa? Como é que a noite vai acabar para a Mónica?


Olá! :D
Queria agradecer, mais uma vez, a todos(as) que me seguem e que comentam e também aqueles que lêem, mas que não têm tempo para comentar... Obrigada! A vossa opinião é muito importante para mim e fico muito contente por saber que têm gostado do que escrevo! Mais uma vez, muito obrigada! :D
Beijinhos

Mónica

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