terça-feira, 29 de maio de 2012

Capitulo 16 (parte I)



                                 
VISÃO ANDREIA

Eu e o Rúben decidimos afastar-nos do Rodrigo e da Mónica para deixá-los despedirem-se.
-Vou ter saudades tuas, linda.
-Eu também, chato. Mas são só duas, passa rápido.
-Tomara que sim.
De repente, olhei para a direcção onde estavam o Rodrigo e a Mónica.
-Eu sabia!
-Sabias o quê? - perguntou-me o Rúben.
-Ela tem muita coisa para me contar.
O Rúben olhou para eles e depois virou-se para mim.
-Se quiseres também podemos fazer o mesmo - disse-me. Fiquei parva com o que ouvi.
-Mas tu estás parvo?! Tu namoras com a Inês e nós somos só melhores amigos!
-Nós demos um tempo.
-Oh Rúben, cala-te! Andaste a beber ou quê?
Ele deu uma gargalhada.
-Estava a brincar, linda. - disse-me ele, abraçando-me.
-Acho bem, Rúben Filipe!
Conversámos mais um pouco, mas depois chegou a hora de embarcar.
-Tenho de ir, lindo.
-Já?
-Sim.
Ele abraçou-me e depois comecei a caminhar para ir ter com a Mónica à porta de embarque.
-Andy! - chamou-me o Rúben, depois de eu já ter avançado alguns passos. O Rodrigo estava a vir da porta de embarque para junto do Rúben.
-Sim?
Ele veio ter comigo.
-Quero mais um abraço - pediu ele. Abracei-o.
-Parece que vais chorar – ri. – Isto não é o fim do mundo! Daqui a duas semanas já cá estou outra vez.
-Eu sei – disse ele abraçando-me com força. – Mas… Eu adoro-te.
O abraço terminou e eu segurei as suas mãos.
-Oh, eu também te adoro lindo – sorri.
De repente ele ficou sério e olhou-me profundamente, para a seguir me surpreender com um beijo. Se calhar ele não estava a brincar tanto quanto parecia quando sugeriu que o fizéssemos à minutos atrás… Quando separou os nossos lábios ficou a segurar a minha cara enquanto me olhava fixamente. Retirei as suas mãos da minha cara.
-Eu… tenho de ir, Rúben. Depois falamos – disse-lhe eu, meio atrapalhada. Ele não disse nada, ficou simplesmente parado a olhar para mim enquanto me afastava. O Rodrigo tinha parado a meio do caminho e estava incrédulo a olhar para o Rúben. A Mónica mostrava-se expectante.
-O que é que foi aquilo? – perguntou-me quando cheguei ao pé dela.
-Não me faças perguntas, por favor… - consegui pedir, quando passei por ela. Nem eu sabia o que é que tinha sido. Simplesmente tinha-me surpreendido, mas também afectado de alguma maneira, porque a minha cabeça ficou numa confusão total.


VISÃO RÚBEN


-Vou ter saudades tuas, linda – disse eu à Andy, sinceramente.
-Eu também, chato. Mas são só duas semanas, passa rápido.
-Tomara que sim.
Ela olhou para o Rodrigo e para a Mónica e quando olhei vi-os aos beijos. Eu sabia que ele gostava dela…
-Se quiseres também podemos fazer o mesmo – disse eu, gozando com a Andy, no entanto, senti-me meio esquisito de pensar na possibilidade de tal coisa.
-Mas tu estás parvo?! Tu namoras com a Inês e nós somos só melhores amigos!
Tinha de falar na Inês…
-Nós demos um tempo.
-Oh Rúben, cala-te! Andaste a beber ou quê?
Eu ri para tentar reprimir uma sensação que estava presa na minha garganta.
-Estava a brincar, linda – acabei por dizer, tentando porém meter isso na minha cabeça, que nesta altura estava tão desorientada do nada. Abracei-a e senti-me diferente por envolvê-la nos meus braços.
-Acho bem, Rúben Filipe!
Continuámos a conversar durante mais um tempo, no entanto, a sensação não desapareceu e estava ainda mais bloqueado.
-Tenho de ir, lindo.
-Já? – perguntei, sentindo uma espécie de aflição no meu interior.
-Sim.
Puxei-a novamente para os meus braços. Não queria que ela fosse embora. Ela afastou-se dos meus braços e começou a ir em direcção à porta de embarque.
-Andy! – chamei.
-Sim? – disse ela, parando e olhando para trás. Caminhei apressadamente até ela.
-Quero mais um abraço.
Ela abraçou-me.
-Parece que vais chorar – disse ela a rir. – Isto não é o fim do mundo! Daqui a duas semanas já cá estou outra vez.
-Eu sei – respondi, apertando-a mais. – Mas… Eu adoro-te – acabei por dizer. Não sabia ao certo porque é que estava a ser assim neste momento, mas sentia que tinha de dizer-lhe o quanto gostava dela. Ela segurou as minhas mãos e disse-me que também me adorava. Fixei-me no seu rosto e nos seus olhos meigos, e não sei se foi um impulso ou um desejo reprimido não conhecido, mas senti que me faltava fazer alguma coisa. No instante seguinte já me tinha lançado, sem sequer tomar consciência, e estava a beijá-la. Foi um beijo tímido e meigo que me fez revolver alguma coisa no peito. Não queria sair dali. Não queria que o momento acabasse. Ela não reagiu totalmente bem mas também não reagiu mal de todo. Tirou as minhas mãos do seu rosto e disse que tinha de ir-se embora, prometendo no entanto que falaríamos depois. Fiquei paralisado, a observá-la apenas. Estava incrédulo com o que eu próprio fizera, mas sobretudo com o que tinha percebido dentro de mim…
-Ei! Rúben, ela já foi embora. Vamo pró carro, vai – despertou-me o Rodrigo, dando-me uma pequena pancada no ombro. Virei-me e fomos para o carro dele, sem algum de nós dizer alguma coisa. Eu ainda estava meio atordoado. Durante os primeiros minutos da viagem de regresso a casa continuámos em silêncio, mas depois ele acabou por falar.
-Qu’qui cê foi fazer, hein Rúben?
-Acho que foi o que tu viste – respondi apaticamente.
-Porquê?
-Nem eu sei.
-Por alguma razão teve de ser. Vai ver e foi porqui cê tá mal com a Inês e ela tem ti dado maior força.
-Eu nem sequer pensei na Inês. Só conseguia pensar na Andreia… Parecia que eu queria ter feito aquilo à séculos! E, quando eu lhe disse ‘’adoro-te’’, as palavras que iam sair da minha boca eram outras. Eu ia dizer ‘’amo-te’’…
-Eu ia dizer qui você tá confuso e tá confuso e tá carente, mas agora eu sei qui não é isso não. Você tá é gostando dela. E pra valer, pelo visto.
-Pois, até pode ser verdade, mas não sei se ela sente a mesma coisa.
-Vai discobrir!
-E como é que eu vou fazer isso? – perguntei, meio confuso.
-Sei lá. Cê pode ligar pra ela.
-Ai é? E vou dizer o quê?
-Mi deixa terminar e depois você fala.
-Então fala lá.
-Eu vi qui ela ficou meio balançada. Você podia ligar pra ela, não hoje, deixa passar um tempo, pedir desculpas e depois na conversa você tentava perceber o qui é qui ela sente.
-Tens razão. Aí, obrigado. Já não estava a conseguir pensar.
Ele deu uma gargalhada.
-Não tem qui agradecer.
-Então e tu, puto? Porque é que não me disseste que era a Mónica, hã?
-Ela quis esperar.
-E achas-te que iam conseguir esconder durante quanto tempo? Olha que eu não sou parvo.
-A gente só ia esperar até elas irem embora agora.
-Está bem. Eu sabia que ela não te era indiferente. Depois daquele beijo nos treinos, até o mister ficou a falar sobre isso, vê lá.
-O mister?
-Só disse a algumas ‘’galinhas’’ para pararem de cochichar, que tu é que sabias da tua vida – ri.
-Ah – riu ele também. – Bem, cê tá entregue – disse ele, parando o carro à porta da minha casa.
-Obrigado, puto. Acho que estava a precisar de falar.
-Iihh, não chora no meu ombro, não. A parte de consolar você já passou, vai – riu ele.
-Eu estou a falar a séri, meu.
-Tá bom. Sempre qui você precisar cê sabe qui eu tou aqui, por isso não precisa mi agradecer toda a vez.
-Ok. Bem, vou embora, então. Até amanhã, puto.
-Fica bem.
-Tu também.


VISÃO ANDREIA


Até nos sentarmos e levantarmos voo eu a Mónica permanecemos ambas caladas, mas eu sentia o olhar e a hesitação dela.
-Andreia… - tentou ela, meio com medo de me estar a chatear. Este tempo calada deu-me tempo para me acalmar e tirar nuvens da confusão em que tinha ficado a minha cabeça.
-Já podes fazer as perguntas. Mas com calma – disse eu, calmamente.
-Ok – hesitou um pouco. – Sabes explicar-me o que é que foi aquilo entre ti e o Rúben? Eu sei que foi um beijo, mas, como é que aquilo aconteceu? Tu não me contaste nada.
-Olha quem fala! Passa-te o fim-de-semana praticamente fora e mesmo quando me podias ter contado, não contaste nada, foi preciso virmos embora para eu ver o que é que se andava a passar.
Ela sorriu.
-Está bem. Mas explica-me lá o que eu te pedi – pediu.
-Sinceramente, não sei.
-Não sabes?
-Não. Foi esquisito. Eu comentei que tu tinhas muito que me contar, quando te vimos aos beijos com o Rodrigo, e ele deixou-me parva quando disse que eu e ele também podíamos fazer o mesmo.
-Ele disse isso?
-Disse, mas estava a brincar. Quer dizer, foi o que pareceu, só que quando eu me vinha embora ele pediu-me mais um abraço, começou a dizer que me adorava e depois beijou-me.
-Wow.
-Pois. Imagina como é que eu fiquei.
-Mas ele nunca te deu a entender nada, nem nada?
-Não. Tu sabes que nós nos damos super bem e estamos sempre a picar-nos e assim, mas nunca houve nada que desse a entender…
-Então mas tu achas que ele gosta mesmo de ti?
-Não sei. Se calhar não. Eu disse-te que ele e a Inês não estão bem. E eu tenho-o ajudado e estado ao lado dele. Se calhar ele só está confuso.
-E tu?
-Eu o quê?
-Gostas dele?
Desta vez fui eu a hesitar. Era uma pergunta difícil.
-Acho que… Não sei.
-Consegues-me explicar como é que te sentiste?
-Vais armar-te em psicóloga? – brinquei.
-Eu estou a falar a sério, Andy.
-Está bem… Foi bom. Ele foi tímido, mas foi querido ao mesmo tempo. E a maneira como os lábios dele tocaram os meus foi… Foi esquisito. Ele é o meu melhor amigo. Ou era. Não sei como é que as coisas vão ficar.
-Pois… Sabes uma coisa?
-O quê?
-É uma coisa que eu já tinha adivinhado antes sequer de conhecer-mos o Rúben. – Olhei para ele, desconfiada. – Tu vais ficar com ele. Por mais voltas que a vida e que a relação entre vocês dê milhentas voltas, tu vais ficar com ele.
-Sim, sim. Sonha.
-Foi exactamente isso que eu fiz e consegui que se tornasse mesmo realidade. – Ela olhou para mim, à espera que eu dissesse alguma coisa, o que não aconteceu. – Andy, o Rúben é homenzinho suficiente para se aperceber que este beijo podia estragar muita coisa entre vocês, mas se mesmo assim ele te beijou é porque ele gosta de ti. Não interessa se é muito ou pouco. Não interessa o quanto. Mas ele gosta de ti – voltou a olhar, expectante, para mim. – O que é que vais fazer? – perguntou-me. Limitei-me a continuar a pensar. – Fogo, isto parece mais um monólogo que eu sei lá o quê! Importaste de me dizer alguma coisa, Andreia Filipa?
-Filipe o quê? – perguntei, abandonando o raciocínio que estava a ter.
-Eu chamei-te Andreia Filipa.
-Ah. Mas o que é que estavas a dizer?
-Estava a perguntar-te se já sabes o que é que vais fazer.
-Ignorá-lo.
-Vais o quê?!
-Acho que é o melhor.
-Tu estás é parva! Tens noção do que acabaste de dizer? Então ele gosta de ti e tu dele e vais ignorá-lo? Não estás é boa da cabeça!
-Eh, calma aí!
-Calma o tanas! Nem penses que vais fazer isso!
-Está bem. Eu não vou fazer isso. Mas também não lhe vou dizer que gosto dele, ou que estou a começar a gostar dele, ou o que quiserem dizer. Já te disse que acho que ele só está confuso por causa da Inês.
-E tu a dar-lhe.
-Oh.
Ela não disse mais nada. Eu fiquei a pensar na nossa conversa.
Não ia deixar de lhe falar, mas não ia admitir-lhe nada…


Olá! :D
Bem, espero que tenham gostado!
Espero que deixem os vossos comentários para saber a vossa opinião, que é muito importante para mim!
Beijinhos

Mónica

1 comentário:

  1. fantastico... fabuloso...

    quero mais... tou super curiosa para ver o proximo...

    continua...

    ResponderEliminar