segunda-feira, 21 de maio de 2012

Capitulo 15 (parte II)





(visão Mónica)


-Rodrigo… - chamei ainda meio a dormir.
-Hm…
-Telemóvel ‘tá a tocar…
-Hm…
O toque do telemóvel já estava a irritar-me. Sentei-me na cama e dei uns abanões ao Rodrigo.
-Acorda! Isto está farto de tocar! – disse-lhe eu, pondo o telemóvel ao pé dele. Ele abriu os olhos, a custo, e agarrou no telemóvel.
-Fala… - disse, meio sonolento, atendendo a chamada. – Ih… Desculpa, mister… Sim, tou indo… - desligou, depois de ter falado tão rápida e despertamente. Saltou da cama e dirigiu-se ao armário.
-Então? – perguntei.
-Tou atrasado pró treino!
-Hii, o avô passou-se… - comentei, falando mais comigo do que com ele.
-O quê? – perguntou ele a rir, acabando de atar os ténis.
-O mister – corrigi.
-Tá bom – sorriu. Foi ter comigo e deu-me um beijo rápido. – Tenho de ir.
-Até logo.
-Cê vai tar aqui quando eu chegar?
-Não posso?
-Pode, pode. Claro qui pode. Só qui você vai sofrer com fome.
-Eu arranjo-me.
-Tá bom. Ti amo, viu.
Deu-me mais um beijo.
-Eu também te amo. – Ele sorriu e dirigiu-se para a porta do quarto. – Bom treino! – disse-lhe.
-Brigado! - Depois voltou atrás. – Esqueci do saco – riu ele. Pegou no saco de treino da Adidas que estava junto da porta e desta vez foi mesmo embora. Agarrei-me à sua almofada e inalei o seu cheiro. Sorri e deixei-me ficar assim alguns segundos mas depois levantei-me. O sorriso manteve-se na minha cara. Fui arranjar-me e em seguida fui tirar a minha roupa da máquina de secar, depois de ter estado na máquina de lavar, a noite passada, para me vestir. Reparei que na entrada, ao lado da porta, havia uma chave suplente.
-Já é minha – ri.
Decidi então ir às compras para os armários da cozinha do Rodrigo. Pelo menos para conseguir orientar-me agora. Voltei com um saco cheio.
Sentia-me meio que importante por estar em casa dele, ter uma chave da casa (que ainda não era minha, mas ia ser) e encher os armários da sua cozinha. Parecia que me tinha mudado para cá, apenas neste pequeno espaço de tempo. Depois de comer, subi até ao quarto, fiz a cama e arrumei as coisas espalhadas e depois desci até à sala e sentei-me no sofá a ver televisão.


VISÃO RODRIGO


Depois de tanto correr atrás, finalmente ouvi ela falar qui mi amava. Depois de tantas vezes tentar conquistar ela e ela mi dar sempre o fora, consegui fazer ela cair nos meus braços. Senti qui toda essa persistência e essa luta valeram bem a pena. Depois de beijar ela, na primeira noite qui ela ficou lá em casa, eu não tive nem uma dúvida qui ela gostava de mim, mas tava custando ela si entregar. De todas as garotas qui eu já dormi, e foram poucas sim, não fiquei com nenhuma tão… Não consigo encontrar a palavra certa, mas, de todas elas, ela foi a qui mi encheu por dentro de uma maneira qui nunca tinham preenchido antes. Junto com todo o corpo dela, perfeito pra mim, imperfeito pra quem quiser, senti a essência dela qui é tão única como especial. Sim, porqui um corpo, por mais perfeito qui seja, não é nada sem uma alma, qui é a essência do ser. E a essência dela é linda. Todas as coisas boas dela mi fazem sentir a pessoa mais feliz no mundo, e as más mi dão mais força pra continuar jogando na horta da vida.
Quando eu chegasse no Caixa, o mister ia pegar no meu pé, com razão, e ia mi dar um treininho extra, mas só de pensar qui quando chegasse em casa ela ia tar lá mi esperando, podia mi dar os treinos qui ele quisesse. Cheguei correndo no campo, depois de ter mi vistido no balneário. Eles tavam terminando a corrida.
-Desculpa o atraso, mister.
-Precisaste que te acordassem hoje, hã? Custou mais a sair da cama porquê?
-Oh mister… - comecei mi desculpando, passando a mão na cabeça.
-Hm, estou a ver. Mas não pode ser todos os dias, hã. Foi hoje e mesmo assim não te safas. Toca a correr, vai!
Comecei correndo e o resto da equipa parou pra terminar o aquecimento.
-Então, quem é que é a rapariga? – perguntou o Rúben Amorim pra mim, rindo. Eu ri, meio embaraçado.
-Rúben, vê lá se queres ir dar mais umas voltinhas com o Rodrigo! – avisou o mister.
-Pode ser mister! – respondeu o Rúben, rindo na mesma.
-E respondes a sorrir e tudo, hã! Rodrigo, mais cinco voltas para ele correr mais um bocadinho! – disse o mister com um sorriso de quem tava pronto pra mandar mais voltas. O Rúben começou correndo comigo.
-Então, diz lá quem é ela. Eu conheço-a? – perguntou ele, sempre sorrindo.
-Cê tem qui tar sempre sorrindo? – respondi, tentando mi safar.
-Nã, nã, nem tentes. Não venhas que não vamos mudar de assunto. Diz-me lá quem é ela.
-Cê é chato!
-Nem tu viste metade.
-Tou começando a ter pena da Inês…
Ele deixou o sorriso cair um pouquinho.
-Está bem, pronto, já vi que não vais dizer-me quem é. Mas mete-te mesmo nas nuvens, já vi – disse ele, voltando a sorrir um pouco mais.
-Mesmo… - respondi sorrindo enquanto fixava o relvado na minha frente.
-Uuiii, que o menino ‘ta apaixonado. Muito bem, hã puto! – disse ele rindo e mi dando uma pancada nas costas.
-Oh meninas, é para correr! Isto aqui não é a casa da tia Joana, os cochichos são fora dos treinos! – gritou o mister pra gente. A gente riu mas acelerou a corrida e depois de terminar e ter feito os aquecimentos fomos treinar com o resto da equipa, qui tinha tado a rir da gente.
O treino foi normal e a gente ria e o mister reclamava, chamando a gente de galinha. O treino terminou e a equipa foi pró balneário.
-Puto, posso-te pedir um favor? – mi perguntou o Rúben.
-Fala aí.
-É pá, achas que dá para me dares boleia? É que fui pôr o carro à revisão e só lá para amanhã é que devo ir buscá-lo.
-Claro, eu ti levo.
-Obrigado.
-De nada.
Meia hora depois eu e o Rúben saímos e fomos directo pró meu carro.
-Você demorou quase quinze minutos em frente do espelho!
-Tem de ser, então! Senão elas não olham para mim!
Começámos os dois rindo e entrámos no carro. No caminho pra casa ele voltou a tentar fazer com qui eu dissesse o nome da garota qui eu tava gostando, mas não conseguiu.
-Tamo chegando, né?
-Sim. Mas vais levar-me à casa da Andreia.
-Da Andreia?
-Sim. Se não souberes onde é eu digo-te.
-Não. Eu sei. Já levei a Mónica lá. Mas você vai a casa dela fazer o quê?
-Fazer-lhe uma surpresa.
-Cê é qui sabe. Mas, não acha qui já tá saindo muito com ela? Não tenho nada a ver com isso, mas eu ouço você falar mais vezes qui vai ter com ela do qui com a Inês, e a Inês é sua namorada.
-Eu e a Inês demos um tempo – e o sorriso dele desapareceu.
-Deram um tempo?
-Sim.
-Desculpa. Quer dizer, você passa os dias sorrindo...
-Claro. Não ia passá-los a chorar nem com cara de enterro. Por mais que eu ame a Inês e por muito dificil que esteja a ser este tempo, tenho de saber aproveitar as outras coisas.
-Mas você não tá si virando demais prá Andreia?
-Ela é a minha melhor amiga e tem-me ajudado muito. Sinto-me bem ao pé dela.
-Cuidado qui cê pode si aproximar demais, mesmo sem querer...
-Fogo puto! Tu também? Já o David diz a mesma coisa.
-A gente só tá ti alertando prás coisas não cairem no torto.
-Obrigado pela preocupação, mas eu sei o que é que estou a fazer.
-Cê qui sabe. È aqui. Tá entregue.
-Obrigado. Fica bem.
-Você também. Tchau.
Depois de deixar o Rúben fui quase voando pra minha casa.
-Qui cheiro bom é esse? - perguntei, fechando a porta e colocando o saco do treino no chão, na entrada. Entrei na cozinha e vi a Mónica junto do fogão.
-O almoço - respondeu ela, desligando o lume.
-Brigado - agradeci, colocando as mãos na cintura dela e fazendo ela si virar pra mim.
-De nada - respondeu ela sorrindo também e colocando as mãos por trás do meu pescoço. Encostei ela na bancada e a comecei beijando. Só o beijo dela já mi fazia feliz e eu quiria estar sempre feliz. Um beijo não chegou então eu dei dois, dei três e dei mais um.
-Olha, eu tirei a chave que estava na entrada para pôr qualquer coisa nos teus armários.
-Pode ficar com ela.
-Pois, eu já pretendia cobiçá-la de qualquer maneira...
-Podia cobiçar uma coisa melhor, né?
-Como por exemplo?
-Não sei. A minha cama, talvez... Essa eu deixo você cobiçar e pular pra cima, si você quiser.
-Hm, pois. Mas sabes o que é que eu queria agora?
-O quê?
-Almoçar. Mexe-te! - ela si soltou dos meus braços e começou colocando a mesa. Fui ajudar ela e depois sentámos pra almoçar.



Espero que tenham gostado de mais este capitulo J
Obrigada pelas visitas e pelos comentários :D
Continuem a comentar, pois os vossos comentários são muito importantes para mim!
Beijinhos

Mónica

2 comentários:

  1. fantastico...

    quero mais... tou super curiosa para ver o proximo...

    continua...

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  2. estes dois é só amor , o menino ruben não deixava o pobre rodrigo em paz .
    quero muito o proximo :)

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